segunda-feira, 19 de agosto de 2013

GOTAS DE GENEROSIDADE XIII - VALE estreito


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Na última Migalha, abordamos a questão do discernimento ante o descaramento da turma que anda à mão armada com a Bíblia, extorquindo os incautos. Falamos da velhice desse crime e da sua universalidade. Vimos que é coisa antiga e que engloba todos os sistemas das religiões em geral. Por isso, precisamos discernir quem é quem nesse imbróglio.

Se Deus tem aseidade, isto é, se Ele não precisa de coisa alguma, por que, eu, que tenho muitas necessidades, devo contribuir para a obra de Deus? Como uma pessoa carente de recursos é convocada a colaborar com a obra de alguém que de nada precisa?

Mas, quem disse que a minha cooperação visa ajudar a Deus? Quem teve essa idéia? Na verdade, quando eu participo nesse mister, é porque Deus, graciosamente, está agindo em meu íntimo para poder ampliar as dimensões de minha alma raquítica. Ele não precisa de coisa alguma, embora eu precise ser dilatado em meu coração com o Seu amor.

Amy Carmichael foi uma pessoa miúda e enferma, um toco de gente; viveu doente como uma missionária por toda a sua vida, na Índia, sem murmuração, expandindo com alegria o seu odre em generosidade. Ela fundou um orfanato para cuidar das crianças carentes e dedicou toda a sua existência sofrida em favor dos menos favorecidos.

Sua história é interessante. Todos, em sua casa, tinham olhos azuis, mas Amy, o sétimo bebê da família Carmichael, nasceu com os seus castanhos. Um dia, como criança, fez uma oração pedindo a Papai do céu para tornar os seu olhos azuis. Quando acordou pela manhã, foi logo ao espelho. E que cor estavam os seus olhos? Castanhos.

Bem cedo, Amy aprendeu que Deus nem sempre responde como a gente pede. Mas, ela também aprendeu que Ele faz muito mais do que a gente pensa. Deus usou a menina de olhos castanhos, que ficou frustrada com a sua oração não respondida e por ser franzina, frágil e enferma, para ter uma visão azul do mundo, com olhos castanhos.

No Reino de Deus a morte é anterior a vida e a divisão expande a visão. A semente morre primeiro para depois renascer, e aí recebe o calor do sol, a umidade da chuva, a seiva da terra, o sopro dos ventos, a seca, as bênçãos e as tormentas, para, então, poder devolver ao semeador os grãos, as espigas e os frutos. A morte para o ego é uma vida abnegada.

Fomos crucificados com Cristo, a fim de termos a vida em expansão generosa e sermos instrumentos de bênção no mundo das misérias. Francisco de Assis dizia: “é dando que se recebe”. Seria tão bom se déssemos amor! Mas não confunda amor com posse.

Mendiguinhos: só para afinar as ideias com a ironia de Oscar Wilde. “Dar bons conselhos – as pessoas gostam de dar o que mais necessitam. Considero isto a mais profunda generosidade”. Já que precisamos sair da teoria para a prática, olhe ao seu lado e veja quem está na mira. No amor do Amado.


Do velho mendigo do vale estreito. GP.

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