Esta é a terceira parte das ministrações entregues
pelo irmão Stephen em Pennington, New Jersey - EUA, nos dias 29 e 30
de maio de 1993. O tema é o crescimento espiritual rumo à perfeição
segundo o padrão do Senhor Jesus
Leia também: Parte 1 | Parte 2 .
SEDE VÓS POIS PERFEITOS
PARTE 3
A PRESENÇA DE DEUS
Agora,
antes de entrarmos no caminho da perfeição cristã, penso que tenho de
sublinhar, re-enfatizar um ponto. Porque se perdermos esse ponto, então o
que vamos compartilhar estará fora de foco. Qual é o caminho para a
perfeição cristã? Onde está o caminho? No tempo do Velho Testamento,
Deus apareceu a Abraham e disse: “Eu sou o Deus Todo poderoso. Anda na
Minha presença, e sede perfeito”. A chave para a perfeição é a presença
de Deus. A perfeição é possível porque o nosso Deus é o Deus todo
suficiente. Se apenas andarmos na Sua presença, se apenas vivermos em
Sua presença, Ele nos aperfeiçoará.
Também,
é a graça que nos faz perfeito. Para colocá-lo de outra forma, o
caminho para a perfeição é Cristo. O nosso Senhor Jesus disse: “Eu sou o
Caminho”. Ele é o caminho para a perfeição. Portanto não pense por um
momento que o caminho para a perfeição é algo que devemos fazer. É
porque o fazemos nós mesmos, por isso, podemos chegar à perfeição – de
modo nenhum. Ele é a Sua obra. É verdade que há muito que precisa ser
feito, mas lembrar-se, em um sentido, não fazemos nada porque Ele mesmo
faz tudo. O caminho para a perfeição cristã está de fato Nele, não em
nós. Quero apenas colocar isso como o fundamento.
Depois
que entendemos isto, então dizemos: “Onde está a nossa parte? Qual é a
nossa parte?” No caminho para a perfeição cristã, há a parte divina, e
naturalmente, a parte divina é a parte toda. Mas, de qualquer maneira no
caminho para a perfeição cristã, há uma parte que devemos executar. Se
não executamos a nossa parte, embora esta obra seja feita pelo Próprio
Deus e não por nós, Ele não a fará. Ou Ele pode não ser capaz de
fazê-la. Há um lado humano que temos de considerar.
ESTAR DISPOSTO A ISSO
Em
primeiro lugar, se realmente queremos prosseguir no caminho da
perfeição cristã, então devemos ter certa mentalidade (sentimento). Ou,
colocando de outra forma, temos de ter certa atitude mental. Filipenses
3:15 diz que aqueles que querem ser perfeitos devem estar dispostos (1). Em outras palavras, você tem que ter certo tipo de mentalidade para ser perfeito. Essa é a nossa parte.
(1. Nota
do tradutor: Nas versões em português a palavra usada nesse versículo é
“sentimento” a qual no original tem o sentido de “pensamento”, ou seja,
uma disposição mental e não sentimental).
Quando
somos salvos, recebemos uma nova vida. Mas quando somos salvos,
recebemos uma nova mente? Em um sentido, no momento da nossa conversão, a
nossa mente realmente sofre uma mudança porque o arrependimento
significa uma mudança de mente. A nossa mente tem muito a ver com o
nosso caminhar, com a nossa vida. A forma de você pensar decidirá a
direção que irá tomar. Você é o que é por causa do que pensa. Sobre o
que você coloca a sua mente isso o conduzirá naquela direção. Antes que
fôssemos salvados, a nossa mente era uma mente obscurecida, uma mente
réproba. A forma que pensávamos estava em oposição à mente de Deus. O
que Deus considera como excelente, considerávamos como loucura. Por
causa da nossa mente caída, o modo com que caminhávamos era mais e mais
distante de Deus, mais e mais afundado no pecado, no mundo, conformados a
era presente. Por causa disso que era a nossa mente, isso afetava toda a
nossa vida, todo o nosso caminhar.
Muito
embora você possa não ter dito: “A minha mente está determinada a ir
para o inferno” (ninguém de fato confessará isso), contudo na verdade, é
o que de fato ocorria. Antes que você fosse salvo, a sua mente estava
determinada a ir para o inferno. É o que você desejava, porque o pecado o
levaria àquele lugar. Você amava o pecado. Você não apenas não temia a
Deus, mas odiava as coisas de Deus. Esse é o caminho que marcava a sua
vida. Mas um dia o Espírito Santo veio e tocou a sua consciência, e você
foi despertado. Você foi convencido da pecaminosidade do seu pecado.
Então veio uma mudança em sua mente. Ao em vez de amar o pecado e ir em
direção ao inferno, começou desejar se voltar para Deus e procurar a Sua
salvação.
Antes
de nascermos de novo, haverá um arrependimento. O arrependimento nos
conduz à salvação. Arrependa-se e seja salvo. Se você não se arrepender,
nunca receberá o Senhor Jesus como o seu Salvador porque você não tem
nenhuma necessidade Dele. Mas porque há uma mudança de mente em você,
com essa mudança de mente você fica convicto. Você é convencido de que
precisa de Jesus Cristo como o seu Salvador e assim volta-se a Ele e O
recebe. E quando você crê Nele, recebe uma nova vida em você. Quando
você nasce de novo, realmente recebe uma nova vida, e a sua mente
realmente sofre uma mudança. Mas lembre-se, não é uma mudança drástica,
uma mudança básica. É apenas uma mudança por algum tempo. É superficial
em um sentido, não suficientemente drástica. O resultado é que, depois
que é salvo, você tem uma nova vida em você, mas ainda carrega uma velha
mente. Na emoção do seu novo nascimento, parece como se a sua mente já
tivesse se modificado, porque você ama o Senhor com toda a sua mente. E
você começa a olhar para baixo para o mundo. Parece como se ele tivesse
se modificado. Mas estranhamente, talvez em um mês, talvez em um ano, de
alguma maneira a sua velha mente tomará posse gradualmente de você
novamente.
Você
encontra um conflito. Dentro de você, há uma nova vida que deseja a
Deus. Mas ali em sua mente, você ainda ama as coisas velhas. Você ainda
ama o caminho antigo. A sua avaliação, a sua perspectiva está
gradualmente conduzindo-o de volta para o mundo. Há um conflito em sua
vida. O que você precisa é da renovação da sua mente. Depois que recebeu
uma nova vida, você precisa ter a sua mente renovada. Então haverá uma
unidade dentro de você, e você será capaz de prosseguir no caminho da
perfeição.
A
sua velha mente resiste ao caminho da perfeição porque a sua mente não
gosta da perfeição. Mas como podemos ter essa renovação da nossa mente,
uma mudança completa de atitude? Em Romanos 12:1-2, é dito:
Rogo-vos,
pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
É
dito: “Pela renovação do vosso entendimento [mente]”. A sua mente tem
de ser renovada porque, se a sua mente não for renovada, você será
conformado com o mundo – e a palavra aqui é era. Você será conformado
com a era do mundo. Você será conformado com a moda deste mundo. Você
seguirá a corrente deste mundo. Você não apenas o amará, mas irá se
espremer em seu molde, para se parecer com ele. Sem a renovação da sua
mente, você temerá a vontade perfeita de Deus. Você pensará que a
vontade de Deus é uma coisa terrível. Está sempre em oposição a você.
Qualquer coisa que seja desagradável, esta é a vontade de Deus. Com esse
tipo de mentalidade, como você pode esperar trilhar o caminho da
perfeição? É impossível. Por isso, precisamos ter essa renovação da
mente. Com a renovação da sua mente, haverá uma transformação; isto é,
você será tão transformado em sua mente que olhará para baixo para essa
era do mundo.
Isso
é o que Paulo disse: “Na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como
escória, para que possa ganhar a Cristo”. Não era o que o fariseu Saulo
pensava antes. Saulo o fariseu pensava muito elevadamente em sua herança
judaica. Ele pensava muito elevadamente em suas realizações no
judaísmo. Essas eram as coisas que amava, ele se esforçava, colocava a
sua mente sobre isso. Ele era bastante próspero, até certo grau. Ele
olhava para baixo para a seita dos nazarenos. Ele perseguia a igreja, os
odiava, porque considerava Cristo um impostor do judaísmo. Essa era a
sua mente. Porque essa era a sua mentalidade, então isso é o que Saulo
era. Mas na estrada de Damasco, sob a luz de Deus, ele não apenas foi
salvo, mas adquiriu uma renovação da sua mente. Depois que a sua mente
foi renovada, em Filipenses 3, disse: “Sofri a perda de todas estas
coisas, e as considero como escória”. Quem ama escória? Você quer
livrar-se dela. Ele disse: “A excelência do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas”. Por
causa da renovação da sua mente, ele estava a caminho da perfeição.
Onde a sua mente está colocada?
Precisamos
dessa renovação da nossa mente. A sua mente está renovada? Apenas pense
por um momento, onde você coloca a sua mente? Está a sua mente ainda
sobre as coisas deste mundo, ou a sua mente está colocada nas coisas de
Deus? Você ainda está pensando muito nas coisas da terra, ou está
pensando muito nas coisas do alto? O que você estima mais? O que você
considera como tesouro – as coisas deste mundo, a prosperidade deste
mundo, a posição deste mundo, a fama deste mundo, a popularidade deste
mundo? Ou você estima a Cristo acima de todas as coisas? Onde está a sua
mente?
A
sua “mentalidade” estabelece a sua direção. Precisamos da renovação da
nossa mente. Mas como a nossa mente pode ser renovada? Não podemos mudar
a nossa própria mente. Está além de nós. Essa é a obra do Espírito
Santo. Mas, você tem de fazer uma coisa: apresente o seu corpo como um
sacrifício vivo. Você precisa ser constrangido pelo amor de Cristo.
Quando o amor de Cristo o constrange, você começa a perceber que não
deve viver mais para você mesmo. Você não tem nenhum direito de viver
para você mesmo, buscar pelo seu próprio prazer. Você tem que
oferecer-se a Deus como um sacrifício vivo. Você põe a si mesmo no altar
e diz: “Senhor, sou Seu. De agora em diante, esta pessoa redimida –
espírito, a alma e corpo – é toda Sua. Renuncio a Ti o meu direito.Tu
tens todo direito sobre a minha vida. Faças o que Tu quiseres comigo”.
Isso é consagração.
No
que diz respeito à experiência espiritual, a consagração é a primeira
experiência espiritual. Se você nunca tiver chegado a esse ponto, nunca
começou na experiência cristã. Essa é a primeira experiência cristã.
Você é constrangido pelo amor de Cristo, e se oferece como um sacrifício
vivo. Quando você faz isto, algo acontece. Quando você apresenta o seu
corpo como um sacrifício vivo, o Espírito Santo entra e transforma a sua
mente. A sua mente é diferente agora. O que você considerou tão
precioso, você olha para baixo como escória. O que você considerou como
temeroso, começa a desejar e amar. Isso não é teoria, isso é real.
Tente-o. Quando isso acontece, então você está no caminho da perfeição.
Mais
uma vez, a renovação da mente é necessária. Parece como se você tivesse
que fazer algo. Mas, na verdade, tudo o que você faz é render a si
mesmo. Você não faz nada mais. Você não transforma a sua própria mente.
Você não pode. Você apenas se rende, apenas rende a sua vida, apenas dá a
si mesmo a Cristo. Quando você faz isto, quando você coopera, o
Espírito Santo renova a sua mente, dá a você uma nova mente. Você começa
a ter uma nova perspectiva. A sua avaliação fica diferente e a
“mentalidade” do Espírito é a vida e a paz, a “mentalidade” da carne é
morte.
Um desejo santo
Com
essa mente renovada, vem um novo desejo. Você deseja, você quer todo o
chamado de Deus para você, tudo o que Cristo proveu para você. Você quer
tudo. A primeira coisa no caminho da perfeição é um desejo santo, uma
nova mente, uma nova atitude. Você quer ter tudo o que Deus proveu para
você.
Olhe
para Paulo. Ele disse: “Para conhecê-lo, e à virtude da sua
ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à
sua morte; para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição
dentre os mortos. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito;
mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo
Jesus” (Fp 3:10-12).
Todos
nós fomos comprados por Deus. Ou, colocando de outra forma, Deus nos
prendeu para o Seu propósito. Deus tem um propósito para cada um de nós.
Aquele que Ele predestinou, Ele chamou. Aquele que Ele chamou, Ele
justificou. Aquele que Ele justificou, Ele glorificou, para que possamos
ser todos conformados à imagem do Seu Filho amado. É para isso que
fomos presos por Deus. É o chamamento de Deus concernente a nós. Então
Paulo disse: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas
uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13-14).
Essa
é a mente de Paulo. Se você quiser ser perfeito, tem que estar disposto
desse jeito. Se você estiver disposto de outra maneira, o Senhor lhe
dirá para ser mais disposto. Você está disposto desse jeito? Há um santo
desejo de perfeição? Perfeição significa nada mais que possuir o que
Deus comprou para você. Perfeição significa nada mais que ser o que
Cristo proveu para você. Toda a plenitude da Divindade reside
corporalmente em Cristo, e estais completos Nele. Você pode penetrar,
pode compreender a plenitude da Divindade? Deus, a Sua plenitude, você
pode medi-la – a largura, o comprimento, a profundidade, a altura? Paulo
disse que você não pode medi-la, mas a plenitude de Deus reside em
Cristo corporalmente. Toda a plenitude de Deus, o Seu amor, a Sua
justiça, a Sua santidade, a Sua pureza, o Seu poder, a Sua autoridade, a
Sua glória, tudo de Deus – o imensurável – reside, faz a sua morada em
Cristo corporalmente. E estais completos Nele, tornados cheio Nele,
tornados perfeitos Nele, concluídos Nele.
Você
crê nisso? Você deseja isso? Toda a terra é dada; agora, vá e a possua.
Ponha os seus pés nela um pé de cada vez, e onde quer que pise a planta
dos seus pés, seja seu. Não esteja contente com apenas atravessar o
Jordão e estar colocado em Gilgal e nunca possuir toda a terra. Tenha
uma insatisfação santa, um descontentamento santo.
De
um lado, devemos estar contentes. Em 1 Timóteo 6, encontramos que tendo
o alimento, a roupa e a coberta, devemos estar contentes. O que
queremos mais? A piedade com o contentamento é o grande ganho. Deve
haver um contentamento dentro de nós. Mas por outro lado, tem de haver
um descontentamento santo. Sempre temos que desejar mais do Próprio
Senhor porque há sempre mais que Ele está pronto para nos dar. Essa deve
ser a nossa mentalidade. Mas infelizmente, há muitas pessoas que pensam
de outra maneira.
Em
Filipenses 3, Paul disse: “Por isso todos quantos já somos perfeitos,
sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também
Deus vo-lo revelará” (verso 15). Então você lê nos versos 18 e 19, que,
graças a Deus, estão entre parênteses. Em outras palavras, esses não são
o normal. Você não precisa entrar nos parênteses; você deve estar fora
dos parênteses. Entre parênteses, ele diz:
(Porque
muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo,
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição;
cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam
nas coisas terrenas).
Lembre-se,
Paulo colocou entre parênteses para nos mostrar que pensamos de outra
maneira. Devemos pensar assim, como Paulo pensa.
Mas
infelizmente, há cristãos (essas não são as descrições dos descrentes,
são dos crentes) que pensam de outra maneira. Quando Paulo pensou nesses
crentes que pensam de outra maneira, chorou. Se você realmente entender
isso, também chorará. Não apenas chorará com Paulo, chorará com Cristo.
Você chorará com Deus, porque Deus no Seu amor quer que todos nós
sejamos o que Ele tem para nós. Se pensarmos de outra maneira, como isso
machuca o Seu amor. Por isso Paulo disse: “Quando menciono isso,
choro”. Literalmente choro. Agora esses são crentes. Mas infelizmente, a
mente desses crentes está nas coisas terrenas. Você diz, como isso pode
ser possível? Mas, não só é possível, infelizmente, isso é um fato. A
mente de muitos crentes não é renovada. Eles ainda estão buscando coisas
terrenas. O ventre deles é o seu deus. A vergonha é a glória deles, e o
fim deles é a destruição. A destruição aqui não se refere à perdição
eterna. A destruição aqui se refere ao reino, porque não terão parte no
reino, para reinar e reger com Cristo.
É
uma advertência para nós. Temos de ser advertidos. Primeiro de tudo,
vamos estar, portanto, dispostos. Se você pensa de outra maneira, Deus o
revelará. Possa o Senhor fazê-lo, para que todos nós pensemos assim, e
estaremos no caminho para a perfeição.
VOLTE O SEU CORAÇÃO PARA O SENHOR
Em
segundo lugar, depois que pensamos assim, encontramos em 2 Coríntios
3:18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a
glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”. Se você ler o contexto, encontra
que Paulo está falando sobre o fato de sermos ministros do novo
testamento. Volte ao verso 6: “O qual nos fez também capazes de ser
ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a
letra mata e o espírito vivifica”. Então um parêntese continua até o
final do verso 16. O verso 17 deve ser de fato conectado ao verso 6.
No
parêntese, ele usa a ilustração de Moisés. Moisés subiu a montanha, e
esteve lá na presença de Deus durante quarenta dias e quarenta noites
recebendo os dez mandamentos. Como ele esteve na presença de Deus
durante quarenta dias e quarenta noites, quando desceu da montanha, não
estava consciente de que a sua face brilhava. Por ter vivido na presença
de Deus, a glória de Deus refletiu sobre ele. Ele brilhava tanto, tanto
que os filhos de Israel não podiam contemplar a sua face. Era a mesma
glória que Paulo viu no caminho de Damasco. Ela cegou os seus olhos. Por
isso Moisés teve de cobrir a sua face quando estava com os filhos de
Israel. Mas quando ia à presença de Deus, levantava o véu. Isso
aconteceu a Moisés.
Então
o Espírito Santo tomou essa metáfora e a aplicou aos filhos de Israel.
Em vez do véu sobre a face de Moisés, Ele disse que o véu agora está
sobre a face dos filhos de Israel. “Mas os seus sentidos foram
endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do
velho testamento, o qual foi por Cristo abolido” (ver o verso 14). Em
outras palavras, o véu foi mudado da face de Moisés, e estava agora
sobre a face dos filhos de Israel. Quando liam o Velho Testamento, o
velho concerto, tinham um véu ali. Não podiam ver. Eles viam a letra,
mas não podiam ver o Espírito. E a letra os matou. Eles foram condenados
pelo velho concerto porque não podiam guardar o velho concerto. Eles
não percebiam que o velho concerto devia conduzi-los a Cristo. A lei era
para conduzi-los a Cristo. Mas porque tinham sua face coberta, só
podiam ver a lei, não podiam ver a Cristo, por isso foram condenados.
Mas
é dito: “Mas, quando seu coração voltar ao Senhor, então o véu se
tirará” (ver verso 16). Novamente, a metáfora mudou da face para o
coração. Quando o nosso coração se volta para o Senhor, então o véu é
levantado. Podemos contemplara a glória do Senhor com a face descoberta.
Quando você fizer isto, será transformado da glória em glória, segundo a
Sua imagem, como pelo Senhor, o Espírito. Assim depois da mente, então
vem o coração.
O coração
O
que é o coração? O coração é o centro do nosso ser espiritual, como o
nosso coração físico é o centro do nosso ser físico. O coração, na
Escritura, é o centro do nosso ser espiritual. Provérbios 4:23 diz para
guardar o seu coração acima de todas as coisas, porque dele provém as
saídas da vida. A vida emana do coração. Ela entra no coração; ela
provém do coração. O que é o coração? O coração é composto da mente,
vontade e emoção da alma, mais a consciência do espírito. Isso é o nosso
coração. O coração é onde está a nossa mente. O coração é onde está o
nosso amor. O coração é onde está o nosso desejo, a nossa vontade. O
coração é onde está a nossa consciência que nos dirige. Quando temos uma
nova mente, começamos a pensar assim. Então, junto com a mente, o
coração se volta ao Senhor e une todo o nosso ser ao Senhor. Não apenas a
mente, mas junto com a mente, você encontra que o seu amor começa a ser
conduzido em direção ao Senhor. A sua emoção, o seu afeto começa a se
voltar para o Senhor. Você começa a querer a vontade do Senhor. Você
começa a desejá-Lo. Você quer a Sua vontade. Quando o seu coração se
volta ao Senhor, então o véu é levantado. Você pode contemplar a glória
do Senhor.
Ninguém
pode contemplar a glória do Senhor. No tempo do Velho Testamento, se
alguém quisesse contemplar a glória do Senhor, seria morto. Mas esse
seria o mais alto privilégio que um ser humano poderia alguma vez ter.
Vocês se lembram de Moisés? Porque encontrou favor à vista de Deus,
orou: “Mostre-me A Tua glória”. Esta é a mais elevada oração que o homem
pode alguma vez orar: Mostre-me a Tua glória, deixe-me vê-lo face a
face, em realidade. E Deus disse, “Não, ninguém pode ver a Minha face e
viver. Mas permitirei que vejas as Minhas costas”.
Mas
hoje, através de nosso Senhor Jesus, podemos contemplar a glória do
Senhor com a face descoberta. Por quê? Porque a glória do Senhor está na
face de Jesus Cristo. Hoje, podemos ver a face de Jesus Cristo, e na
face de Jesus Cristo, vemos a glória de Deus. Quando o nosso coração se
volta a Ele, vemos quão belo é o nosso Senhor, quão encantador Ele é.
Ele é o mais confiável dentre dez mil, Ele está além da comparação.
Vemos o Seu amor, vemos a Sua santidade, vemos a Sua justiça, vemos a
Sua pureza, vemos a Sua glória, a Sua humildade. Quando voltamos o nosso
coração ao Senhor, estamos em Sua presença. O vemos. Quando O vemos, o
Espírito de Deus fará a obra de transformação. Não apenas O
contemplando, mas em O contemplarmos, o Espírito de Deus nos
transformará para nos parecermos com Ele de glória em glória; mas, passo
a passo, não imediatamente, como pelo Senhor, o Espírito.
Estando
na presença de Deus durante quarenta dias e quarenta noites, a face de
Moisés brilhou, embora não tenha visto o Próprio Deus. Ele pode ter
visto uma forma, mas não o Próprio Deus. Ele só viu as costas de Deus, o
nome de Deus. Mas hoje, podemos ver a face de Deus na face de Jesus
Cristo. Vemos a Deus, O conhecemos. E quanto mais O vemos, mais o
Espírito Santo nos transformará para nos parecermos com Ele, e a luz
brilhará; mas graças a Deus, não somos conscientes disso.
Onde
está o seu coração? O rei Salomão em Provérbios disse: “Dá-me, filho
meu, o teu coração, e os teus olhos vejam os meus caminhos” (23:26). Se o
nosso coração for dado ao Senhor, os nossos olhos irão se deleitar com o
caminho de Deus e entraremos no caminho para a perfeição.
O CAMINHO DA CRUZ
Ainda
que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo
ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que
lhe obedecem (Hebreus 5:8-9).
Em
primeiro lugar, temos que estar dispostos; então precisamos voltar
nosso coração para Ele; então, em terceiro lugar, o caminho para a
perfeição é o caminho da cruz. Por que é necessário ir pelo caminho da
cruz? É por causa da realidade da queda do homem. Caímos, cometemos
pecados, herdamos a natureza pecadora de nosso antepassado, de Adão.
Estamos vivendo em um mundo que é organizado pelo maligno em oposição a
Deus. Estamos caminhando em nossa carne, e a carne não conhece a vontade
de Deus, ela não gosta da vontade de Deus. Estamos sob o domínio, a
influência do maligno, e a nossa própria vida é a vida do ego. O ego é a
vida da nossa alma. Tudo isso é estorvo para a perfeição.
Para
se ver livre disso, há um só caminho, a cruz. Essa é a razão por que o
nosso Senhor Jesus teve que vir. Ele teve que passar pelo caminho da
cruz. Foi na cruz de nosso Senhor Jesus que Ele carregou os nossos
pecados em Seu próprio corpo, o justo pelo injusto, para que os nossos
pecados pudessem ser perdoados. Foi no corpo de nosso Senhor Jesus,
quando Ele foi crucificado, que o nosso velho homem foi crucificado com
Ele. A natureza pecadora em nós está isolada. Estamos libertos do poder
do pecado, para que possamos não pecar mais. É a cruz de nosso Senhor
Jesus que nos separa do mundo (ver Gálatas 6). A cruz está colocada
entre nós e o mundo. Quando o mundo olha para nós, estamos na cruz. Eles
dizem: “Livre-se dela”. Mas quando olhamos para o mundo, o mundo está
na cruz. Fomos libertos dele. Fomos libertos do mundo pela cruz. Aquele
que é do Senhor entregou a carne, com as suas paixões e lascívias, para
ser crucificada. Por causa da vitória de Cristo na cruz, Ele despojou os
principados e potestades e os expos publicamente na cruz. Por causa da
Sua vitória, hoje podemos reivindicar a vitória sobre os nossos
inimigos.
Muito
embora o nosso Senhor Jesus, o Filho de Deus, o Filho do Homem, fosse
perfeito, contudo aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu, para
que se tornasse o autor da nossa eterna salvação. O Senhor Jesus tem um
ego, um ego humano, mas o Seu ego não está contaminado, é um ego santo e
perfeito. Mas até mesmo esse ego santo teve que ser entregue à cruz.
Pelas coisas que Ele sofreu, aprendeu a obediência. “Não a Minha
vontade, mas que a vontade de Deus seja feita”. E por causa disto, Ele
se tornou o autor da nossa eterna salvação.
O
nosso Senhor Jesus abriu um novo e vivo caminho para nós. Este caminho
novo e vivo é o caminho para a perfeição. É o caminho através do Seu
corpo partido. Esse é o caminho da cruz. Ele dedicou a nós esse caminho.
Esse é o caminho que devemos tomar: Primeiro, a cruz Dele; então, a
nossa cruz. Só depois que recebemos a cruz de nosso Senhor Jesus somos
capazes de tomar a nossa cruz e seguir o Senhor. De outra maneira, não
somos capazes de tomar a nossa cruz. Isso está no fundamento da obra
consumada de Cristo na cruz para que sejamos capazes de reivindicar a
vitória sobre o pecado, sobre a carne, sobre o mundo, sobre nós e sobre o
inimigo. Carregamos a cruz, mas a cruz de Cristo nos carrega.
O
caminho da perfeição é o caminho da cruz, o caminho do sofrimento. Por
sofrimento, não quero dizer apenas algum sofrimento externo; essa é a
parte menor dele. Refiro-me ao sofrimento de nos colocarmos de lado,
negar a nós mesmos. Tome a sua cruz e siga o Senhor. Esse é o caminho
para a perfeição. Qualquer um que não queira negar a si mesmo, que
queira conservar a si mesmo, que rejeite a cruz, que tema o sofrimento
de Cristo não está no caminho da santidade, não está no caminho para a
perfeição.
A
maturidade demanda disciplina. Para que cresçamos saindo da infância da
criancice para a maturidade de homens e mulheres adultos, o nosso Pai
celestial tem que nos punir. Ele tem que nos treinar. O Espírito Santo
arranjará as nossas circunstâncias para nos disciplinar. Às vezes, Ele
nos porá com certas pessoas. Às vezes, Ele permitirá que certas coisas
nos aconteçam para nos disciplinar. Se estivermos sob a Sua disciplina,
se nos humilharmos e nos submetermos à mão poderosa de Deus, então no
tempo devido, Ele nos exaltará.
Esse
é o caminho para a perfeição. Você quer ser perfeito? Venha, e siga o
Senhor. Onde quer que o Cordeiro vá, você vai. Se Ele for a caminho da
cruz, esse é o caminho que você tem que ir. Você está com medo disso? É
muito terrível? É muito difícil? Você diz: “É impossível. É muito para
mim. Não posso”. Mas lembre-se, não é você, é Ele. Tudo o que é
necessitado de você é uma voluntariedade. Tudo o que é necessitado de
você é um desejo. Tudo o que é necessitado de você é o seu coração. Você
não pode fazê-lo. Quem pode negar a si mesmo? Você não pode. Quem quer a
cruz? Ninguém a quer. Se você disser que você ama a cruz, talvez você
ame a cruz que você mesmo criou. Mas quando Deus dá a você a cruz, você a
odeia. Ninguém ama a cruz. Ninguém ama a disciplina. Você não pode
tomá-la; a nossa carne não pode tomá-la.
Mas
há a graça. Há o Espírito Santo, o Consolador. Portanto lembre-se, o
caminho da santidade é pelo poder do Espírito Santo. Não por força, nem
por violência, mas pelo Meu Espírito, disse o Senhor.
Tudo
o que Deus quer de você é a sua vontade – que você queira, deseje,
esteja disposto. Que você entregue a si mesmo, se submeta, se renda.
Você diz: “Senhor, não sou capaz, mas Tu és capaz”. Se você fizer esse
tipo de cooperação, o Espírito de Deus, que é o Espírito da perfeição,
aperfeiçoará você. Quanto mais cedo perceber que está além de você,
melhor, porque então você confiará no Espírito Santo. O Espírito Santo é
o poder de Deus. Ele pode fazer excessivamente mais do que você possa
até mesmo pedir ou pensar. Tente-o, para que possa ser para o louvor da
glória de Deus.
Graças
a Deus, porque Ele está nos chamando para sermos perfeitos porque Ele é
perfeito. Deus está nos chamando para sermos maduros. Deus está nos
chamando para sermos conformado à imagem de Cristo. Haverá dores de
crescimento ao longo do caminho. Você tem que aprender a sofrer por
causa de Cristo. Mas isso é digno. Você descobrirá que não é realmente
você quem o fez, mas é o Espírito Santo quem aperfeiçoa você para o
louvor da glória de Deus. Possa o Senhor nos ajudar.
Vamos orar:
Querido
Pai celestial, realmente louvamos e agradecemos a Ti por que Tu nos
chamaste com um chamamento que é digno de Ti. Tu chamaste a muitos para
serem perfeitos como Tu és perfeito. Realmente reconhecemos que está
além de nós, mas realmente Ti louvamos e agradecemos, Tu que nos
chamaste nos aperfeiçoará. Por isso, hoje apenas nos oferecemos a Ti,
nos rendemos a Ti, e dizemos: Senhor, faça-o para o louvor da Tua
glória. Em nome de nosso Senhor Jesus. Amém.
Copyright © 1995
Christian Tape Ministry – Richmond, Virginia. Todos os direitos reservados.
Primeira impressão: Maio de 1995
Christian Tape Ministry – Richmond, Virginia. Todos os direitos reservados.
Primeira impressão: Maio de 1995
Tradução autorizada do livro: “Be Ye Therefore Perfect”
Editora Restauração – Curitiba-PR – Julho de 2009
Editora Restauração – Curitiba-PR – Julho de 2009
Publicado com permissão.
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