Porque
de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a
prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Marcos 7:21-22.
É
fundamental a consideração de nós mesmos, ou melhor, o estado do nosso
coração, pois o homem que entende o mal de seu próprio coração, o quanto
ele é vil, é uma pessoa útil, frutífera, firme em suas convicções e
obediente. Por outro lado, o homem caído não é mais coerente, mas
instável, inconstante, distraído por paixões conflitantes e impulsos
cegos e dominado pela luxúria para desobedecer. Impiedade, injustiça,
incredulidade e heresia são as formas naturais de auto-expressão do
pecado. O pecado permeia e polui o homem como um todo. As Escrituras em
toda parte indicam o coração como o lugar do pecado. Há muitas tentações
exteriores que afligem os homens, estimulando-os e provocando-os a
fazer o mal. Mas a raiz e a origem de todas essas coisas estão no
coração. As tentações não colocam nada dentro de um homem que já não
esteja ali. Este
é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos
sucede o mesmo; que também o coração dos filhos dos homens está cheio de
maldade; que há desvarios no seu coração, na sua vida, e que depois se
vão aos mortos. Eclesiastes 9:3.
Você
sabe o que existe entre você e seu próximo pecado? Uma coisa chamada
“tentação”. As tentações são a porta de entrada para qualquer pecado.
Ainda que não tenha reconhecido, você foi tentado antes de pecar. Lutero
disse certa vez que tinha “mais medo do seu coração que do papa e seus
cardeais”. Jesus disse para orarmos e vigiarmos para não cair em
tentação, por isso é nosso dever permanecermos alertas com relação ao
perigo que representamos para nós mesmos. Tende
cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que
recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito
menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte.
Hebreus 12:25.
Dissemos
no começo que o homem é instável, isso porque ele floresce nas
contradições. Por exemplo: eles são ao mesmo tempo inteligentes e tolos,
abertos e reservados, simplórios e obstinados, perdoadores e
vingativos. Assim é o engano do coração de todo homem, ardente ou frio
como uma pedra, fraco ou obstinado. Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Jeremias 17:9.
Diante
desse texto que acabamos de ler podemos crer que é totalmente
impossível manter o coração com uma postura santa diante de qualquer
tarefa se ele não estiver também, em tudo o que fizer, diante de Deus.
Se o pecado nos atrapalha em uma determinada área de nossa vida, ele
terá controle sobre todas as outras. Estejamos alerta em relação a todas
as tentações, pois se elas não forem tratadas no encontro embrionário,
posteriormente prevalecerão. Não há tentação senão humana, portanto,
todas as ações do pecado são chamadas de “desejos da carne.” A mente e a
carne têm desejos. O pecado incita a mente do homem a ter um apetite e
uma inclinação para a cobiça constante. Normalmente, a cobiça apela à
carne por meio da sedução de ganhos e prazeres. Pois
nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados,
escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e
inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Tito 3:3.
A
tentação do coração muitas vezes é a de rasgar e atormentar a alma em
sua loucura desenfreada de cobiça. Isso pode ocorrer em algumas grandes
tentações, como a que Davi teve com Bate-Seba. As pedras de carvão
ardentes são sopradas pelos foles de satanás dentro da fornalha de fogo.
Alguém já disse que “a tentação é algo que nunca devemos estimular, mas
que sempre devemos esperar”. Tentação é o tentador olhando pelo buraco
da fechadura para o quarto em que você vive; ceder à tentação é o ato de
você destrancar a porta e fazer com que seja possível ela entrar. As
tentações vêem sobre nós como erupções inesperadas dentro da alma por
meio da imaginação tola ou pecaminosa. Nesse ponto descobrimos os
pensamentos malignos que nunca soubemos que tínhamos. Paulo então nos
adverte para que sejamos vigilantes a fim de que não sejamos
surpreendidos “em alguma ofensa”. Irmãos,
se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois
espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti
mesmo, para que não sejas também tentado. Gálatas 6:1.
Ser
tentado não é pecado; é o chamado para a batalha. Há muita gente orando
contra a tentação e ao mesmo tempo dá ocasião a ela, isso é o mesmo que
colocar o dedo no fogo e orar para que eles não se queimem. A pessoa
que não resiste à tentação, que não foge dela, sofrerá muita angústia,
desespero e perturbações em sua alma diante da realidade do pecado.
Devemos sempre rogar ao Pai que nos guarde de toda soberba do coração. Também
da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei
irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. Salmos 19:13.
Temos
muitas coisas e pessoas que nos conduzem à tentação; mas se os
seguimos, a culpa será nossa. Doung Barnett, afirmou: “Se você não quer
que o diabo o tente com o fruto proibido, é melhor sair do pomar dele”.
Satanás é muito astuto por isso não podemos ignorar as suas armadilhas.
Thomas Watson falou com muita sabedoria: “Satanás nunca coloca diante
dos homens um prato que eles não apreciem”. Satanás é como um bom
pescador, ele põe isca em seu anzol de acordo com o apetite do peixe. É
melhor recusar a sua isca do que se debater na armadilha. Para que a
tentação seja um sucesso são necessárias duas pessoas; você é uma delas.
Irmãos a melhor maneira de vencermos a tentação é fugirmos dela. Não
seja como muitas pessoas que fogem da tentação, mas que geralmente
contam para onde se mudaram. Tu porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. 1 Timóteo 6:11.
As
tentações só são tentações por causa do que está dentro de nós, não
podemos culpar “alguém” ou “algo”. A única coisa que podemos culpar por
aquela tentação é aquela que reside na cobiça do coração. Jogar a culpa
naquilo que está fora de nós tem sido a forma de fugirmos à
responsabilidade e faltarmos à confiança. Quantas vezes ouvimos a frase
“a mulher me fez comer” ou “a mulher que me deste por esposa” ou “o
fruto era tão bom que eu simplesmente tinha que come-lo”. Tenho ouvido
tantas mentiras de pessoas que cederam à tentação e depois me disseram:
“A tentação era forte demais; não pude evitar” ou ainda “não foi minha
culpa” ou a mais comum de todas: “o diabo me levou a fazer isso”. Estas
são as mentiras normais quando queremos dar a nós mesmos permissão para
sermos tentados. Tornamos as “mentiras” tão lógicas em nossa mente que a
única coisa que fazer é ceder à tentação. O apóstolo Paulo enfrentou
tentação seguidamente, mas aprendeu uma verdade notável sobre como
resistir a estas tentações. Em vez de confiar em mentiras, ele aprendeu
que: Não vos sobreveio tentação
que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais
tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a
tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. 1
Coríntios 10:13.
Então
quando alguém cai em tentação é porque ainda não ganhou a sua
experiência de morte com Cristo. Quando cremos em nossa inclusão em
Cristo, Ele passa a viver em nós e nos socorre na tentação. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. Hebreus 2:18. Amém.
Deus te abençoe em Cristo Jesus.
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