sábado, 25 de maio de 2013

Pastor Glênio Fonseca Paranaguá - AS BENÇÃOS DO DESERTO


Pastor Glenio Fonseca Paranaguá - 1ª Igreja Batista de Londrina-PR
01/09/1998.
A experiência genuinamente espiritual sempre nos conduz ao deserto. Podemos mesmo afirmar, que não há cristianismo autêntico sem a prática do deserto. Depois de passarmos pela realidade estimulante do novo nascimento, e de suas alegrias encantadoras, sempre somos conduzidos pelo Espírito, ao deserto, para sermos tratados com os métodos ásperos do deserto. Deus tira-nos, às vezes, apoios terrenos para que possamos nos firmar mais solidamente nele próprio. O deserto faz parte da pedagogia de Deus. Ele é uma escola que só aprova aqueles que provam seus rigores. As dificuldades freqüentemente servem para selecionar os verdadeiros discípulos do cristianismo, pois, quando o caminho é árduo, nossa fé em Deus guarda uma canção em nosso coração. Assim, a estrada da santidade efetivamente passa pelo caminho do deserto, e muitos cristãos ficam surpresos com as tribulações que atropelam a sua jornada.
Somente aqueles que se embrenham nos ermos do deserto aprendem a confiar inteiramente em Deus. Se é difícil seguir um mapa nos descampados desérticos, é conveniente seguir à risca a orientação do guia experiente. A dependência de Deus não surge automaticamente. A fé verídica exige confirmação. O cristão precisa confiar em um Deus que não aparece em primeiro plano. Mesmo quando o caminho de Deus passa pelo deserto, sem qualquer referência ou ponto de apoio, a confiança nEle constitui o único traçado para o destino certo. Os contratempos são os mandatos ocultos do amor, para nos ensinar a depender totalmente de Deus. O grande desígnio de Deus em todas as aflições que sobrevêm ao seu povo é trazê-lo mais perto, mais junto dele mesmo, a fim de torná-lo inteiramente dependente de sua suficiente graça.
Muitos cristãos reclamam ou se espantam com as experiências do deserto. Muitos acham que suas vidas se tornaram confusas e penosas desde que abraçaram a fé. Parece estranho que a boa notícia do Evangelho acabe num abandono de relações, e que Deus permita que seus filhos andem sozinhos por desertos abrasadores e com vidas miseráveis. Mas, a verdade é outra: Devemos nos pasmar, quando virmos os cristãos falando da terra prometida sem terem passado pelo deserto. A grande surpresa fica por conta daqueles que querem viver a vida de fé sem o sufoco das provações. Elbert Hubbard ressaltou: Deus não examinará você procurando medalhas, certificados ou diplomas, mas sim cicatrizes. As marcas do deserto são de fato os sinais de uma vida que peregrinou sob a confiança do Senhor. Jamais existiu um santo sem cicatrizes.
Deus reiteradamente recruta seus melhores soldados nas areias escaldantes do deserto. Moisés saiu de um palácio real para a realidade ressequida do deserto. Saiu da custódia orgulhosa das pretensões humanas, para o laboratório incendiante de caráter divino. E foi exatamente no deserto que Deus forjou a têmpera mosaica da liderança espiritual. As Escrituras mostram de forma definitiva que a tribulação é produto natural de um cristianismo genuíno. Não é possível receber a revelação de filho de Deus sem ser conduzido pelo Espírito ao deserto, a fim de ser tentado e provado. Eis uma voz dos céus que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Mateus 3:17-4:1. O cristianismo que descarta as tentações e provações como experiências naturais está fadado ao triunfalismo heróico da soberba humana. George Whitefield foi iluminado quando mostrou: Enquanto estiver deste lado da eternidade, jamais esperarei ficar livre das tribulações – só espero que elas variem. Pois é necessário curar o orgulho do meu coração; para tanto, elas precisam ocorrer. A Bíblia mostra que o povo de Israel necessitava peregrinar os quarenta anos no deserto, para ser tratado por Deus na sua estrutura moral e espiritual. Aquele caminho foi um sistema educacional. É necessário um esquema de treinamento, a fim de esculpir os traços que evidenciem o caráter de Cristo. Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Deuteronômio 8:2. Como vemos, a metodologia do deserto tinha como finalidade conduzir à humildade, à dependência de Deus e à convicção do coração; e os quarenta anos constituíam o período indispensável para aprovação ou reprovação do povo.
O deserto foi sempre um lugar de privações e provações. Um lugar de dúvidas e decepções, mas também um lugar da providência divina. Falaram contra Deus, dizendo: Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto? Salmo 78:19. Aqueles que duvidam invertem a metáfora e insistem em que precisam de fé tão grande quanto uma montanha para mover uma semente de mostarda. É preciso um deserto para perceber o Deus Todo-Poderoso agindo na falência de nosso entendimento. Zombar de Deus é a coisa mais impossível da vida. Mas os erros da fé são melhores do que os melhores pensamentos da incredulidade. Nada obstante, ordenou às alturas e abriu as portas dos céus; fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. Salmo 78:23-24. Não há burrice mais brutal do que esquecer de Deus. Não há deserto que possa anular a fidelidade da Palavra de Deus. Mesmo quando estamos atravessando os momentos mais difíceis, jamais podemos esquecer as suas promessas. Tu és meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus, eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. Isaías 41:9b-10. Acredite em suas crenças e duvide de suas dúvidas; não cometa o erro de duvidar de suas crenças e de acreditar em suas dúvidas. A fidelidade de Deus será sempre a nossa proteção nas tribulações do deserto, e como o salmista, temos que reconhecer: Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão. Salmo 37:25.
Nenhum deserto é inútil na vida do filho de Deus. Tempos de aflição são geralmente tempos de vitória para o povo de Deus. O coador apertado de hoje, amiudadamente se constitui no vestibular à Universidade da Vida Abundante. Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso. Salmo 66:10-12. Cada crise pode representar a hora em que Deus dá início a novas dimensões em nossas vidas. Quanto mais árido é o deserto, mais exuberante será o jardim em que ele se tornará. O deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso. Isaías 35:1. Se hoje a sua vida está passando por um deserto, glorifique a Deus pela bênção de ser escolhido a peregrinar na terra da libertação, pois quando tiver passado para Canaã, os velhos modelos do Egito já terão perdido o seu valor. O verdadeiro problema não está na razão por que algumas pessoas piedosas, humildes e crentes sofrem, mas por que algumas não sofrem.

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