A arca da aliança havia sido capturada do exército
de Israel pelos filisteus, que a mantiveram em sua posse por alguns
meses antes de devolvê-la. Depois disso, durante muitos anos, a arca
permaneceu afastada numa pequena vila em Israel (1 Sm 7.1,2).
Depois que Davi chegou ao trono, ele determinou que a
arca, intimamente ligada à presença de Deus no meio do seu povo,
voltasse ao seu devido lugar no centro de Israel. Com entusiasmo,
dispôs-se a fazer exatamente isso.
Na sua primeira tentativa de trazer a arca para
Jerusalém, Davi seguiu o modelo dos métodos mundanos dos filisteus, que
haviam transportado a arca num carro novo (1 Sm 6.7-12). Ele e toda a
casa de Israel fracassaram terrivelmente porque não estavam fazendo a
obra de Deus à maneira de Deus (2 Sm 6.1-7).
“...porque então não o buscamos, segundo nos fora ordenado”
(1 Cr 15.13), Davi reconheceu. Uzá colocou a mão na arca para
estabilizá-la no carro e foi ferido imediatamente – uma advertência para
que nunca entristeçamos o Espírito, nunca apaguemos o Espírito, nunca
resistamos ao Espírito de Deus (Ef 4.30; 1 Ts 5.19; At 7.51).
Embora Davi tenha falhado nessa primeira tentativa de
trazer a arca para Jerusalém e restaurar a manifesta presença de Deus
no meio do seu povo, ele não desanimou. Com coragem renovada, dispôs-se a
fazer a obra de Deus à maneira de Deus.
“Como virá a mim a arca do Senhor?”,
ele perguntou (2 Sm 6.9). Desta vez, ao invés de tentar fazer a obra do
Senhor com métodos do mundo, ele mandou colocar a arca nos ombros dos
levitas, assim como Deus havia ordenado por meio de Moisés (1 Cr 15.15).
A Presença Manifesta de Deus Hoje
Não podemos ficar sem a presença manifesta de Deus no
nosso meio hoje! Somente uma determinação fixa e resoluta haverá de
obter os resultados desejados que terão valor por toda a eternidade. As
bênçãos de ontem não satisfarão as grandes necessidades de hoje. O fato
de que já TIVEMOS a presença manifesta de Deus em nossas vidas e na
nossa igreja não é suficiente. Precisamos ter a presença dele conosco
CONTINUAMENTE!
O evangelista Charles G. Finney, que foi tão
poderosamente usado por Deus nos Estados Unidos e na Inglaterra dois
séculos atrás, converteu-se numa determinada manhã e recebeu um poderoso
batismo no Espírito Santo na mesma noite. Durante muitos anos, Deus
abençoou seu ministério e salvou multidões de almas. Porém, houve
períodos em que ele sentia que a presença de Deus havia “vazado”, e que o
poder do Espírito Santo não acompanhava suas palavras. Nesses casos,
ele se dispunha a buscar novamente a unção do Espírito Santo e, então, a
presença de Deus voltava com poder.
Pense no relacionamento de casamento, por exemplo.
Ser casado é uma coisa, mas existir constante comunhão e amor entre
marido e mulher é outra. A esposa deve sempre ser a noiva, a “paixão” do
marido, e o amor deve fluir em todos os momentos. Entretanto, de tempos
em tempos, há tempestades no mar do matrimônio, e somente a graça de
Deus poderá manter a verdadeira união e a doce comunhão como uma
realidade constante.
Se a esposa foi ofendida ou entristecida por algo que
o marido fez ou não fez, isso não significa que ela o tenha deixado, ou
que está sendo infiel a ele ou que não se considera mais sua esposa.
Contudo, a comunhão certamente precisa ser restaurada para que a brecha
não aumente e para que os propósitos de Deus, no caso do lar cristão,
não sejam derrotados (ver 1 Pe 3.1-7).
Da mesma maneira, se nós que já fomos regenerados e
batizados com o Espírito Santo e sabemos por experiência o que significa
ter o Espírito de Deus em nós, operando através de nós – se nós
perdermos essa unção, não significa necessariamente que tenhamos
voluntária e completamente deixado o Senhor ou que ele nos tenha
abandonado. Ao mesmo tempo, nunca devemos ficar contentes em viver dia
após dia sem aquele mesmo mover do Espírito Santo nas nossas vidas que
experimentamos anteriormente!
Devemos estar cheios do Espírito Santo em todo o tempo.
É uma ordem da Palavra de Deus (Ef 5.18). Jesus, o Cabeça da Igreja,
nosso Mestre e Senhor, nos convida a ir para ele e beber, pois promete
que do nosso interior fluirão rios de água viva (Jo 7.37,38).
Rios de água viva estão fluindo de mim e de
você? Não é uma triste verdade que, de tempos em tempos, o que flui de
nós são águas de contenda, ira, impaciência, incredulidade,
maledicência, desprezo e desdém pelos outros, indiferença, mornidão,
fraqueza, engano, egocentrismo, orgulho, cobiça, aspereza, conivência
com o mal, indelicadeza, inveja e coisas semelhantes a essas? Não é um
fato terrível que há ocasiões em que fluem de nós rios de água
envenenada? Que Deus, por amor a Jesus, tenha misericórdia de nós!
Como Virá a Arca de Deus Para MIM?
Como poderei ter a manifesta presença de Deus
continuamente em minha própria vida? Em minhas orações? No meu
testemunho? Na minha própria influência? O rei Davi foi em frente,
trouxe a arca e colocou-a no seu devido lugar. Deus não faz acepção de
pessoas (At 10.34).
Quando Finney descobria que estava perdendo a unção
do Espírito de Deus em sua vida, ele enfrentava a realidade. Ele não
tentava se enganar dizendo: “É uma prova da minha fé”. Ele sabia muito
bem o que era ter a unção do Espírito Santo e, também, o que era perder
temporariamente essa presença poderosa. Por isso, buscava a Deus
intensamente até que o rio de água viva começasse a fluir novamente de
sua vida!
Tudo Para a Glória de Deus (1 Co 10.31)
Nossas vidas, nossas palavras, nossas ações, nossa
influência devem ser totalmente para a glória de Deus! E, para este fim,
devemos estar sempre cheios com o Espírito Santo! Será que eu estou,
será que você está obedecendo à ordem: “enchei-vos do Espírito”? Nós estamos “andando no Espírito”, conforme a Palavra de Deus nos ordena de forma tão clara e positiva (Ef 5.18; Gl 5.16)? “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia” (1 Co 10.12).
Aqueles que já receberam o batismo com o Espírito
Santo precisam ser cheios novamente, periodicamente, pois o pecado pode
penetrar sorrateiramente até na vida mais santa se não obedecermos ao
Senhor e vigiarmos e orarmos a todo tempo (Lc 21.36). Esses são os fatos
que vemos ao estudarmos as epístolas e as palavras de Jesus no
Apocalipse.
Veja, por exemplo, a igreja em Éfeso. Eles tinham o
ministério do Espírito Santo (At 19.1-6). Destacavam-se entre as igrejas
por sua pureza de doutrina, seu trabalho, sua dedicação. Porém, os
olhos penetrantes do Filho de Deus encontraram algo errado até nessa
igreja zelosa e ortodoxa, e ele precisou dar-lhe uma severa repreensão.
“Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu
primeiro amor” (Ap 2.4), Jesus lhes disse. O Cabeça da Igreja não passou
por cima disso, fazendo uma simples menção da existência de um
problema. Ele não os desculpou pela sua condição. Ele não disse: “Bem,
vocês realmente passaram por muita coisa por amor a mim. Apenas
perseverem e tudo ficará bem”. Não, de modo algum!
Arrependei-vos!
Ouça estas palavras penetrantes: “Lembra-te, pois, de
onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e se
não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te
arrependas” (Ap 2.5).
Na epístola aos efésios, observe estas advertências e
exortações à igreja em Éfeso: “Rogo-vos, pois... que andeis de modo
digno da vocação a que fostes chamados... suportando-vos uns aos outros
em amor... deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu
próximo... Irai-vos, e não pequeis: não se ponha o sol sobre a vossa
ira... Não entristeçais o Espírito de Deus... Longe de vós toda a
amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a
malícia. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou...
Andai como filhos da luz... Enchei-vos do Espírito... Tomai toda a
armadura de Deus... Orando em todo o tempo” (extraído de Efésios,
capítulos 4-6).
“Prossigo Para o Alvo”
Que cada um de nós possa despertar a si mesmo (Is
64.7) e, com profunda humildade, sinceridade e inteireza de coração,
disposição de enfrentar honestamente os fatos, resoluta determinação
“até à morte” e propósito fixo, dizer com o apóstolo Paulo:
“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado;
mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e
avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13).
Que o Senhor da glória nos ajude e nos conceda sua presença manifesta nas nossas vidas individuais e no meio da igreja!
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