segunda-feira, 27 de abril de 2015

AMIGO DOS PECADORES - Watchman Nee

AMIGO DOS PECADORES Quando o Senhor Jesus estava na terra, Ele foi tentado em todas as coisas. Ele sentia dor quando sofria; Ele sentia tristeza quando era mal-entendido. Ele experimentou muito sofrimento e encontrou muitas perseguições. Quando Ele experienciou essas tentações, Ele tinha os mesmos sentimentos que nós. Portanto, Ele pode se compadecer de nossas fraquezas. O Senhor se compadece das fraquezas do homem, mas nunca será complacente com o pecado. O Senhor Jesus foi tentado sob todos os aspectos como nós, contudo sem pecado. Ele nunca disse, “Eu Sou complacente com seus pecados; por isso, Eu o perdôo”. Ele se compadecia com a fraqueza da carne do homem. O que é a fraqueza da carne? É a fraqueza em nossa alma. Ele se compadecia com esse tipo de fraqueza. Quando nós sofremos na carne, nossa alma sente-se incomodada. O Senhor pode se compadecer com esse tipo de desconforto. O Senhor expressar compaixão significa que Ele sente o que nós sentimos. Nós já sentimos o que os outros sentem? Nós alguma vez nos compadecemos com os outros? Muitas vezes nós podemos ajudar os outros, mas não temos compaixão por eles. Nós não sentimos os sofrimentos dos outros. Quando vemos uma pessoa doente, podemos dar a ela alguma ajuda material. Mas podemos não sentir sua dor. Exteriormente, pode haver graça, mas interiormente, não há compaixão. Isso significa que nós não sentimos o que ela sente. O Senhor é o Senhor da graça; Ele também é o Senhor da compaixão. A Bíblia tem dois títulos para o Senhor: o Salvador dos pecadores e Amigo dos pecadores (Mt 11:19). O titulo Salvador fala de Sua redenção dos pecadores, e o titulo Amigo fala da Sua comunicação com os pecadores. Ele pode sentir toda a dor e sofrimento dos pecadores. Louvado seja o Senhor. O Senhor Jesus não só é o Salvador dos pecadores, mas também o Amigo dos pecadores! Aqui vemos um pouco das riquezas da Sua glória. Às vezes podemos encontrar algumas dificuldades e estar sós. Muitas pessoas podem torcer o nariz para nós; muitas palavras podem nos magoar. Tudo ao nosso redor parece cinzento. Mas temos que saber que quando o mar desaba sobre nós, o Senhor não é apenas nosso Salvador; Ele é também nosso Amigo! Ele sente o sofrimento que nós sentimos. Ele se compadece conosco e passa por nossas experiências junto conosco. Compaixão era uma característica do Senhor quando Ele estava na terra. A Bíblia registra muitos exemplos de Sua compaixão pelos homens. Ele se compadecia com os doentes e os curavam. Ele se compadeceu dos famintos e alimentou cinco mil e depois quatro mil com pães. Ele ouviu o grito, “Filho de Davi, tem compaixão de mim”, e curou o cego. Quando Ele viu a aflição daqueles cujo parente havia morrido, Ele ressuscitou o morto. Se nossos corações estiverem abertos, nós veremos a compaixão do Senhor derramada sobre nós. Antes de Ele ser o Salvador dos pecadores, Ele era o Amigo dos pecadores. Nós sabemos que nosso Senhor veio a terra para morrer. Se fôssemos nós, teríamos pensado que já que nossa missão é morrer, tudo o que temos de fazer é passar pela nossa morte determinada. Não nos preocuparíamos com qualquer outra coisa. Mas nosso Senhor não era assim. Embora a cruz estivesse à Sua frente, antes de chegar a Sua hora, enquanto Ele estava a caminho da morte, Ele se compadecia com aqueles a quem encontrava e que tinha necessidade Dele. Oh, que Senhor amoroso Ele é! Se alguém quiser compadecer-se com os outros, três coisas são indispensáveis: a primeira é experiência. Para compadecer-se com os outros, a pessoa tem que ter primeiro a experiência. Se você está bem de saúde e nunca esteve doente, você não poderá compadecer-se com pacientes doentes. Se você nunca experimentou uma dor de dente, você não poderá compadecer-se com aqueles que sofrem de dor de dente. Se você nunca esteve com dor de cabeça, você não pode sentir a dor daqueles que sofrem de dores de cabeça. Se você nunca experimentou certo sofrimento, você não pode compartilhar os sentimentos daqueles que experimentam tal sofrimento. Então, você não pode compadecer-se com eles. Experiência é necessária; ajuda a pessoa a compadecer-se com os outros. Uma irmã disse uma vez, “Eu tenho muitas coisas que são difíceis de vencer e muitas coisas nas quais eu tenho falhado. Eventualmente, eu busquei ajuda daqueles irmãos que eram melhores do que eu. Mas eles não entenderam meu problema. Parece que eles nasceram ‘pessoas santas’, e eles nunca tinham tido experiências de fracassos.” Isso mostra que uma pessoa sem experiência não pode compadecer-se com as outras. Por que nosso Senhor não desceu do céu como um adulto? Por que Ele teve que passar pelo útero de uma virgem? Por que Ele teve que ser cuidado, nutrido, e crescer gradualmente? Por que Ele teve que passar por trinta e três anos e meio de sofrimento nessa terra? Por que Ele não foi crucificado três dias após ter nascido para cumprir Sua obra de redenção? Oh, a razão de Ele estar disposto a submeter-se a todos os tipos de limitação e sofrer toda aflição era que Ele queria compadecer-se conosco. Ele aprendeu os princípios do viver humano. Ele era mal-entendido e perseguido. Ele foi desprezado, maltratado, e abandonado pelas pessoas. Por conseqüência, Ele foi crucificado na cruz. Ele suportou todos esses sofrimentos para poder experimentar o gosto amargo da vida humana e compadecer-se com as fraquezas do homem. Seus trinta anos de viver humano e Sua pregação durante os três anos e meio não foram somente para cumprir Sua missão e obra, mas também para compadecer-se conosco. Ele tinha que fazer isso antes de poder compadecer-se com as nossas fraquezas. Se houver um coração partido ou ferido aqui hoje, o Senhor está sentindo o que você sente agora mesmo. Ele conhece suas aflições. Ele não apenas tem a graça para salvá-lo, mas tem um coração que se compadece com você e sente o que você sente. Para compadecer-se com os outros, experiência não é suficiente. A segunda coisa necessária é o amor. Algumas pessoas sofrem de doenças por muitos anos; elas ficam doentes a cada três dias e descansam a cada dois dias. Elas provam a amargura de suas doenças, mas ainda não podem compadecer-se com os pacientes doentes no mundo. Elas só podem compadecer-se com aqueles a quem amam. Elas têm a experiência, mas necessariamente não têm amor. Por conseguinte, elas não podem compadecer-se com todo o mundo. O Senhor pôde compadecer-Se com todo o mundo enquanto esteve na terra porque Ele não apenas tinha a experiência, Ele tinha também o amor. Uma vez quando o Senhor desceu de uma montanha, um leproso O adorou e disse, “Se Tu quiseres, podes me purificar.” Imediatamente, o Senhor o tocou com Sua mão e disse, “Eu quero; fica limpo!” (Mt 8:1-3). Havia um lugar no Seu coração para o leproso. Ele poderia sentir o sofrimento do leproso. Então, Ele o tocou. O Senhor não tinha apenas a experiência; Ele também tinha um coração cheio de amor. Experiência e amor somente não é suficiente. A terceira coisa que você necessita é não estar ocupado com seus próprios negócios. Isso significa que nada o pré-ocupa. Muitas vezes o coração de um homem já está ocupado com alguma coisa; por isso, ele se fecha. Como resultado, ele não pode compadecer-se com os outros. Ele pode dizer, “Eu nem mesmo posso suportar meu próprio fardo. Como posso me compadecer com os outros?” Quando o Senhor estava na terra, Ele possuía uma característica particular: Ele colocou de lado Suas próprias necessidades. O que nosso Senhor não fez é mais maravilhoso e significativo do que o que Ele fez. Quando Ele tinha fome, Ele não transformava as pedras em pães. Quando Ele foi levado pelo inimigo, Ele não pediu para que o Pai O protegesse com doze legiões de anjos. O Seu coração não estava ocupado com Suas questões pessoais. Ele nunca se preocupou com Suas questões pessoais de forma que Ele não pudesse compadecer-Se com os outros. Muitas vezes quando temos nossos próprios fardos e sofrimentos, nós não temos sentimentos pelos sofrimentos dos outros. Mas essa não era a maneira do Senhor. Se Ele tivesse se preocupado apenas com o sofrimento que estava prestes a experimentar na cruz, Ele teria ficado diariamente ocupado com Seu próprio sofrimento. Ele não poderia Ter-se compadecido com os outros. Se Ele tivesse pensado todo o tempo sobre Seu sofrimento — o qual era o maior e o mais duro de todos os sofrimentos — Ele não teria sido capaz de se preocupar e ajudar os outros. Mas o Senhor vivia como se nada fosse acontecer. Quando Ele encontrava os doentes, Ele os curava. Quando Ele encontrava os pobres, Ele pregava o evangelho a eles. Ele agia como se nada fosse acontecer. Ele era completamente compassivo para como os outros. Toda vez que Ele Se compadecia com os outros, Seu coração era como um pedaço de papel em branco no qual qualquer letra ou desenho poderia ser escrito. Louvado seja o Senhor que Seu coração estava completamente vazio e reservado para os outros. Ele não somente Se compadeceu com as pessoas daquele tempo, Ele também Se compadece conosco hoje. Ele é nosso Sumo Sacerdote, e hoje Ele Se compadece conosco no céu. O que Ele experienciou foi milhares de vezes mais severo do que nós experienciamos. Nós podemos confiar Nele e podemos orar a Ele. Qualquer dificuldade que temos, Ele Se une aos nossos sentimentos. Ele é gracioso para conosco, e nos ajuda. Ele nos traz a paz. Hebreu 4:16 diz, “Aproximemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos compaixão e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” Muitas vezes nós sentimos que os outros não consideram que nossos problemas são importantes e que ninguém pode compadecer-se conosco, confortar-nos, ou ajudar-nos. Nesses momentos, nós certamente sentimos quão pesado é nosso fardo e quantos são os nossos sofrimentos. Mas há uma Pessoa no céu que Se compadece conosco. Nós podemos ir confiadamente ao trono da graça para suplicar a Ele. No céu, há uma Pessoa que Se compadece conosco e tem compaixão de nós; Ele sente nosso fardo. Ele tornará nosso fardo leve. Às vezes, nossos amigos na terra podem aliviar nosso fardo, mas esse Amigo no céu está sempre pronto a levar nosso fardo. Ele não só leva nosso fardo em sentimento, mas também em realidade. Ele Se compadece conosco, e Ele é gracioso para nós. É como se fôssemos a única pessoa a quem Ele ama. Ele só se preocupa com as nossas questões. Ele é tal Senhor! Louvado seja o Senhor! Nós temos tal Senhor! From The Collected Works of Watchman Nee, Set 1, Vol. 18, pp. 295-299.

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