“Não
tires jamais de minha boca a palavra da verdade, pois tenho esperado em teus
juízos.”
Salmos
119.43
Não tires jamais de
minha boca a palavra da verdade. Não me impeças de rogar-te que não me deixes
destituído de livramento; pois como poderia eu continuar a proclamar tua
palavra se achar-me caído? Esse parece-me ser o curso do significado.
A palavra da verdade
não pode ser alegria em nossa boca, a menos que tenhamos experiência dela em
nossa vida, e manter silêncio não pode ser demonstração de sabedoria se não
podemos apoiar nosso testemunho no veredicto de nossa consciência. Esta oração
pode também indicar outros modos pelos quais podemos ser impedidos de falar em
nome do Senhor: como, por exemplo, por cairmos em pecado público; por nosso
aspecto deprimido revelar frustração; por nosso labor sob enfermidade ou
aberração mental, por não encontrarmos nenhuma chance de proclamação ou não
encontrarmos nenhum auditório disposto.
Aquele que outrora pregou
o evangelho com entusiasmo fica cheio de horror ante a ideia de ser despojado
de seu ministério; ele implorará que lhe seja permitido partilhar um pouco seu
santo testemunho e considerará seus domingos silenciosos como dias de banimento
e punição.
Pois tenho esperado em
teus juízos. Ele esperava que Deus surgisse e defendesse sua causa, para que
pudesse falar com confiança acerca de sua fidelidade. Deus é o Autor de nossas
esperanças, e podemos mais oportunamente rogar-lhe que as concretize. Os
juízos de sua providência são o resultado de sua Palavra; o que ele diz nas
Escrituras realmente põe em obra em seu governo providente; podemos, pois,
rogar-lhe que se mostre forte no meio de suas próprias ameaças e promessas, e
que não esperaremos em vão.
Os ministros de Deus
são às vezes silenciados diante dos pecados de seu povo, e isso os leva a rogar
contra tal juízo; seria muitíssimo preferível que sofressem enfermidade ou
pobreza do que ser apagada a chama do evangelho entre eles, e que, portanto,
fossem deixados a perecer sem remédio. Livre-nos o Senhor de que seus ministros
se transformem em instrumentos na aplicação de tal penalidade. Demonstremos uma
esperançosa alegria em Deus, para que possamos suplicar em oração diante dele
quando ameaçar fechar nossos lábios.
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