segunda-feira, 13 de agosto de 2012

UMA DECISÃO: DOIS CAMINHOS 2ª PARTE


Leia também: Parte 1 | Parte 3 | Parte 4 .
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UMA DECISÃO: DOIS CAMINHOS
DESCOBRINDO AS DIFERENÇAS INCOMPATÍVEIS ENTRE O REINO DE DEUS E O REINO DO MUNDO

Parte 2

A chave que muda tudo
Nosso assunto é o Reino de Deus, certo? E também não temos nenhuma dúvida que a vontade do Senhor é nos salvar, levando-nos para a presença Dele, certo? Nós vimos que o Senhor Jesus ordenou-nos que buscássemos acima de tudo o seu Reino e a sua justiça, e as demais coisas (o que comer e o que vestir) nos seriam acrescentadas enquanto vivêssemos nesse mundo. Podemos observar claramente que o Senhor comparou a busca pelo Reino Dele com o trabalho e o esforço que fazemos pelo nosso sustento e, por mais que isso, por conforto, por bens acumulados, por um bom saldo bancário... Tudo isso o Senhor chamou de “tesouro” (riquezas). Se existem riquezas materiais, deve existir também riquezas espirituais... Isso pode soar bem aos ouvidos dos que são movidos por avareza, mas devemos atentar que estes são tesouros de uma natureza diferente. O tesouro do mundo é natural; o tesouro do céu é espiritual. Uma pergunta: que tesouros espirituais são esses? O que o Céu tem reservado para mim como herança? Em Apocalipse 21.7 está escrito que “o vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho”. Antes de descobrirmos que herança é essa, vejamos o que o Senhor Jesus nos diz a respeito desse tesouro:
"O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu; e, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo."
(Mt 13.44)
"O reino dos céus é também semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra."
(Mt 13.45-46)
A que podemos comparar o valor do Reino dos céus? Haveria algum tesouro, riqueza, bens ou valores que se comparariam ao Reino? Segundo as palavras do nosso Senhor, não. E mais: quem são aqueles que tomam posse do Reino? Quem são aqueles que se apoderam dele? São os que compreendem que para tomar posse do Reino vale a pena se desfazer de tudo aqui! Vale a pena renunciar tudo para tomar posse do Reino dos céus! Observe que o primeiro homem citado por Jesus achou um tesouro, mas para que ele pudesse tomar posse desse tesouro, ele vende tudo o que tem para comprar aquele campo... O Senhor Jesus está tentando nos mostrar que a quantidade de bens que esse homem possuía não tem a menor importância para ele, tamanho o valor desse tesouro que ele encontrou. Observe também que o segundo homem é um colecionador de boas pérolas, que quando encontra uma de valor muito superior àquelas que ele já tinha, ele não tem nenhum problema em se desfazer te tudo o que possui para comprar aquela pérola... Para você, qual é o seu “tudo”? Ambos tinham um “tudo” em suas vidas, mas esse tudo perdeu completamente o valor visto o valor imensurável daquele tesouro e daquela pérola...
Parece-me que aqui está o grande ponto dessa questão... Parece haver algum tipo de chave ou botão, que para alguns esse botão é ligado, para outros não. Existem cristãos que compreendem que muito mais vale o Reino de Deus e a sua justiça do que qualquer outra coisa, e vivem dignamente de acordo com os padrões do Reino. Mas para outros cristãos isso parece não ter nenhum sentido, eles não compreendem essas coisas e continuam vivendo suas vidas normalmente, correndo atrás das riquezas, tentando agregar o evangelho ao seu estilo de vida natural... Infelizmente, vivendo desse modo, sempre o Reino de Deus estará em segundo lugar, nunca será a prioridade para esses irmãos... Aí vem um problema:
"Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes. E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes."
(Mt 13.47-50)
Poderíamos pensar que essa separação dos peixes bons dos ruins está relacionado à salvação da Igreja e a entrada dos santos no Reino Eterno, de modo que todos os cristãos – não importando muito a sua condição de fidelidade a Deus – entrarão na vida eterna, e os pecadores serão “lançados fora” no inferno, para a condenação eterna. Consideramos justo esse pensamento em parte, e aqui vale uma observação... Temos visto até aqui (iremos avançar bastante ainda!) que Deus tem um padrão nitidamente definido para as prioridades do Reino dos céus e o modo de como viver para entrarmos nele. É aqui nesse ponto que está o que chamamos de “chave” (ou “botão” se você preferir). Sabemos que “pela graça sois salvos mediante a fé, e isso é dom de Deus” (Ef 2.8). Fazemos agora uma pergunta: quem é verdadeiramente salvo? Talvez haja alguém que confesse ser salvo em Cristo e participa normalmente de uma comunidade cristã... Mas, se ao observarmos a vida cotidiana dessa pessoa e percebermos que ela não reflete uma completa mudança de caráter, de valores e de prioridades em seu comportamento, ainda vivendo de modo natural, ou, como costumamos dizer, ela “não nasceu de novo”... Poderíamos afirmar que essa pessoa seria verdadeiramente salva? Vejamos o que disse o Senhor Jesus a Nicodemos:
"Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode ser isto?
Respondeu-lhe Jesus: Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?"
(Jo 3.1-10)
Se lermos com o critério correto as palavras do Senhor Jesus para Nicodemos, então chegaremos à seguinte conclusão:
1. Só é nascido de novo quem é nascido do Espírito (v. 6);
2. Só é nascido de novo quem é totalmente guiado e dependente do Espírito (v. 8);
3. Quem é natural nunca compreenderá o Reino espiritual (v. 9 e 10; 1Co 1.18,25);
4. Quem não nascer de novo, não entrará e nem verá o Reino de Deus (v. 3, 5 e 7).
Não há outra conclusão senão essa: a que o Reino dos céus possui uma regência totalmente incompatível com o modo humano de pensar e agir. Nossos pensamentos racionais são inúteis no Reino, e só poderemos entrar nesse Reino, ou até mesmo vê-lo, se nossa velha natureza humana morrer, e então nascer uma nova criatura gerada em nós pelo poder do Espírito Santo – uma nova criatura dotada de prioridades, valores, motivações e sentidos totalmente distintos daqueles encontrados no curso deste mundo... Reflita sobre isso lendo Is 51.1; Gl 5.22-25; Fp 4.8,9; 1Tm 6.11,12; 2Tm 2.3-5; Hb 12.14; 2Pe 1.5-7... Seriam todos os “cristãos” assim? Será que todos refletem essa nova natureza do Espírito em suas vidas? Por isso pensamos que não somente os pecadores e ímpios serão aqueles “peixes ruins”... Pensamos que ali também haverá cristãos nominais – aqueles que até confessam a Cristo – mas que suas vidas não refletem a vida de Cristo neles (“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” – Mt 7.21-23). Continuam vivendo de modo natural, tentando agregar o evangelho à sua velha natureza. Sempre são eles quem decide tudo em suas vidas – o que fazer e como fazer – sempre com o raciocínio natural. Estes nunca se submetem à dependência total do Espírito Santo... Nunca nasceram de novo, consequentemente não entrarão no Reino dos céus. Na parábola do semeador ensinada por Jesus, Ele nos mostra que o semeador lançou quatro sementes (Mt 13.3-8,19-23), sendo uma delas lançada entre os espinhos (v. 7 e 22)... Descobrimos ali que esta semente até germinou... até cresceu... mas tornou-se infrutífera. Por quê? Porque “os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, tornando-a infrutífera” (v. 22). O semeador é sempre o mesmo; a semente é sempre boa... a diferença está na terra que recebe a semente. Se nesta terra há o que Jesus chamou de “espinhos” (os cuidados deste mundo e a fascinação das riquezas) a palavra semeada no coração desta pessoa nunca será frutífera. O evangelho é estéril na vida dessa pessoa. Por isso, se você é um cristão que quer tornar-se rico e usufruir de uma sólida estabilidade financeira neste mundo, cuidado! Os “espinhos” e a semente do evangelho são concorrentes rivais, e esses espinhos sufocarão a Palavra de Deus dentro de você, tornando a sua fé estéril. Se este é o seu caso, compare a situação dessa “terra infrutífera” com as palavras do nosso Senhor em João 15.2,6-8 (“Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta...”), e se prepare para tomar uma decisão pelo céu ou pela terra. Qual caminho você seguirá?

A FIGURA DO BATISMO
Não é difícil percebermos que o Senhor faz em Sua Palavra uma clara referência do Egito com o mundo. No livro de Apocalipse, o mundo é figurado como a “grande cidade” – Babilônia, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito (Ap 11.8; Ap 17; Ap 18). O que Sodoma lembra para você? Certamente Sodoma é a principal referência quanto à imoralidade sexual de todo tipo. E o Egito, o que lembra para você? Egito é o lugar onde o povo de Deus é mantido sob escravidão. Foi assim com o povo de Israel e tem sido assim até o dia de hoje. O Egito é também a principal referência quanto à idolatria. Então, por que essa “grande cidade” – Babilônia – possui espiritualmente esses dois nomes? Porque sua principal característica é a devassidão à idolatria e à prostituição. Esse é o mundo em que vivemos.
O livro de Êxodo nos mostra que o povo de Israel viveu no Egito por 430 anos (Êx 12.40). Quando o Senhor livrou o seu povo da escravidão de faraó, Ele os guiou pelo caminho de Sucote até o Mar Vermelho (Êx 13.20-22). Havia outras estradas que davam acesso para o Neguebe, o que seria um caminho mais fácil para o povo seguir até Canaã, a terra prometida... Mas por que o Senhor os levou até o Mar Vermelho? Porque o Senhor quis, definitivamente, livrar o povo da escravidão fazendo-os passar de maneira sobrenatural pelas águas do Mar Vermelho. Depois que todo o povo cruzou pelo caminho do Mar Vermelho e este se fechou, só então o povo se tornou verdadeiramente livre da opressão de faraó... o Egito ficou para trás, a escravidão acabou. E o Mar Vermelho ficou entre o Egito e o povo de Israel, separando-os definitivamente. A Páscoa (do hebraico pesach – lit. “passagem”) foi instituída pelo Senhor através do cordeiro pascal que deveria ser imolado e o sangue aspergido nos umbrais das portas, porque naquela noite o Senhor passaria pelo Egito e mataria todo primogênito nas casas onde não tivesse o sinal do sangue... Esse cordeiro pascal aponta para Cristo – Ele é a nossa páscoa (1Co 5.7) – e o livramento iniciado com a saída do povo do Egito só foi definitivamente concluído com o fechamento das águas do Mar Vermelho, após a passagem de todo o povo. Do mesmo modo, o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário aponta para a nossa redenção; e o batismo nas águas aponta para o nosso novo nascimento – a “passagem” de uma vida mundana para uma nova vida celestial.
O batismo surgiu na Bíblia com o ministério de João Batista, que pregava “batismo de arrependimento” (Mt 3.1,2,6,8,11; Mc 1.4-5; Lc 3.2,3,8,16). Essa palavra “arrependimento” vem do grego metanoia e significa literalmente “constrangido pela culpa”, “pensar diferente”, “voltar em sentido contrário”... Melhor dizendo, metanoia aponta para uma mudança de caráter que abrange motivação e atitude, e não apenas a mudança vista pelo aspecto exterior (diferente do remorso sentido por Judas Iscariotes – Mt 26.14; At 1.16-18). Metanoia é uma mudança interna, de coração, que reflete externamente no modo de agir. Quem ouvia a mensagem de João Batista era confrontado a um ponto de decisão: deixar para trás a vida egoísta distante de Deus, arrepender-se e então voltar-se para Deus, vivendo segundo a Sua vontade. E o sinal público que simbolizava essa volta para Deus era o batismo nas águas. O nosso Senhor Jesus ordenou que da mesma forma os discípulos fossem batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Vejamos como o ap. Paulo descreve a figura do batismo como uma passagem de uma vida mundana sem Deus a uma nova vida com Cristo:
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”
(Rm 6.1-11)
O ap. Pedro, falando do mesmo assunto, fez uma analogia do batismo nas águas ao livramento de Noé e sua família na ocorrência do dilúvio:
“Porque também Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvas através da água, que agora, por uma verdadeira figura - o batismo, também vos salva, o qual não é a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo”
(1Pe 3.18-21)
Gênesis nos diz que, nos tempos de Noé, “a maldade se havia multiplicado no coração do homem e que era mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6.5). O Senhor Jesus relatou que nos tempos de Noé as pessoas “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento (imoralidade sexual), até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos” (Lc 17.27). Assim, tanto pela analogia do dilúvio como pela analogia do Mar Vermelho, podemos concluir que o batismo simboliza a passagem “pela água” de uma vida ímpia no mundo, entregue ao pecado e alheio a Deus – para uma nova vida aliançada com Deus, alheio ao mundo e totalmente entregue para viver segundo a vontade Dele. O Egito ficou para trás... Sodoma ficou para trás... Babilônia – o mundo – ficou para trás... Agora nos resta, a todos os que decidiram tornar-se verdadeiros discípulos de Jesus: “entremos pelo novo e vivo caminho que Ele nos inaugurou, de coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa” (Hb 10.20,22,23). Esse é o verdadeiro batismo – o novo nascimento – a chave que muda tudo!


Leia agora a Parte 3 desse estudo.

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