Igreja - tirados para fora
“Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos
e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.”
(2Co 11.3)
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos
e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.”
(2Co 11.3)
Nosso propósito ao publicar esse estudo é expor à
luz da Bíblia aquilo que sonhamos e acreditamos ser a vontade de Deus
para a Igreja de Jesus na Terra. Esse não é um sonho somente nosso, mas
de muitos irmãos “escondidos em covas” (1Rs 18.13), remanescentes que
estão buscando a promessa de Apocalipse 14.1-5. Cremos que o fim dessa
dispensação está mais breve do que nunca. A volta de Jesus nunca esteve
tão iminente, tão sensível e real, e cabe a nós cumprir o último
versículo antes do fim da era da Igreja:
“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho de todas as nações. Então, virá o fim.”
(Mt 24.14)
A hora é agora! Esteja onde você estiver, responda a Ele:para testemunho de todas as nações. Então, virá o fim.”
(Mt 24.14)
“Eis-me aqui (no rol do livro está escrito de mim)
para fazer, ó Deus, a tua vontade.”
(Hb 10.7)
para fazer, ó Deus, a tua vontade.”
(Hb 10.7)
Leia também: Parte 2 | Parte 3 | Parte 4.
IGREJA:
"TIRADOS PARA FORA"
"TIRADOS PARA FORA"
"... e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,
e as portas do inferno não prevalescerão contra ela."
(Mt 16.18)
e as portas do inferno não prevalescerão contra ela."
(Mt 16.18)
PARTE 1
Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores
Vamos
iniciar essa conversa estabelecendo um marco de referência para o
pensamento que se seguirá. Quem é Jesus Cristo? Todos sabemos que é o
Filho de Deus. Mas por quê? Por que Ele veio ao mundo? Por que Ele
morreu na cruz e ressuscitou? A resposta é óbvia para nós cristãos, mas
não é tão óbvia para o restante do mundo inteiro.
As
estatísticas atuais nos informam que aproximadamente 15% da população
mundial confessa a fé em Jesus Cristo. Analisando friamente, esse número
seria como uma partida de futebol em que Satanás está ganhando de 6 a 1
contra a Igreja. Mas você pode pensar: “Ah, mas a minha igreja está lotada! Temos dois mil membros todos os domingos! Eu estou fazendo a minha parte!”
Sim, isso é fato inegável, mas nós estamos tão ocupados em nossas tão
afadigosas tarefas que não estamos percebendo, à luz da Bíblia, o enorme
risco de fracasso que nós estamos submetendo o Corpo de Cristo na
Terra. Já pensou no Dia do Juízo, 6 bilhões de pessoas sendo condenadas
ao inferno eterno (vitória pro diabo) enquanto apenas 1 bilhão estará
alcançando a salvação? Será que esse roteiro está de acordo com os
planos eternos de Cristo em sua morte na cruz? Estamos cumprindo nossa
missão? Simplesmente serei salvo e não haverei de prestar contas a
respeito disso? O cenário fica ainda pior quando as estatísticas
demonstram que apenas 5% dos que se chamam “cristãos” são de fato
verdadeiros seguidores de Cristo, aqueles que procuram realmente em tudo
seguir os passos de Seu Mestre e fazer a sua vontade. Analise comigo:
se de fato a porta é estreita como disse o Senhor em Mateus 7.13-14,
isso significa que apenas 0,015% da população mundial alcançará a
salvação se o arrebatamento fosse hoje! Você acha justo que Cristo
morreu por toda a humanidade e só sejam arrebatados 0,015%? Você acha
que não haverá um juízo severo contra nós, os pastores do rebanho Dele?
Medite a respeito.
O exemplo bíblico de Igreja
Por
que o livro de Atos foi escrito? Seria apenas um livro histórico ou
Deus teria alguma intenção maior do que apenas nos fazer conhecer a
história? Se nós, pastores, analisarmos Atos de modo restrito, ou seja –
caminharmos somente conforme está escrito – então descobriremos que
estamos há anos-luz distantes daquilo que o Senhor Jesus ordenou aos
seus ministros. Eu costumo dizer que A Igreja Ocidental (essa que está
visível por aí) é como um foguete espacial que está com um sério
desajuste na sua rota, não obedecendo aos cálculos previamente descritos
nos mapas. Por favor, me responda: esse foguete chegará no seu destino
final? Por acaso não será trágico o seu fim? Vamos ver o exemplo dos
crentes de Beréia, narrado em Atos 17.10:
“Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim.”
(At 17.10)
(At 17.10)
Infelizmente,
não é isso que temos observado na Igreja de Jesus hoje. Não me entenda
mal, não estou dizendo que os líderes não são homens honestos, zelosos
em sua missão, porém temos aceito na Igreja o que Cristo chamou de
“fermento dos fariseus”, uma tradição humana que nos faz ser muito mais
semelhantes ao mundo do que à Igreja que conhecemos em Atos. Quase tudo
que temos hoje na Igreja é fermento: eventos, palestras, encontros,
grupos disso e daquilo, muito entretenimento e ocupação, e quase nada do
Evangelho de Cristo. Vamos ler um pouco do Evangelho de Cristo e
analisar:
“Vós sois o sal da terra;
mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o
sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado
pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire,mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”
(Mt 5.13-16)
“E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós;
para que o mundo creia que tu me enviaste.”
(Jo 17.20-21)
para que o mundo creia que tu me enviaste.”
(Jo 17.20-21)
Sejamos
humildes e sinceros: nós, pastores e líderes da Igreja de Jesus e todos
os membros de nossas igrejas, estamos sendo verdadeiramente sal da
terra e luz do mundo? A nossa luz está resplandecendo diante dos homens?
Estamos fazendo o mundo crer que Jesus verdadeiramente é o Filho de
Deus enviado a salvar a humanidade? Eu posso imaginar o Filho de Deus,
Rei dos reis e Senhor dos senhores, julgando em seu trono dizendo assim:
“e vós, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres da minha Igreja, o que fizeram com os talentos que vos confiei?” E nós, sem nenhuma vergonha responderemos assim: “Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos
demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?” E Ele nos responderá certamente com lágrimas nos olhos: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”
Mas e os dons que operamos em nossas igrejas? E os incontáveis
milagres? E os batismos e aulas de formação de líderes etc e tal?
Irmãos, com o espírito mais correto tente compreender algo que demorou
anos para eu entender, e ainda estou longe de compreender por completo: poucas coisas são necessárias ou até mesmo uma só,
e é isso que devemos escolher (leia Lc 10.38-42). Não serão as boas
obras que nos conduzirão ao Céu, nem a fé sem as obras, muito menos os
diversos dons que o Espírito Santo nos concede, mas será sim o fiel
cumprimento da vontade Dele, aquilo que Ele mandou fazer. Ele mesmo
disse assim:
“Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.”
(Jo 15.14)
Esta é uma afirmação condicional, só seremos amigos de Jesus se fizermos o que Ele manda. Eu entendo isso como o caráter restritivo da vontade de Deus.
É como as coisas funcionam num Reino: você pode ter idéias
maravilhosas, fazer coisas extraordinárias, mas só será válido aquilo
que fez conforme as ordens do Rei. Reino é isso. E a Palavra de Deus
demonstra claramente que o Reino de Cristo é restritivo também.
Vamos
analisar uma característica forte da Igreja de Atos. Antes de subir ao
Céu naqueles últimos momentos com os apóstolos, o Senhor Jesus fez a
seguinte declaração:
“... Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”
(Mt 28.18-20)
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”
(Mt 28.18-20)
Podemos entender
claramente que agora Jesus é Rei e Senhor, e determinou uma ordem aos
seus súditos. Eu te pergunto: você teria coragem de desobedecer à ordem
de um Rei, sabendo a consequência disso? Para nós, ocidentais, é difícil
compreender o significado de Reino, mas para os apóstolos, que estavam
sob o jugo do Império Romano, foi fácil compreender, principalmente
porque agora quem lhes falou foi o Filho de Deus Ressurreto que subiu
aos céus. O que eles fizeram em poucos anos ministério? Olha o que o
livro de Atos nos conta:
“Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome?
e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina
e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.”
(At 5.28)
e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina
e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.”
(At 5.28)
Confesso
aos irmãos que eu não compreendia essa passagem no modo literal, “ipsis
literis”. Foi quando eu pedi ao meu Amigo, o Espírito Santo, que me
ensinasse e me mostrasse o que realmente essa passagem diz. Foi quando
Ele me mostrou numa ilustração uma garrafa de água sendo cheia, cheia...
até transbordar!! Foi lindo demais o que eu vi! E é isso o que o Senhor
realmente quer da Sua Igreja, encher a Terra com o Evangelho até
transbordar, e então vir buscar a sua Amada Noiva. Lembra das tristes
estatísticas citadas há pouco? Comparou com o que o ministério dos
apóstolos causou em Jerusalém? A cidade, que naquela época tinha
aproximadamente 120 mil pessoas, estava tomada pelo Evangelho, não se
ouvia outra coisa, senão que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais nós somos os principais. E
nossas cidades? Estão cheias da doutrina dos apóstolos? Vamos analisar
outra demonstração do ministério dos apóstolos e comparar com os nossos
ministérios:
“Porém, não os achando, arrastaram Jáson e alguns irmãos
à presença dos magistrados da cidade, clamando:
Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui,
os quais Jáson acolheu; e todos eles procedem contra os decretos de César,
dizendo haver outro rei, que é Jesus.”
os quais Jáson acolheu; e todos eles procedem contra os decretos de César,
dizendo haver outro rei, que é Jesus.”
(At 17.6-7)
Amados
irmãos, colegas de ministério, sejamos sinceros: Nossos ministérios,
nossas vidas, nossas igrejas têm transtornado o mundo? Na tradução de
King James, em inglês, isso significa “virar o mundo de cabeça para baixo!”
É por isso irmãos que nós precisamos agora, hoje, nesses dias, refletir
muito sobre o que temos feito de nossos ministérios e ajustar os
ponteiros antes que seja tarde demais. Não apenas as nossas vidas estão
em risco, mas a de nossos ouvintes também:
“Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.”
(1Tm 4.16)
(1Tm 4.16)
A ORDEM DO SENHOR JESUS
Vamos
assumir o princípio da ordem do Senhor Jesus em Mt 28.19-20: Ide...
fazei discípulos... batizando-os... e ensinando-os... ensinando o quê?
Todas as coisas que Ele ordenou aos apóstolos! E mais nada! Lembram do
caráter restritivo do Reino? Esse é o nosso problema! Queremos fazer
outras coisas! Temos muitas idéias etc e tal! Nada disso. Hoje nós
estamos mais para pedras de tropeço do que para amigos de Jesus, dando
asas à nossa imaginação fértil e esquecendo-se das ordens Dele. Nossa
obrigação como pastores é fazer o que Ele mandou: Ir... fazer
discípulos... batizar... e ensinar o que Ele ordenou aos apóstolos.
Então vamos ver como Jesus formou e pastoreou o Seu primeiro rebanho.
1. “Ide...”
Jesus
foi o primeiro missionário da Igreja. Ele morava na presença do Pai, e
por causa do Seu chamado, então saiu do seu lar celestial e veio para
cá, entregando a Sua vida por resgate de muitos. Essa é a regra número 1
de apostolado (apóstolo = enviado = missionário): sair de sua terra e
entregar a sua vida por resgate de um povo, até mesmo morrendo lá se
isso for necessário. Foi Ele quem estabeleceu o padrão para ser
discípulo Dele:
“Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á;
mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.”
mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará.”
(Mt 16.24-25, Mc 8.34-35, Lc 9.23-24)
Nenhum
de nós encontrará nas Santas Escrituras alguém convidando outra pessoa
para “vir à minha igreja”. Não é esse o padrão da Igreja Bíblica, vamos
assim dizer. Nos tempos de Jesus, Ele mesmo ia por “todas as cidades e povoados, ensinando e pregando o evangelho do reino e curando os enfermos” (conforme Mt 9.35). Quando Ele chamou os discípulos, os ordenou a fazer a mesma coisa em Mt 10.5: “A estes doze enviou Jesus...”, nem preciso citar a ordem em Mt 28.19: “Portanto, ide...”. Quando Barnabé e Saulo foram separados pelo Espírito Santo para o apostolado, o texto diz em At 13.3: “Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.”
Irmãos, consegue perceber que o sentido bíblico é “para fora”? Não é
“para dentro”. Mas aí você pode me perguntar: Mas você confia em seus
obreiros a ponto de enviá-los, assim, sem controle? Eu ouço muitos
pastores fazerem essa pergunta: Como controlar isso? Meus irmãos, é
justamente por isso que temos no modelo bíblico a resposta para essas
perguntas. Agora eu pergunto: quem nos controla? Não somos nós guiados
pelo Espírito Santo? Não somos nós guiados por Ele de forma que nossos
discípulos possam tornar-se como nós ou até melhores do que nós? Se esse
não tem sido o resultado do nosso ministério, então estamos falhando
gravemente com nossos discípulos. Nós, pastores, estamos negligenciando a
vocação que nossos discípulos têm de se tornarem maiores do que nós.
Resultado: 6 a 1 pra Satanás...
2. “Fazei discípulos...”
Então,
Jesus, logo no início do seu ministério, começou a chamar seus
discípulos, começando por Pedro, André, Tiago e João, dizendo assim:
“E
Jesus, andando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos - Simão,
chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar,
porque eram pescadores.
porque eram pescadores.
Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.
Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.
E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos - Tiago, filho de Zebedeu,
e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou. Estes, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram- no.”
(Mt 4.18-22)
Como
diz um amigo meu: agora o cinto vai apertar! Amigo pastor, você que
agora está lendo esse estudo, eu te pergunto: será que vale a pena te
seguir? Será que vale a pena alguém largar tudo e seguir o seu
ministério? Sejamos sinceros, nós estamos mentindo para nossas ovelhas,
ajudando-as a ajustar o chamado de Deus com suas vidas naturais porque,
afinal de contas, “precisamos comer”, é o que eu sempre ouço. Não foi
isso que o Senhor fez! Ele chamou uma vez só e os discípulos largaram
tudo! Será que Jesus não sabe que eles têm necessidades naturais?
Lembram do caráter restritivo do reino de Deus? O Rei chamou! Devo
obedecê-lo? Ou devo de alguma forma tentar conciliar a vida natural dos
meus discípulos com a jornada cristã? Não estou defendendo que ninguém
deva trabalhar, mas estou falando da verdade da palavra de Deus, que
nossa motivação deve ser sempre buscar primeiramente o Reino de Deus e a
sua justiça, e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt 6.25-34 e
Lc 12.22-34). Esse deve ser o fator número um em nossos seguidores, e só
será assim se eles verem em nós o exemplo e entenderem que vale a pena
nos seguir: “E eu vos farei pescadores de homens”.
Vamos
falar um pouco de Levi. Se um homem de alta posição hoje entrasse em
nossas igrejas, teríamos a coragem de convidá-lo a largar tudo e
tornar-se nosso discípulo? Pois foi exatamente isso que Jesus fez com
Levi:
“Depois disso saiu e, vendo um publicano chamado Levi,
sentado na coletoria, disse-lhe: Segue-me.
sentado na coletoria, disse-lhe: Segue-me.
Este, deixando tudo, levantou-se e o seguiu.”
(Lc 5.27-28)
É
por causa dessas coisas escritas na Bíblia que eu creio que haverá um
rigor seríssimo contra nós pastores no dia do Juízo, porque não estamos
vivendo o Evangelho e nem exercendo nossos ministérios a exemplo do
Mestre, se é que podemos chamá-Lo assim. Nós achamos tudo lindo na
Palavra de Deus, tudo maravilhoso, dizemos que a Bíblia é o nosso
manual, porém não seguimos os seus passos. Somos fariseus hipócritas na
melhor definição da palavra! A verdade é que somos estéreis, impotentes,
e não somos capazes de conquistar o coração de um discípulo de modo que
este “largue tudo” para alcançar a sua herança. Por quê? Por causa
disso:
“Não é o discípulo mais do que o seu mestre,
nem o servo mais do que o seu senhor.
Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor.
Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?"
(Mt 10.24-25)
nem o servo mais do que o seu senhor.
Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor.
Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?"
(Mt 10.24-25)
Será
que somos parecidos com Jesus? Nossas palavras, nossos atos, nossos
gestos de amor, refletem a Cristo? Perdoem-me os irmãos, e eu também me
incluo nisso, mas a nós cabe apenas ser como Ele é. Se Cristo, sendo
Deus, assumiu a forma de servo, devo eu assumir a forma de um
mega-empresário? Se Cristo entregou a sua vida por resgate de muitos,
devo eu cuidar da minha vida com luxo e conforto? É por isso que hoje
não temos discípulos a exemplo dos que encontramos na Palavra de Deus,
porque simplesmente as pessoas não encontram em nós líderes que valem a
pena seguir, viver e até mesmo morrer se for necessário.
Vejam que detalhe importante encontramos em Mt 10.1 e 5:
“E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade...”
“A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções...”
“A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções...”
Liderar
significa ir à frente. Para ser um bom líder é preciso delegar
autoridade e dar instruções claras e bem definidas. Foi exatamente isso o
que fez o nosso Mestre, e ele não esperou muito tempo para fazer isso:
ele chamou, ensinou e já os enviou, delegando a sua própria autoridade e
dando-lhes instruções de como deviam agir. Parece simples, não é mesmo?
E é simples assim! Nós pastores é que complicamos as coisas...
Precisamos reconhecer e ser como nosso Mestre. Como líderes do Reino de
Deus precisamos retransmitir de modo bem claro as instruções do Senhor
aos seus súditos, começando por mim e por você. Se nossos liderados
verem em nós a autoridade que Cristo delegou aos apóstolos e verem em
nós a obediência que foi notável na vida deles, é certo que então valerá
a pena nos seguir, porque só assim teremos a autoridade de Cristo na
Terra.
3. “Batizando-os...”
Batizar
significa “imergir” ou “molhar totalmente”. Isso aponta para “passagem
de um lado para outro”, ou passar “de seco para molhado”. Quando Jesus
chamou os discípulos, Ele foi claro em definir que era necessário uma
mudança radical, ou melhor, um novo nascimento:
“Em verdade, em verdade te digo que
se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
(Jo 3.3)
se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
(Jo 3.3)
“Em verdade, em verdade te digo que
se alguém não nascer da água e do Espírito,
não pode entrar no reino de Deus.”
não pode entrar no reino de Deus.”
(Jo 3.5)
“Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.”
(Jo 3.7)
O
que Jesus nos ordenou como ministros do Reino de Deus foi tornar bem
claro a todos os ouvintes do Evangelho que, se realmente querem
ingressar o Reino de Deus, precisam passar “de um lado” para “o outro
lado”, precisam passar de “secos” para “molhados”. Os que decidem seguir
a Jesus precisam demonstrar de modo muito claro que mudaram de vida,
abandonaram “o outro lado”, deixaram de ser “secos” e agora estão
“imersos”, “totalmente molhados”. Não podemos simpatizar com os nossos
ouvintes a ponto de negligenciarmos a verdade que os converterá das
trevas para a luz. Filipe mostrou ao eunuco que importava ser salvo pela
fé em Jesus. O eunuco entendeu que era caso de vida ou morte para ele.
Por isso ele tão logo viu um lago já decidiu passar para o outro lado.
Por
que hoje é tão comum haver pessoas “desviadas” do Evangelho? Na minha
cidade há mais desviados do que crentes praticantes! Se todos eles
decidissem hoje voltar às igrejas, não haveria lugar para os “crentes”
sentarem! Na sua cidade é assim também? Por quê? Por que não estamos
ensinando de modo claro que seguir a Jesus não é melhorar de vida, não é
incluir um acessório em seu modo de viver, mas abandonar o mundo e
sujeitar a minha vida ao senhorio Dele. Isso é sair de um reino e entrar
em outro. Há um preço a pagar, e precisamos ensinar a verdade: “...e quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mt 10.38).
4. “Ensinando-os...”
Se
tem um ponto forte onde o Mestre dedicou-se muito foi na formação dos
seus discípulos. Ensinar foi o que Jesus mais fez em seus três anos e
meio de ministério. Eu acredito que, se nós queremos ter líderes bem
formados, a exemplo dos discípulos de Jesus, então, devemos dedicar-nos
muito a ensiná-los... o quê? Tudo o que o Senhor ordenou aos apóstolos.
Onde estão esses escritos? Resposta: Nos Evangelhos! Ali estão todas as
respostas para a formação de líderes parecidos com Jesus: apaixonados
pela obra, que amam uns aos outros, que se compadecem do próximo, que
estabelecem padrões de santidade e caráter dignos de ministros do
Senhor, assim como foram os apóstolos. Vamos ler alguns textos do Mestre
ensinando, começando pelo episódio no templo quando Ele tinha apenas 12
anos de idade:
“E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo,
sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência
e das suas respostas.”
(Lc 2.46-47)
E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência
e das suas respostas.”
(Lc 2.46-47)
“Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado,
aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados...”
(Mt 5.1-3)
“Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.”
(Mt 7.28-29)
“Outra
vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande
multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o
povo estava em terra junto do mar. Então lhes ensinava muitas coisas
por parábolas...”
(Mc 4.1-2)
“... Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis que eu sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim falo.”
(Jo 8.28)
Nos
Evangelhos existem 48 passagens onde o Senhor está ensinando, e 29 onde
o Senhor efetuou curas... vê a diferença? Não significa que curar seja
de menor importância, mas Jesus enfatizou o ensino aos seus discípulos,
justamente porque assim eles seriam amplamente supridos para o
ministério dos apóstolos que se sucederia. E tudo o que Ele ensinava
está nos Evangelhos! Não precisamos complicar, basta seguir os passos do
Mestre. Tem algum ensino necessário que não esteja nos Evangelhos? É
claro que a Bíblia inteira é importante, isso é inquestionável, mas a
pergunta é: falta alguma coisa nos Evangelhos? Ali está a essência do
caráter de Deus, do amor ao próximo, santidade, compaixão, liderança,
salvação... Está tudo ali! “Ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” Tudo o que Jesus ordenou estão nos Evangelhos, sim ou não? Foi o que Jesus ensinou, e considero razoável que nós, pastores, sigamos o exemplo Dele.
Leia agora a Parte 2 desse estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário