A maioria dos problemas enfrentados numa comunidade tem a ver com a língua. O ser humano é a única criatura com a capacidade de articular as palavras. Ele se comunica através da fala. Isto é uma benção! Contudo, o que é benção pode transformar-se em maldição. Depende do uso. Segundo Jesus, a boca é um retrato fiel do coração, ou seja, a boca fala os pensamentos que habitam no coração. Entretanto podemos perceber em nossa experiência diária que qualquer coisa que mova o coração, agita a língua. As palavras são as roupas dos pensamentos. Aquilo que ocupa o nosso coração acaba saindo pela nossa boca. Por isso, não pode ser puro o coração de alguém cuja língua não é limpa. O falar de uma pessoa denuncia o que está em seu coração e revela o tipo do seu caráter. Mateus 12:34. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.
Em um livro de provérbios chineses está escrito: “Pense antes de falar, mas não fale tudo que pensar”. Isto se encaixa perfeitamente para muitos cônjuges que acabam usando a língua para ferir um ao outro. Somos de certa forma, fruto daquilo que sai de nossa boca. Uma palavra pode destruir um relacionamento que seria cheio de alegrias e prazeres. Somos os principais afetados por nossas palavras de destruição. Sabendo da tremenda influência das nossas palavras, deveríamos ter muita cautela em falar corretamente, e jamais usarmos as nossas bocas para liberar a calamidade. Com certeza você já ouviu dizer que “palavras doem mais que um tapa e fere mais que um projétil”. Quantos cônjuges estão feridos por ouvirem palavras duras, ásperas e agressivas. Nós somos duros com as pessoas que estão próximas de nós do que com um estranho. Normalmente estas pessoas que estão próximas esperam de nós muito amor, e compreensão. Será que estamos oferecendo isto a elas? Quando nós lançamos palavras duras e injuriosas às pessoas que nos cercam, nós é que somos os principais afetados por estas mesmas palavras. Nossas palavras influenciam até a maneira de Deus nos julgar. Jesus estava tratando deste assunto quando disse: Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado. Mateus 12:36-37.
Numa comunidade cristã, uma pessoa “linguaruda” causará terríveis danos à saúde da igreja. A língua tem um potencial destruidor. A maledicência atinge o ser humano por inteiro. É necessário refletir sobre os pecados da língua e sobre o nosso dever de refreá-la. Destruição, intrigas, inimizades, invejas, ira, fofocas são conseqüências desastrosas que podem surgir numa comunidade, se não atentarmos cuidadosamente sobre a nossa maneira de falar. Igrejas são divididas, famílias são desfeitas, amizades são destruídas, guerras surgem por causa de um mal uso da capacidade de articular as palavras. É bom refletir antes de falar. Nossas palavras, se proferidas maldosamente, têm conseqüências desastrosas. Sejamos cuidadosos. Vamos ler em 2 Timóteo 2:16-17. Evita, igualmente, os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto.
Esta psicologicamente provado que as coisas sobre as quais as pessoas gostam de falar e bisbilhotar são aquelas coisas que elas mesmas fazem, ou gostaria de fazer. Falar é o vício entorpecente da maioria das pessoas, é por isso que muita gente deseja falar, ainda que não tenha nada a dizer. Certa vez ouvi alguém dizer que: “devemos falar somente quando nossas palavras forem melhor que o silêncio”. Quantas vezes nós ouvimos ou mesmo proferimos frases e palavras que ferem as pessoas que nós tanto amamos, como por exemplo: “Arrependo-me em ter me casado com você”, você vai me pagar, pelo que está me fazendo”, “oh, seu burro, não sei para que você nasceu”, “você é igual a seus pais”, “eu ainda vou largar de você, pois você não vale nada”, “você vai morrer pobre”. As palavras podem contaminar como um vírus, pois há um poder de vida quanto de morte, ou seja, benção ou maldição. Vejamos o que nos diz a Palavra de Deus em 1 Pedro 3:10. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente.
Se existe algo que precisamos ter cuidado é com a nossa língua. Pois todas as declarações deverão ser muito bem pensadas. Precisamos saber que nossas palavras contêm um grande peso para abençoar e também para amaldiçoar. Vejamos algumas declarações que acabaram em terríveis conseqüências. Uma delas foi de John Lennon, alguns anos depois de dar uma entrevista a uma revista americana, ele disse: “O cristianismo vai se acabar, vai se encolher, desaparecer. Eu não preciso discutir sobre isso. Eu estou certo. Jesus era legal, mas suas disciplinas são muito simples. Hoje, nós somos mais populares que Jesus Cristo”. Lennon, depois de ter dito que os Beatles estavam mais famosos que Jesus Cristo, recebeu cinco tiros de seu próprio fã. Outra pessoa que também andou dizendo algumas besteiras foi Tancredo Neves. Na ocasião da campanha presidencial, disse que se obtivesse 500 votos do seu partido, nem Deus o tiraria da presidência da República. Os votos ele conseguiu, mas o trono lhe foi tirado um dia antes de tomar posse. Em um show no Canecão (RJ), Cazuza deu um trago em um cigarro de maconha e soltou a fumaça para cima e disse: “Deus essa é para você!”. Nem precisa falar em qual situação morreu esse rapaz. Leiamos junto Gálatas 6:7. Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Tanto o conteúdo como a forma como se fala são responsáveis pelas feridas da alma. Uma língua frouxa freqüentemente deixa os ouvintes em apertos. Quantas cabeças têm rolado sob o corte afiado deste músculo ferino! Todos os dias, vidas e mais vidas são destroçadas com o poder de uma língua amolada. Nada é tão aberto para o engano como a boca, e nada é tão escorregadio como a língua. Uma boca escancarada e uma língua lisa são elementos propícios para a disseminação da fraude. Muitas pessoas têm caído espetacularmente por dar crédito a mensagens enganosas. As mentiras não têm pernas, mas voam rápido pelo dorso da língua. Uma língua fraudulenta tem poder destruidor maior que uma bomba atômica, pois os efeitos desta, por mais irradiação que tenha, ficam sempre localizados, mas a contaminação da língua roda o mundo em poucos instantes. Os boatos também fazem parte integrante da língua que ainda não foi tratada pela cruz de Cristo. Toda pessoa que conta boatos sofre de uma inflamação na língua. A doença da língua solta sempre reflete um caráter maldoso, murmurador e maledicente. A língua deles parece a língua das cobras venenosas, e as suas palavras são como o veneno das serpentes. Salmos 140:3 (LH).
Algum tempo atrás ouvi uma mensagem do pastor Glênio Fonseca Paranaguá, onde ele dizia algo muito importante sobre a língua maldita. Ele dizia que: “A língua maldita, ainda, é especialista em calúnia. Define-se calúnia como algo que entra por um ouvido podre e sai como vômito por uma boca fétida. “A calúnia é como lesma: deixa sempre o visco onde passa. O caluniador é o parente mais próximo do demônio, e o mais interessante com esta família é que, tanto os que divulgam como os que escutam se equivalem. A calúnia é um fogo devorador, que consome tudo em que toca, e enegrece o que não pode consumir.” A nossa língua deve ser instrumento para promover a paz e não de acusação ou maledicências. O nosso linguajar deve ser um veículo por onde a graça de Deus podem ser vistos. Devemos lembrar que, quando o nosso velho homem foi crucificado com Cristo foi incluída também nesta morte a “nossa língua”. Quem disciplina a língua, não somente evita grandes desgostos, mas livra-se de grandes dificuldades, e trabalha para a sua própria felicidade. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um. Colossenses 4:6. Não adianta amordaçar alguém com regras, leis ou princípios, se o coração não for trocado pelo poder de Deus. O senhor Thomas Watson perguntava: “Como Cristo pode estar no coração quando o diabo toma posse da língua”? Só um coração transformado pode garantir uma linguagem edificante. A primeira providência para se ter uma conversa sadia é trocar, pelo poder da graça de Deus, o velho coração. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Jeremias 32:39. As palavras são o conteúdo do coração. Mudado o coração, modifica-se completamente a linguagem. O homem cheio de si, fala as coisas que lhe interessam e se preocupa em dizer aquilo que vai levar alguma vantagem. Mas, quando ele se torna esvaziado de si mesmo, pelo poder soberano de Cristo crucificado, então ele poderá ser cheio do Espírito Santo, e vir a falar uma linguagem santa. Gosto muito de uma declaração do pastor Baxter que dizia: “Uma das primeiras coisas que acontece quando alguém está realmente cheio do Espírito Santo não é falar em línguas, mas sim, aprender a dominar a língua que já tem”. Um coração cheio do Espírito Santo tem um timbre e uma fala que correspondem ao linguajar de nosso Senhor. Podemos estar certos de que quem tem uma vida santa vai ter uma conversa sadia e edificante. Por outro lado, uma grande parte das perturbações do mundo decorrem da combinação de uma mente estreita com uma boca larga. Falar uma linguagem sadia é produzir uma comunicação pura e saudável. Muitas enfermidades e doenças estão no teor da nossa conversa. A fala de um coração amargurado é amargosa. A conversa do deprimido é deprimente.A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito. Provérbios 15:4. Pensem comigo: Se a boca é uma expressão do coração, e se o que eu falo é o estoque do que tenho armazenado, então eu tenho que cuidar muito bem dos meus pensamentos. Como pensa o homem no seu coração, assim ele é. Provérbios 23.7a. Por isso a principal ênfase daquele que foi alcançado pela graça de Deus é armazenar a Palavra de Deus em seu coração. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti. Salmos 119:11. Quem tem a Palavra de Deus habitando o seu coração terá com toda a certeza uma linguagem sadia que levará cura, saúde e salvação aos ouvidos aflitos deste mundo sofrido. Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo. Provérbios 16:24. Amém.
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