segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MATURIDADE ESPIRITUAL - 1ª PARTE





 

MATURIDADE ESPIRITUAL
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“Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro...
Mas seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”

(Ef 4.14-15)
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PARTE 1

Crescer... amadurecer... Todos nós, desde o primeiro dia que fomos gerados no ventre de nossa mãe, iniciamos um processo de desenvolvimento do nosso organismo. Éramos um embrião um dia... e outro dia éramos um bebê. Depois de crianças, tornamo-nos jovens, e os primeiros sinais do ser humano adulto apareceram. Assim também é a natureza... Quem gosta de comer frutos imaturos, ainda “verdes” na árvore? Como é bom comer um fruto maduro, no devido tempo, não é mesmo? Da mesma forma, Deus também possui um plano de crescimento e amadurecimento espiritual para aqueles que decidem percorrer a jornada cristã rumo ao Pai.
Certa vez, o escritor da Carta aos Hebreus disse assim a respeito do Filho de Deus: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu; e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser autor de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.8-9). Até mesmo o Senhor Jesus teve que passar por um processo de amadurecimento, cujo ápice foi sua morte redentora na Cruz, tornando perfeita sua vida, obra e ministério aqui nesta terra. O Ap. Paulo certa vez disse assim: “Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1Co 13.11). Amadurecimento fala de um abandono das práticas do tempo da infância, passando a ter em seu cotidiano práticas maturas, adequadas para um ser adulto.
A respeito disso, um trecho do Salmo 101.2 diz assim: “Atentarei sabiamente ao caminho da perfeição”... Esse texto nos mostra uma jornada rumo à maturidade espiritual. Para tonarmo-nos maduros espiritualmente, precisamos perseverar em trilhar por um caminho. Essa decisão demanda esforço, diligência, disposição em sofrer as intempéries da ação do tempo até, enfim, amadurecer.

Os degraus da maturidade espiritual

“E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento, e ao conhecimento o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”
(2Pe 1.5-8)
Deus tem um objetivo muito bem definido ao guiar-nos no processo de amadurecimento espiritual: é nos fazer participantes da sua obra, ou como diz a metáfora usada no texto acima: sermos frutíferos. Uma outra tradução desse versículo diz assim: “Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 1.8). Árvore boa é aquela que dá fruto! Certa vez o Senhor Jesus disse assim aos seus discípulos: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele a corta; e todo o que dá fruto ele limpa, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15.2); e também:“Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vão e dêem frutos, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15.16).
No texto de 2 Pedro 1.5-8, ele nos adverte a empregar toda a diligência em acrescentar os seguintes elementos uns aos outros, o que nós chamaremos de degraus, como vemos na figura abaixo:
Mas antes de estudarmos esses degraus, vamos analisar o combustível que devemos utilizar para amadurecermos espiritualmente, conforme veremos a seguir.

O combustível da maturidade espiritual: DILIGÊNCIA
Para começar, vejamos a definição dessa palavra no dicionário:
“Diligência é a virtude humana de seguir um objetivo de vida, conquista ou qualquer tipo de princípio por meios convencionais até chegar ao fim do objetivo”
Ou seja, diligência é a força necessária que eu preciso empregar para alcançar o objetivo que desejo alcançar. Foi sabendo disso que o Ap. Pedro empregou essa palavra especial – diligência – como condição para crescermos espiritualmente: “E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência...”.
Certa vez o Senhor Jesus disse assim: “Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele” (Mt 11.12). Isso me diz que que eu devo esforçar-me, empregar diligência, como disse o ap. Pedro, lutar para alcançar o objetivo. Lembro-me que quando eu e minha esposa nos convertemos ao Senhor Jesus... Havia naquele grupo uns 30 jovens além de nós, e todos participávamos dos encontros, ouvíamos a Palavra, etc. Mas logo o verão chegou, e a cidade onde morávamos é bem perto da praia... Foi o que bastou para que aqueles 30 jovens desistissem de caminhar com Jesus... Vamos lançar luz sobre esse fato lendo os versículos a seguir:
“A [semente] que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.
A [semente] que caiu entre espinhos são os que ouviram, e no decorrer dos dias, foram sufocados com com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer”

(Lc 8.13-14)
Há algum tempo atrás encontramos um desses irmãos, que conversando com ele, nos confessou que até crê em Jesus e congrega em uma igreja, mas que desde aquele tempo vem lutando para largar os vícios. Quando o indagamos sobre isso, a réplica foi imediata contra nós: “mas vocês são pastores, né?!” Foi aí que lembramos da parábola do semeador e dissemos a esse irmão: “sim, hoje somos pastores, mas lembra que começamos todos juntos a mesma jornada? A diferença entre nós foi que, quando o verão chegou, muitos escolheram a praia e a badalação, enquanto nós escolhemos continuar a caminhada com Jesus”. É como o Senhor finalizou a parábola em Lucas 8.15: “a [semente] que caiu em boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retém a palavra; estes frutificam com perseverança”. Infelizmente, queira ou não, tornar-se um cristão maduro depende tão somente do teu esforço e da tua diligência em alcançar esse objetivo, porque tudo o que Deus podia fazer para isso Ele já fez: Primeiro: Te deu a salvação pela morte de Jesus na cruz; Segundo: Te deu a Palavra viva que te mostra o caminho; E terceiro: Te deu o Espírito Santo que te guia, te conduz, te ajuda, te consola e te capacita para vencer essa jornada. Eu te pergunto: precisamos de mais alguma coisa além disso? Creio que não! Apenas precisamos nos esforçar e empregar toda a nossa diligência em alcançar a maturidade espiritual que está disponível a todos nós.

O primeiro degrau: FÉ
Para entendermos bem como ocorre a subida para o primeiro degrau, vamos analisar a passagem onde ocorre a conversão do carcereiro de Filipos na ocasião daquele famoso terremoto que abalou a prisão onde estavam Paulo e Silas:
“Ora, o carcereiro, tendo acordado e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada e ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, porque todos aqui estamos.
Tendo ele pedido luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?
Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. Então lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos os que estavam em sua casa.
Tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes as feridas; e logo foi batizado, ele e todos os seus. Então os fez subir para sua casa, pôs-lhes a mesa e alegrou-se muito com toda a sua casa, por ter crido em Deus”

(At 16.27-34)
O que aconteceu ao carcereiro de Filipos e a toda a sua família foi exatamente subir o primeiro degrau da maturidade cristã: crer em Jesus e ser batizado (confirmado na fé). Todos começam por aqui, e é impossível alguém crescer espiritualmente sem passar por aqui: crer em Jesus e ser batizado.
Na ocasião em que o Ap. Paulo foi despedir-se dos irmãos em Mileto, ele disse assim:
“Vós bem sabeis de que modo me tenho portado entre vós sempre,
desde o primeiro dia em que entrei na Ásia,
servindo ao Senhor com toda a humildade,
e com lágrimas e provações que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram;
como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja,
ensinando-vos publicamente e de casa em casa,
testificando, tanto a judeus como a gregos,
o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus”

(At 20.18-21)
Na pregação de Paulo, o arrependimento é o pré-requisito para o primeiro degrau da jornada cristã: a fé no Senhor Jesus. Na pregação da igreja ocidental nos dias atuais, Jesus não é a pedra angular, o fundamento pela qual minha vida em ruínas será novamente reconstruída, mas apenas um acessório que é agregado ao meu estilo de vida, sem arrependimento. Para eu aceitá-lo como pedra angular, eu preciso remover os meus fundamentos... tudo o que construí sem esse alicerce deve ser derrubado... tudo o que fiz em minha vida sem Cristo não passa de ruínas... “obras mortas” (Hb 6.1), e então aceitá-lo como novo fundamento e iniciar uma nova construção. Isso é arrependimento para com Deus e fé em Jesus Cristo – o primeiro degrau. Uma nova criatura, uma nova vida, um novo caminho para seguir. Depois de arrepender-se, então vem a fé genuína em Cristo: “Aquele que crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de águas vivas” (Jo 7.38). Somente depois de realmente crermos em Jesus é que, então, poderemos alcançar o segundo degrau: “Isso ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem...” (Jo 7.39).

O segundo degrau: VIRTUDE / PODER DO ESPÍRITO SANTO
Além do ocorrido em Atos 16 com o carcereiro de Filipos para alcançar o primeiro degrau do amadurecimento espiritual, outra ocorrência importante para estudarmos é a pregação de Pedro em Atos 2 onde, além de crer em Jesus, o apóstolo fala também do segundo degrau, a virtude ou poder do Espírito Santo:
“Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmo sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.
Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.
Ouvindo eles tais palavras, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”

(At 2.22-24, 37-38)
Em Atos 1.8, quando o Senhor Jesus declarou “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo”, esse “poder” é a palavra dunamis, que significa força explosiva, ou, no contexto atual, pólvora ou dinamite. Nós não podemos remover montanhas, nem destruir fortalezas, mas o Espírito Santo pode! Ele é Deus!
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”
(Jo 14.16-17)
Em João 14.16, quando o Senhor Jesus anuncia o Espírito Santo aos apóstolos, ele o declara como “outro Consolador”. Esse termo, “outro consolador” é o termo grego allos parakletos. Allos significa “outro do mesmo tipo”; e Parakletos que significa “intercessor, defensor, advogado, confortador”. Algumas traduções trazem o termo Ajudador, ao invés de Consolador. Assim como Jesus, sendo Deus Filho, enviado pelo Pai, compadeceu-se das “ovelhas sem pastor” (Mt 9.36), também o Espírito Santo, sendo Deus com o Pai e o Filho, foi enviado a nós pelo Pai para nos consolar. A consolação é um atributo de Deus:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação,
que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação”

(2Co 1.3-5)
Em João 14.26 e em João 16.13, outro atributo do Espírito Santo é ser nosso professor, nosso ensinador, nosso guia, nosso mestre:
“Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”
(Jo 14.26)
“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras”
(Jo 16.13)
Vejamos aqui outra grande semelhança da pessoa do Espírito Santo com o nosso Senhor Jesus... Assim como o Espírito Santo foi enviado pelo Pai como “outro Consolador”, aqui também o Espírito Santo é enviado como guia, como mestre, à semelhança de Jesus.
“Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade...”
(Mt 7.28-29)
“... Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis que eu sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim falo”
(Jo 8.28)
Assim como o Senhor Jesus não falava por si mesmo, mas aquilo que ouvia do Pai, também o Espírito Santo, nos dirá aquilo que ouve do Pai. Isso nos mostra claramente como o termo allos parakletos é perfeitamente aplicado ao Espírito Santo: Ele nosso Consolador assim como Jesus... Ele é nosso Ajudador assim como Jesus... Ele é nosso professor, nosso guia, nosso mestre, assim como Jesus! Se o primeiro degrau do amadurecimento espiritual é a fé no Filho de Deus, o segundo degrau é sermos cheios do Espírito Santo, é termos o poder Dele em nós. Se não alcançarmos a essa condição, não avançaremos. Seremos permanentemente imaturos.


Leia agora a Parte 2 desse estudo.

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