Publicado em: 23/11/2012
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Texto básico: Salmo 39: 4-7.
Dá-me
a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu
reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de
alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada. Na verdade,
todo homem, por mais firme que esteja, é pura vaidade. Com efeito,
passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e
não sabe quem os levará. E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha
esperança. (Salmos 39:4-7 RA).
Amados, confesso que muitas vezes já me preocupei com essa questão.
Quantos de nós já não se fizemos essa pergunta: Até quantos anos viverei?
No
princípio o tempo de vida do homem se estendia a quase mil anos (
Gênesis 5: 27) , depois, por causa da corrupção causada pelo pecado
passou a cento e vinte (Gênesis 6: 3), isso na época de Abraão, depois
na época de Davi passa para setenta anos (Salmo 90:10), hoje raríssimos
são os que atingem cem anos, apesar de todo o avanço da medicina. Isto
nos mostra a fragilidade da vida humana.
A Bíblia nos ensina que a contagem de tempo para Deus é diferente da nossa contagem.
Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. (Salmos 90:4 RA)
Como Deus conta o tempo?
A Bíblia nos dá uma ideia de como isto se procede.
Os capítulos 4 e 5 de Gênesis nos relatam duas genealogias: a de Caim (4: 17-24) e a de Adão (4: 25 a 5: 32).
Notamos
que na genealogia de Caim não temos a quantidade de anos que viveram.
Já na genealogia de Adão, temos a que idade cada um deles chegou. Vemos
que Caim não está na genealogia de Adão, ela começa por Sete, que quer
dizer “substituto”, já que Abel houvera sido assassinado por Caim, Deus
providenciara um substituto para ele. Essa é uma prefigura de Cristo,
logo em Cristo Deus começa a contar os nossos dias.
A explicação para que Deus não contasse os dias de Caim, está em Gênesis 4: 16.
Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. (Gênesis 4: 16 RA).
Se nos afastarmos da presença do Senhor, nosso tempo não terá contagem.
Para
Deus Caim estava morto. Essa também era a nossa situação antes de
conhecermos Cristo. (Efésios 2: 1-5). Estávamos mortos em nossos delitos
e pecados.
Morto para Deus significa os que não nasceram de novo. Por isso Jesus diz para Nicodemos que era preciso nascer de novo.
O
irmão Win Malgo disse apropriadamente: Aquele que nasce uma única vez
morre duas vezes, mas, aquele que nasce duas vezes, morre uma única vez.
Caim
nasceu uma vez e experimentou a morte eterna. Aqueles que aceitam o
Senhor Jesus, morrem com Cristo e com Ele ressuscitam para uma nova
vida. (Colossenses 3:1-3).
O apóstolo Paulo diz que as coisas do mundo são contrárias as coisas de Deus. (2 Coríntios 2: 14).
A contabilidade de Deus também difere da do homem.
Muitos
de nós aceitamos o Senhor há muitos anos, mas não é isso que conta como
idade espiritual e sim o quanto crescemos no Senhor.
Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite
vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis
suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?
O
que nos dá a entender que, depois de renascidos precisamos de
crescimento, e esse crescimento vem através da comunhão com o Espírito
Santo, por isso precisamos chegar a estatura de varão.
Até
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de
Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de
Cristo, (Efésios 4:13 RA).
A nossa idade para Deus começa a contar a partir do novo nascimento, quando não mais somos escravos do mundo.
Êxodo 12: 2 nos mostra isso através de figuras:
Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. (Êxodo 12:2 RA).
A
contagem para o povo de Israel começou aqui, na libertação do cativeiro
do Egito, aqui foi instituída a Páscoa e o julgamento sobre o Egito; o
cordeiro foi imolado e o povo libertado da escravidão. Hoje, cobertos
pelo sangue precioso de Cristo, nossa Páscoa, somos libertos da
escravidão do mundo, nascemos de novo, é o primeiro mês de nossas vidas,
o começo de nossa vida espiritual.
A partir de então, Deus começa a contar os nossos dias. Ele contará o tempo em que vivemos no Espírito.
Para ilustrarmos isso, vamos usar traçar aqui um paralelo entre duas passagens bíblicas:
e suportou-lhes os maus costumes por cerca de quarenta anos no deserto; e, havendo destruído sete nações na terra de Canaã, deu-lhes essa terra por herança, vencidos cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disto, lhes deu juízes, até o profeta Samuel. Então, eles pediram um rei, e Deus lhes deparou Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, e isto pelo espaço de quarenta anos. E,
tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando
testemunho, disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu
coração, que fará toda a minha vontade. (Atos 13: 18-22 RA)
No
ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do
Egito, Salomão, no ano quarto do seu reinado sobre Israel, no mês de
zive (este é o mês segundo), começou a edificar a Casa do SENHOR. (1 Reis 6:1 RA).
Fazendo
a contagem por Atos 13, temos: 40 anos no deserto + 450 até juízes + 40
anos de Saul + 40 anos de Davi + 3 de Salomão = 573 anos.
Na conta de 1 Reis 6 = 480 anos.
Portanto há uma diferença de 573 – 480 = 93 anos.
Estaria a Palavra de Deus se contradizendo?
É claro que não. Aqui é aplicado o princípio da contagem Divina.
Mesmo depois de libertados do Egito, o povo de Israel se afastou de Deus e por diversas vezes foi escravizado por outros povos.
Então,
a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos de
Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a
Cusã-Risataim oito anos. (Juízes 3:8 RA)
E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei dos moabitas, dezoito anos. (Juízes 3: 14 RA)
Entregou-os
o SENHOR nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. Sísera
era o comandante do seu exército, o qual, então, habitava em
Harosete-Hagoim. Clamaram os
filhos de Israel ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de
ferro e, por vinte anos, oprimia duramente os filhos de Israel. (Juízes
4:2-3 RA)
Fizeram
os filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR; por isso, o SENHOR
os entregou nas mãos dos midianitas por sete anos. (Juízes 6:1 RA)
Tendo
os filhos de Israel tornado a fazer o que era mau perante o SENHOR,
este os entregou nas mãos dos filisteus por quarenta anos. (Juízes 13:1 RA).
Vamos somar esse tempo de cativeiro: 8 + 18 + 20 + 7 + 40 = 93 anos, exatamente a diferença procurada.
Amados, a Palavra de Deus é maravilhosa e inerrante.
Quanto tempo nós temos vivido afastados de Deus?
Já recebemos a vida eterna, fomos libertos da escravidão, fomos trazidos para sua maravilhosa luz.
Vós,
porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1 Pedro 2:9 RA).
Somos trabalhadores de Sua vinha, e que frutos temos produzido?
Se
trabalhamos na vinha, não importa qual a nossa função, precisamos
trabalhar para ela, para que produza frutos. A vinha é a centralidade de
nosso trabalho. Não podemos ficar ociosos, isso é insensatez.
Não importa quando começamos a trabalhar na vinha, mas o quanto trabalhamos e os frutos apresentados.
Na parábola dos trabalhadores da vinda (Mateus 20: 1-16) todos os que foram chamados para o trabalho receberam o mesmo salário.
O Senhor não quer que estejamos desocupados, pois isso só nos afasta do Senhor e nos aproxima do mundo.
O que importa para Deus é o tempo que passamos em Sua presença e é isso que contará.
Oh! Senhor ensina-nos a remir o nosso tempo!
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