terça-feira, 4 de setembro de 2012

WATCHMAN NEE - O que a Lei Ensina

 

 Quanto mais procuramos guardar a Lei, tanto mais a nossa fraqueza se manifesta.
 Watchman Nee Publicação: 01/05/2012
        
          Muitos crentes se veem lançados de súbito na experiência de Romanos 7 e não sabem por que. Imaginavam que Romanos 6 era mais do que suficiente. Tendo apreendido o ensino deste capítulo, pensavam que não havia mais possibilidade de fracasso e, então, para grande surpresa sua, acharam-se repentinamente em Romanos 7. Qual é a explicação? Em primeiro lugar, esclareçamos que a morte com Cristo, descrita em Romanos 6, é absolutamente adequada para satisfazer todas as nossas necessidades. É a explicação daquela morte, com tudo o que resulta dela, que está incompleta no capítulo 6. O capítulo 7 explica e torna real para nós a declaração em Rm 6.14: "o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça". O problema é que não conhecemos ainda o que é ser livre da Lei. Qual é, pois, o significado da Lei? A graça significa que Deus faz algo por mim. A Lei significa que eu faço alguma coisa por Deus. Deus tem certos requisitos santos e justos que me impõe: isto é a Lei. Ora, se a Lei significa que Deus requer algo da minha parte, então ser liberto da Lei significa que Ele não requer mais coisa alguma de mim, porque Ele próprio fez a necessária provisão. A Lei implica em Deus requerer que eu faça algo por Ele; a libertação da Lei implica em que Ele já fez por mim, pela Sua graça, tudo quanto exigia de mim, isentando-me do seu cumprimento. Eu (o homem carnal de Rm 7.14) não preciso fazer nada para Deus - é isto o que significa ser liberto da Lei. O problema em Rm 7 consiste em que o homem, na carne, procura fazer alguma coisa para Deus. Esta tentativa imediatamente nos coloca de novo debaixo da Lei, e a experiência de Romanos 7 começa a ser a nossa. A medida que procuramos compreender isto, fica sempre claro que a culpa não é da Lei. Paulo diz: "A Lei é santa; e o mandamento santo e justo e bom" (Rm 7. 12). Não, nada há de errado com a Lei, mas em mim há algo que não está indo nada bem. As exigências da Lei são justas, mas a pessoa a quem são feitas não é justa. O problema não está em haver requisitos injustos na Lei; está na minha incapacidade de satisfazê-los. Está muito certa a exigência do governo que me cobra cem cruzeiros de imposto de renda, mas tudo estará errado se eu tiver apenas dez cruzeiros com que satisfazer tal exigência! Sou um homem "vendido à escravidão do pecado" (Rm 7.14). O pecado tem domínio sobre mim. Enquanto me deixam em paz, pareço ser um homem excelente; é só pedir que eu faça alguma coisa, para que minha pecaminosidade se revele. Se tivermos um emprego muito desajeitado, estes defeitos não se revelam enquanto ele fica sentado sem fazer coisa alguma. Talvez seja de pouca utilidade, mas pelo menos não causa danos ou prejuízos. Mandando lhe que faça alguma coisa, seu dono imediatamente vê como começam os problemas: quando se levanta, derruba a cadeira no chão, depois tropeça num banco, e ainda deixa cair o que se lhe põe nas mãos para carregar. As exigências são razoáveis, mas o homem é que está completamente inapto. Não era um homem menos desajeitado enquanto estava sentado, mas foi a ordem que lhe foi dada que o levou a demonstrar seus defeitos, os quais sempre tinha, estando ativo ou estando desocupado. Somos todos pecadores por natureza. Se Deus nada requer da nossa parte, tudo parece ir bem, mas logo que Ele nos exige alguma coisa, surge a oportunidade de se revelar nossa enorme pecaminosidade. A Lei manifesta a nossa fraqueza. Enquanto me deixam ficar sentado, pareço estar muito bem, mas logo que me pedem alguma coisa, vou estragar e inutilizar o que da minha parte foi pedido. Quando a Lei santa é aplicada ao homem pecaminoso, logo se manifesta plenamente a pecaminosidade dele. Deus sabe quem sou eu. Ele sabe que, da cabeça aos pés, estou cheio de pecado; Ele sabe que sou a fraqueza em pessoa, que sou incapaz de fazer coisa alguma. O problema, porém, é que eu não o sei. Admito que todos os homens são pecadores e que, portanto, eu também sou pecador; fico pensando, porém, que não sou tão desesperadamente pecador como os outros. Deus tem que levar cada um de nós ao ponto de reconhecermos quão fracos e sem forças estamos. Embora confessemos isto, não o acreditamos na prática, por isso Deus tem que operar de modo especial para nos convencer completamente. Sem a Lei, nunca saberíamos quão fracos e incapazes somos. Paulo já tinha alcançado esta experiência, conforme se percebe quando diz em Rm 7.7: "Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás". Qualquer que tivesse sido a sua experiência com o restante da Lei, foi o décimo mandamento, que literalmente traduzido é: "Não desejarás..." que lhe revelou o seu problema. Foi neste aspecto que a sua total fraqueza e incapacidade se lhe tornaram manifestas. Quanto mais procuramos guardar a Lei, tanto mais a nossa fraqueza se manifesta e tanto mais profundamente penetramos em Romanos 7, até que se nos demonstra claramente a nossa incapacidade total. Deus sempre o soube,nós, porém, não o reconhecemos, e por isso Deus tem que nos submeter a experiências dolorosas, até que cheguemos a reconhecer a verdade. É mister que nossa incapacidade nos seja revelada de maneira completamente fora de dúvida, e Deus faz isto mediante a Lei. Deus sempre sabia que nunca poderíamos guardar a Sua lei, porque somos tão maus que Ele não pede favores nem faz exigências da nossa parte nunca homem algum conseguiu tornar-se aceitável a Deus por meio de guardar a lei. Em parte alguma do Novo Testamento se diz que os homens de fé têm que guardar a Lei diz-se que a Lei foi dada para que a transgressão se tornasse manifesta. "Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa" (Rm 5.20). A Lei foi dada para nos classificar como transgressores da Lei! Eu sou, sem dúvida, pecador em Adão: "Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei... porque sem a lei está morto o pecado... mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri" (Rm 7.7-9). É a Lei que revela a nossa verdadeira natureza. Temos tão elevada opinião quanto ao valor da nossa própria pessoa, que necessitamos da parte de Deus certas experiências para nos provar quão fracos somos. Quando, afinal, entendemos, confessamos: "Em todos os sentidos e aspectos sou pecador, e, de mim mesmo, nada posso fazer para agradar a Deus". Não, a Lei não foi dada na expectativa de que a cumpríssemos. Foi-nos dada com o pleno conhecimento de que a quebraríamos; e, depois de a termos quebrado tão completamente que fiquemos convictos da nossa extrema necessidade, então a Lei já serviu o seu propósito. Foi o nosso pedagogo, que nos trouxe a Cristo, para que Ele próprio pudesse cumpri-la em nós (Gl 3.24). Fonte - O mensageiro das Boas Novas - Março 2012 Ano XIV n° 202

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