(continuação..)
A coisa principal no mundo das trevas são os traços
semelhantes. Fingir é a crista da onda no topo deste período. Todos nós
ficamos confusos quando vemos os demônios disfarçados em anjos. Um
profeta falso portando uma suposta procuração de Jesus pode ser uma das
estratégias mais profundas de Satanás, já que Lúcifer é o imitador mais
arguto que se tem de Deus. Ele sempre finge ser o que não é.
Parece claro que a igreja em Tiatira tipifica bem
esse dualismo na congregação. Há, como que, duas igrejas dentro da mesma
comunidade: Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina.
Cuidado com o cover travestido de artista principal. Um whisky
falsificado é menos perigoso do que essa igreja quase perfeita, embora
tolerante no que é intolerável.
Existe a vide verdadeira, mas, também, uma que esposa
a doutrina sutil do caos, nas profundezas do humanismo. Este campo é um
palco de grandes tragédias. A maioria das ovelhas não sabe discernir o
cão pastor que pastoreia o rebanho, do velho lobo liso e lisonjeiro,
logicamente, mas ainda lobista e mascarado, como se fosse o Cordeiro.
A vida cristã autêntica é definida pela simplicidade
de Cristo em toda a plenitude. Aqueles que não se contentam com Cristo,
em singeleza de coração, acabam por se envolver com as profundezas da
imitação satânica, achando que elas falam do verdadeiro evangelho de
Cristo. Tudo aquilo que promove o orgulho nas entrelinhas e que não trás
as marca da humilhação, sem holofotes, é falso, por mais espetacular
que seja.
A igreja de Jesus Cristo sempre enfrentou muitas
lutas, passa ainda por várias tribulações, vive perseguida, mas não
carrega peso. Quem propõe pôr carga nos ombros do povo de Deus são os
promotores da justiça humana. Como ministros de justiça, eles fazem de
tudo para manter a igreja sob o peso de uma conduta movida ao medo, à
culpa, à vergonha, ao dever e aos interesses. Mas essa atitude foge ao
modelo da fé cristã.
O Senhor não vai colocar mais peso sobre essa igreja ideal, mas manca, e lhe ordena: tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha. Apocalipse 2:25.
O trigo no seio desta comunidade tem função
conservadora que merece atenção especial. Deus sempre manteve um
remanescente no meio da turma que se denomina povo de Deus. Quando o
Senhor retornar, na parousia, Ele terá gente, além da aparência, no bojo
desta estrutura confusa da religião que idolatra tradições, pessoas e
imagens.
Esta igreja complexa e confusa, mas de grandes
virtudes pessoais e de muitas obras, agora está sendo exortada a
observar e conservar as obras de Cristo. Há um apelo muito sério aos
seus membros aqui, a fim de se voltarem diretamente para guardar as
obras de Cristo. Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, Apocalipse 2:26.
No princípio da carta Jesus fala das “tuas obras” e
das “últimas obras” muito mais numerosas do que as primeiras, sempre
ligando-as à igreja e, as elogia. No final, Ele fala do vencedor,
daquele que guarda até o último instante as Suas obras, isto é, as obras
dEle mesmo e o coloca numa posição de destaque no Seu reino milenar.
Vemos aqui duas fontes ou matrizes de obras: aquelas ligadas à justiça
própria e aquelas outras que dependem da justiça do Cordeiro.
Quem é afinal o vencedor? É aquele que experimenta as
Suas obras até o fim. É aquele que depende do sacrifício de Cristo de
ponta a ponta, ou seja, aquele que confia na suficiência da obra de
Cristo e não depende das próprias obras para a sua salvação.
Qual a diferença das tuas obras e das Suas obras?
Quando praticamos as nossas obras elas nos envaidecem, quando temos
êxito, ou, nos entristecemos, quando nós fracassamos. As obras de
Cristo, por outro lado, sempre nos satisfazem. Somos aceitos somente
pelas Suas obras e nunca pelas nossas obras, pois, até as nossas obras
vêm dEle, são feitas por Ele e vão para Ele.
No final Jesus Cristo promete ao vencedor, aquele que vencer com a Sua vitória, que ele terá plena autoridade sobre as nações e
com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem
objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei
ainda a estrela da manhã. Apocalipse 2:27-28.
Nós não seremos vitoriosos por nossos próprios
méritos, nem regeremos com firmeza no Reino milenar por causa das nossas
obras e qualidades, mas por causa da plena suficiência do Cordeiro. De
fato, tudo na vida cristã, do começo ao fim, é dado, promovido,
sustentado e concluído totalmente pela vida substituída de Cristo, em
nós.
Sendo assim, é bom ter discernimento e acuidade
diante dessa atitude sutil de indulgência que vem sempre disfarçada de
adequação: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Apocalipse 2:29.
Todo cuidado é pouco com a tolerância que fomenta,
nas entrelinhas, o culto que cultiva as mais indistintas formas de
idolatria. Esse terreno encontra-se minado e qualquer um de nós corre
risco sério ao andar por ele. Que o Senhor nos guarde. Amém.
Glenio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário