Os talentos são naturais, os dons, espirituais. Não existe dom de cantor, existe talento artístico. Os dons são do Espírito e os talentos são nossos. Cantar é talento, mas profecia é um dom para edificação do corpo. A oratória é um talento, o ensino é um dom. Os talentos geram admiração dos artistas, os dons, adoração à Trindade Santa.
Há muito show chamado de culto, mas não passa disso; é show. É lindo, mas não vai além dum espetáculo de talentos. Não estou dizendo que os talentos não podem ser expressões de culto, o que quero dizer é que os talentos sem um espírito quebrantado e a unção, que vem do Espírito Santo, gera apenas vaidade nos artistas e entretenimento no auditório. Assim, a alma se emociona, mas não toca no espírito.
Vemos, na história da igreja, os nossos talentos humanos tentando substituir os dons espirituais, e com isso, observamos a igreja sofrendo por ai com a competição sutil e “espiritualizada” dos talentosos, que querem usurpar o governo do Espírito Santo.
Precisamos entender que a igreja não é uma democracia na qual escolhemos a Deus, mas uma teocracia na qual ele nos escolheu para manifestar a Sua glória refletindo os Seus dons. Não é um grupo de artistas bem dotados, dando espetáculos, mas os filhos do Altíssimo em plena adoração ao Cordeiro de Deus, em perfeita singeleza de coração.
Administrar a igreja através de cursos da FGV, nada tem a ver com administra-la na dependência do Espírito Santo. Ensinar teologia apenas como currículo académico nunca se percebe a identidade do teólogo. Precisamos mais do que uma teologia da cruz, precisamos de teólogos crucificados, exalando o bom perfume da ressurreição de Cristo.
Gosto de William Hendriksen ao dizer: O trabalho da igreja nunca é inútil pois é produto não da mente do homem, mas da graça soberana de Deus, por meio dos dons. É o governo do Espírito de Deus no espírito regenerado do homem, promovendo adoração à Trindade e fazendo brotar o serviço em favor do povo de Deus, sem o foco no servidor.
Os talentos buscam aplausos, mas os dons nunca se exibem. Os talentosos se ressentem quando não são reconhecidos, todavia, aqueles que Deus usa, com Seus dons e os talentos pessoais, não fazem questão dos holofotes, nem se magoam no anonimato.
Mendigos, não vamos criticar os talentos, eles também são dons da criação de Deus. O que se precisa é o espírito da cruz, nos talentos, para que a glória de Deus seja a realidade tanto nestes, como nos dons espirituais.
Do velho mendigo, GP.
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