segunda-feira, 3 de setembro de 2012

DANA CONGDON - Mostra-me o teu caminho

As obras, os caminhos e o propósito de Deus.

Dana Congdon (USA)

Minha carga é que a oração de Moisés seja a nossa oração e carga. «Mostra-me o teu caminho, Oh Senhor. Esta é a oração que foi feita por um homem que já tinha chegado a certo nível em seu caminho espiritual. Ele não era um principiante; ele já conhecia o seu Deus, tinha obedecido ao seu Deus, tinha servido ao seu Deus. E apesar disso, chegou um momento em que ele não soube como prosseguir, e então orou: «Senhor, mostra-me o teu caminho».



Três assuntos progressivos

Nas três passagens lidas, podemos ver que há uma progressão em nosso conhecimento do Senhor. Primeiro, existem as obras do Senhor. Nos Salmos nos diz que o Senhor mostrou os seus caminhos a Moisés, mas as suas obras aos filhos de Israel. Nós louvamos ao nosso Deus porque ele é um Deus vivo que atua na história. Nós conhecemos as suas obras. Ele nos salva, ele nos cura; ele é o Deus vivo, e ele está operando hoje. Se Deus não tivesse decidido revelar-se por suas obras, nós nunca o conheceríamos. Muitas filosofias e religiões deste mundo especulam como é Deus; mas sempre que vemos a mão de Deus atuando, podemos ver um pouco do seu coração amoroso.

Moisés tinha visto a Deus operando. Mas há outro nível. «Mostra-me os teus caminhos, Oh Senhor». Alguns cristãos têm recebido a salvação em Jesus Cristo. Deus operou e respondeu às suas orações. Deus faz isso gratuitamente, por sua graça. E ele espera por uma resposta. Quem está disposto a subir essa montanha e dizer: ‘Oh, Senhor, já vi as suas obras; agora mostra-me o teu caminho’?

Atrás do poder das suas obras, há uma inteligência e um propósito divino. Deus deseja que os seus filhos venham a ele e lhe peçam que lhes mostre os seus caminhos. É lógico, não queremos simplesmente aprender os seus caminhos para ter inteligência religiosa. Por que Moisés pediu ao Senhor que lhe mostrasse os seus caminhos? Porque não só há as obras e os caminhos de Deus, como também os propósitos de Deus.

«Mostra-me o teu caminho, para que eu te conheça». Esse é o fim de todas as obras que Deus fez. E seja o que Deus nos tenha mostrado de suas obras, de sua vontade, de suas intenções, o propósito de tudo isso é que conheçamos a ele.

Nós estamos agradecidos porque todo cristão verdadeiro pode dizer que já conheceu as obras de Deus. Mas nem todos os cristãos estão procurando conhecer os caminhos de Deus. É como aqueles dez leprosos, onde apenas um voltou para conhecer aquele que o tinha curado. Sabemos que há um grupo menor de pessoas que estão procurando seguir os seus caminhos.

Agora, o que te acontecerá quando você quiser seguir os caminhos do Senhor? A primeira coisa que acontece é que algo vai te confundir muito. Os seus caminhos são mais altos do que os nossos. É como aquela multidão que se reuniu para ouvir o Senhor, e ele lhes falava em parábolas. Eles vieram com fome, e lhe perguntaram: ‘O que é o reino do Deus?’. E Jesus responde: ‘É como o semeador que semeou no campo’. E as pessoas disseram: ‘O que? Isto não tem sentido’. Mas estas pessoas continuaram voltando para Jesus. E os discípulos disseram a Jesus: ‘Nós não entendemos as parábolas’.

Se você tentar compreendê-las com sua ágil mente, nunca o conseguirá. Quando Pedro pensou que tinha entendido, na realidade não tinha compreendido nada. Mas o mais inteligente que Pedro fez foi dizer: ‘Não entendo’. E assim, o Senhor explicou. E ele disse: «A quem muito é dado, mais lhe será dado, e ao que não tem muito, até o que tem lhe será tirado». E Pedro diz: ‘O queeé?’.

Às vezes, para conhecer os seus caminhos, temos que ser levados a rogar-lhe que nos mostre os seus caminhos. Nós podemos ler a Bíblia e olhar para os caminhos de Deus e adorar a Deus, mas para ler a Bíblia e realmente entender os seus caminhos, necessitamos de um estudo mais profundo.

Aqui no Chile há ouro. Nos Estados Unidos, também há ouro, na Califórnia. Nós tivemos o que se conhece como ‘a febre do ouro’; todas as pessoas iam para a Califórnia. As pessoas criam que iam encontrar ouro como pedras tiradas do chão, mas quando viram que tinham que cavar, muitos retornaram para casa. Então, muitos conhecem as obras de Deus; mas muito poucos os seus caminhos, e menos ainda o conhecem.

Recordem a oração em Oséias: «Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor». Muitas vezes, quando temos o desejo de conhecer mais ao Senhor, parece que ele se torna muito mais difícil de entender.

Eu me pergunto se realmente já compreendemos um dos maiores mistérios da nossa vida que normalmente conhecemos melhor ao Senhor em tempos de grande dificuldade. A princípio, parece-nos como se o Senhor estivesse se ocultando, mas quando finalmente ele se revela às nossas vidas, começamos a entender a preciosidade do que é a participação dos seus sofrimentos.

Então, temos três coisas: temos as suas obras, os  seus caminhos e conhecer a ele mesmo. E vemos que Moisés está fazendo esta oração: «Mostra-me os teus caminhos, Senhor, para que eu te conheça». E também temos que notar que há um contraste entre estas passagens que lemos. A maioria dos filhos de Israel não se importava de conhecer o Senhor ou os seus caminhos; tudo o que queriam eram as suas obras. E Deus lhes disse: «Eu estive operando em vocês por quarenta anos, e embora vocês me tentassem dez vezes, ainda estava com vocês; mas eu vejo que há um problema com o coração de vocês: Vocês não conheceram os meus caminhos, e por isso não entrarão no meu repouso».

Sempre que conhecemos o Senhor, há descanso, porque imediatamente a nossa confiança é transferida de nós para ele. Mas, como sabem, este exemplo dos filhos de Israel é dito a respeito de nós no livro de Hebreus. Porque aqueles cristãos que receberam a epístola aos Hebreus também tinham conhecido as obras de Deus, mas estavam em risco de não entrar no repouso de Deus.

Os filhos de Israel viram as obras de Deus? Sim. Eles viram todas as pragas no Egito; eles podiam relembrar a noite da páscoa, em que o anjo não os feriu, viram como Deus abriu o Mar Vermelho, e eles receberam a água da rocha, comeram o maná que caiu dos céus, receberam as leis que Deus lhes deu dos céus, viram a edificação do tabernáculo, viram que seus calçados nunca se gastaram, e viram as vitórias sobre os seus inimigos quando estes os atacaram, e até viram diariamente a glória de Deus.

Mas, vocês podem notar? Eles se acostumaram com a glória de Deus. Eles não estavam muito interessados nos caminhos de Deus; tudo o que queriam eram os seus feitos. E recorda que uma vez Deus lhes falou da montanha, e eles disseram: ‘Por favor, não nos fale mais, é muito espantoso. Fala com Moisés, e Moisés nos falará’.

Este povo viu as obras de Deus por quarenta anos. Mas, qual foi o seu testemunho? Você sabe, isto acusa a nós cristãos. Se nós compreendêssemos o nosso Deus, saberíamos que não podemos murmurar. Quando um cristão murmura, é como retornar para o deserto. Mas se realmente conhece os caminhos de Deus, e o próprio Deus, você nunca vai murmurar.

E os filhos de Israel deveriam estar conosco hoje, dizendo: ‘Deus vive; Deus reina’. Mas, você lembra qual foi o seu testemunho? Se você escutasse o que Israel dizia: ‘Você nos trouxe para o deserto para morrermos aqui. Onde está a água? O que é este maná? Queremos carne! Será que Deus pode pôr uma mesa para nós no deserto? Vamos voltar, vamos designar um novo líder. Oh, quão maravilhoso era o Egito! Oh, as cebolas do Egito!’. Que testemunho é esse? Um testemunho de murmuradores.

E digo a vocês, irmãos e irmãs: É possível que Deus atue em nossa vida, mas se nós não o buscarmos intensamente para conhecer os seus caminhos, nós vamos ver que até pessoas que receberam milagres em suas vidas vão terminar não crendo. Como é possível isso? Porque nossa vida espiritual só pode ser vivida em um relacionamento e em uma busca viva de Deus. Nós não queremos ser como esses filhos de Israel. Não, vamos nos concentrar em Moisés sobre a montanha.



Moisés sobre a montanha

Queremos por um momento considerar Moisés. Nós vemos a sua oração no versículo 13: «Agora, pois, se tiver achado graça aos teus olhos, rogo-te que me mostres agora o teu caminho, para que te conheça, e ache graça aos teus olhos». Moisés estava em cima, na montanha, fazendo esta oração. Ele queria conhecer os caminhos do Senhor; estava desesperado por conhecer os caminhos do Senhor, e Deus o estava preparando para o que lhe esperava adiante.

E, o que lhe esperava adiante? Era o caminho da cruz. Desse momento em diante, por 37 anos, ele deu a sua vida a favor do povo de Israel. Que caminho ele teve que tomar! Mas ele estava desejoso; ele fez esta oração procedente de um coração que desejava conhecer os caminhos do Senhor.

Nós podemos dizer duas coisas de Moisés, que percebemos: Ele já conhecia um pouco de Deus. E, o que acontece com alguém que já conhece um pouquinho de Deus? Se essa pessoa crescer em seu desejo de uma forma normal vai querer conhecer mais a Deus. Moisés encontrou a Deus na sarça ardente, e aprendeu que seu nome era Eu Sou. Isso foi algo que transformou a vida de Moisés. E Moisés soube que, ao conhecer os seus caminhos, ele conheceria o próprio Deus.

Quem quer o caminho da cruz? Normalmente, ninguém. Mas pelo gozo que está reservado, você pode suportar a cruz. Isso nos diz de Jesus em Hebreus capítulo 12. Pelo gozo que estava diante dele, ele suportou a cruz. E esse gozo não era nada mais que a aprovação de seu Pai. Você conhece um pouquinho de Deus, e tem desejo de conhecê-lo mais. Isso deve nos trazer para a montanha para lhe dizer: ‘Mostra-me os teus caminhos’.

A segunda coisa que vemos de Moisés: Que cristão você conhece que nunca orou: ‘Mostra-me os teus caminhos’? Creio que todo cristão ora dessa maneira. Mas o que nós queremos dizer quando oramos assim, e o que Moisés queria dizer, é muito diferente.

Nós escutamos a uma querida irmã que ora: ‘Mostra-me os teus caminhos, Senhor’. E o que ela quer é um marido. ‘Mostra-me os teus caminhos, Senhor’, e eu quero saber em qual universidade vou estudar. ‘Mostra-me os teus caminhos, Senhor’, porque necessito de mais dinheiro para viver. Essas são as  nossas orações, mas não o que Moisés estava orando. Moisés estava sendo preparado para algo maior.

Todo cristão ora: ‘Mostra-me os teus caminhos’. Mas o que queremos dizer normalmente é: ‘Mostra-me a tua vontade’. Entretanto, Moisés orava: ‘Mostra-me os teus caminhos, Senhor’, querendo dizer: ‘Mostra-me o teu coração, Senhor’.

Uma coisa é conhecer a sua vontade. Em certo sentido, os filhos de Israel conheciam a vontade de Deus, porque tinham suas leis; mas o que não conheciam era o coração de Deus. Mas Moisés foi preparado. Quando ele estava pedindo conhecer o caminho de Deus, qual foi a preparação principal que ele teve? O que é que prepara a alguém para fazer uma oração como esta?

Moisés podia orar: ‘Mostra-me o teu caminho, Oh Senhor’, porque ele tinha chegado ao fim do seu próprio caminho. Quem vai orar: ‘Mostra-me o teu caminho’, se você crê que conhece o caminho? Se pensarmos que sabemos o que temos que fazer, diremos: ‘Querido Deus, eu vou fazer isto; por favor, abençoe-o’. Mas sabemos que Moisés foi uma pessoa «desinflada». Quando teve que fugir do Egito, ele era uma pessoa muito importante, mas por quarenta anos, Deus o esteve desinflando.

Moisés se transformou em um pneu desinflado e enrugado. Tudo o que ele podia fazer era falar com as ovelhas; nem sequer podia falar. E quando chegou ao final de si mesmo, ele não tinha nenhum outro lugar ao qual ir a não ser morrer.

Mas não esqueçam, quando Moisés viu a sarça ardente, ele não só viu a Jehová. Que mais ele viu? Ele entendeu que ele mesmo era essa sarça ardente. Eu não tenho vida em mim mesmo; sou só uma sarça sem nenhum valor. Mas a vida de Deus pode queimar e queimar, e a sarça não se consome. Você concorda comigo? Aos oitenta anos, Moisés já estava acabado. Mas é a esse lugar que uma pessoa tem que chegar, para que a chama de Deus seja pura.

E, sabe o que acontece? Entre os oitenta e os cento e vinte anos de idade, Moisés não envelheceu; a sua visão ainda era forte e clara; a sua voz saía com firmeza por causa da vida de Deus. Mas viu que ele não era nada.

Você é como uma sarça ardente? Ou é como uma árvore muito frondosa? Bom, essa foi a preparação que Moisés teve que ter. Com oitenta anos, Moisés tinha que passar outros quarenta anos no deserto. Então, qual é o problema disso? Toda a geração mais velha estava morrendo ao seu redor e dizendo: ‘Nós odiamos este deserto’. Mas, à medida que Moisés intercedia pelo povo, em seu rosto ele encontrou o seu Deus misericordioso.

E um pouquinho antes de morrer, ele nos deu o livro de Deuteronômio, a segunda lei. Ele tinha escutado a lei quarenta anos antes, mas agora ele conhecia o Deus da lei, e falou com esse povo de um Deus que os amava. Disse ao povo: ‘Será que não entendem? Toda bênção era uma provação, e toda provação era uma bênção. Será que não entendem? Quando éramos fracos, aí Deus era forte. Olhem para trás; Deus não nos escolheu porque éramos grandes. Nós somos uma piada. Deus nos escolheu porque ele nos escolheu’. Hoje olho aqui e vejo que Deus tem um grande sentido de humor. Se vocês olharem para mim, verão o grande senso de humor que Deus tem. Por que Deus nos escolhe?

Muitas pessoas talentosas recusam subir à montanha para pedir a Deus que lhes mostre os seus caminhos. Então, Deus escolhe aos que são como nada. E essas pessoas sabem que não são ninguém. Não é essa a história de Israel? Mesmo que entraram na terra, ainda não conheciam o caminho do Senhor; nunca entenderam essa verdade da bênção da provação.

Então, o que aconteceu a nação de Israel quando Deus os abençoava? Eles diziam: ‘Deus está nos abençoando porque somos os melhores’. E o que acontece quando Deus abençoa uma igreja? ‘Nós somos abençoados; somos os melhores’. Um grande engano. E quando os filhos de Deus passaram por um tempo de disciplina, eles diziam: ‘Onde está Deus? Há um Deus? Ele nos abandonou’. E em todo esse tempo, ele estava mais próximo que um irmão.

Quando eles eram abençoados, não entendiam; quando estavam sendo disciplinados, também não entendiam. E mesmo que viessem os profetas e dissessem: ‘Deixem que lhes mostre o coração de Deus’, o povo não entendia.

E, o que é que Deus teve que fazer? Ele enviou o seu coração; ele enviou a Jesus Cristo seu Filho. Ele diz: ‘Olhe o meu coração’. Diz: ‘Há alguém que já orou: mostre-me o teu caminho? Eu sou o caminho’. Mas até seu próprio povo não o recebeu. Não é algo estranho? João nos diz: «Veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam».



Brincando de religião

O problema é que quando nós estamos brincando de religião, não necessitamos dos caminhos de Deus. Se tudo o que queremos são rituais, basta seguir os saduceus. Algumas pessoas gostam dos rituais. Bons aromas, lindas música, lindos vitrais, pessoas que se vestem com trajes religiosos. Mas se você for um saduceu não vai poder reconhecer a Jesus.

E algumas pessoas amam o legalismo. ‘Bom, me diga o que tenho que fazer. Ou não me diga o que tenho que fazer, mas me diga o que não tenho que fazer: Não faça isto, não faça aquilo. Agora sou um perfeito fariseu. Para que necessito a salvação? Eu já sei tudo o que todo mundo está fazendo de errado’.

Mas suponhamos que você é um filho de Deus, mas é um pouquinho mundano. Bom, há outra alternativa para ti, que é o grupo dos herodianos. Nesse grupo, tudo o que você precisa é ir ao templo uma vez por ano, e então vão ter a melhor cadeira, e um trabalho no governo. Isso é o que acontecia com um bom herodiano.

Mas algumas pessoas se cansam de todo o mundo. ‘Não quero viver mais em Santiago! Há muita gente! Quero ir para um lugar retirado, nas montanhas’. E estes eram os essênios. Eles se escondiam nos desertos; tinham abandonado o mundo. Mas na realidade, levaram o mundo com eles. Mas não conheceram a Deus, quando Jesus esteve ali, no meio deles. «Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida».

Quando lemos em Lucas 19, temos que entender porque Jesus estava chorando. No verso 41, vemos como Jesus chorou por Jerusalém, e disse a seu povo, os judeus: «Oh, se também tu conhecesses, ao menos neste teu dia, o que é para a tua paz! Mas agora está encoberto aos teus olhos. Porque virão dias sobre ti, quando teus inimigos te rodearão com trincheiras, e te sitiarão, e por toda parte te estreitarão, e te derribarão por terra, e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porquanto não conheceste o tempo da tua visitação» (Luc. 19:42-44).

Para mim, estes são alguns dos versículos mais trágicos nas Escrituras. Por que Jerusalém tinha que se tornar desolada? Não foi só por seus pecados, mas porque não conheceram o tempo da visitação de Deus. O Messias estava ali, no meio deles, o Filho de Deus estava diante dos seus olhos, e eles não reconheceram que Deus os estava visitando.

Mas o mistério é ainda mais profundo. Você conhece esse versículo maravilhoso quando Jesus diz: «Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim». Mas até seus discípulos não conheciam o caminho, e Filipe disse: «Mostra-nos o caminho...». Eles não entendiam, e Jesus lhes disse: «Eu sou o caminho». E eles disseram: «Por favor, mostra-nos o Pai». E Jesus lhes disse: «Mas não me viram? Se me virem, vêem o Pai».

Há um grande mistério em conhecer o caminho. E qual é esse mistério? Nós só entendemos o caminho de Deus através da cruz. Depois que Jesus morreu na cruz e ressuscitou, logo em seguida os discípulos disseram: ‘Agora sim vejo qual é o caminho’. Foi através de sua morte; esse é o caminho de Deus.

E então vemos qual foi um dos maiores segredos que Moisés viu na montanha. O caminho para a vida é o caminho da cruz. Há uma Escritura que diz que os governantes de Jerusalém não conheceram o caminho, de outra forma nunca teriam crucificado a Jesus, e o mais maravilhoso ainda é que até Satanás não entendia esse caminho. E quando Satanás acreditou que ele obteve a vitória, ele tinha sido derrotado. Louvado seja Deus! É por isso que Paulo diz que só se gloria na cruz de Cristo. Esse é o segredo mais profundo da nossa vida cristã.

Qual é o testemunho de um cristão? As dificuldades lhe trazem vida. Quando foi humilhado, quando foi diminuído, experimentou um crescimento. Paulo fez declarações surpreendentes dessa obra. Ele disse: «A morte opera em mim, mas a vida opera em vocês». E Paulo era uma das pessoas mais viva que irás encontrar quando ele ministrava. Quando você fala com alguns cristãos, parece que eles estão dormindo; mas Paulo não dormia; havia fogo em seus olhos. Através das dificuldades pelas quais passava, ele descobria a vida.

Nos Estados Unidos temos um brinquedo infantil. É um brinquedo que você o infla; um joão bobo com luvas de boxe. E quando você bate nele, ele cai, mas volta novamente e se ergue. Bate de novo, cai, mas retorna para cima. Você já aprendeu isto em sua vida cristã? Quando o inimigo tenta te derrubar, você retorna para cima. E Satanás é tão néscio que não entende isso. Se entendesse, ele não te incomodaria mais.

E, o que é o que acontece? Você se torna um cristão mais forte. É o poder da ressurreição! Mas isso só é conhecido através do caminho da cruz. A igreja primitiva era conhecida como ‘os do Caminho’. Você e eu somos pessoas do caminho? Estamos procurando esse caminho, mesmo sabendo o que nos espera a cruz? O que realmente conta é o fim.

Quão precioso é conhecer realmente ao Senhor! O caminho do Senhor é tão excelente conosco, Ele não nos ensina em uma escola; ele nos ensina à medida que caminhamos em nossas vidas, para que um dia digamos: ‘Eu sei em quem tenho crido’, e isso só vem pela experiência de caminhar sob o jugo do Senhor.



Uma forma surpreendente de operar

Hoje, o Senhor está operando de uma forma surpreendente. Pergunto-me se você sabe. No ano de 2001, foi publicado um livro que se chama World Christian Encyclopedia – a Enciclopédia do Mundo Cristão. É um livro de estatísticas, muito volumoso. Ninguém lê esse tipo de livro, mas todas as pessoas que nos Estados Unidos estudam as missões cristãs estão falando dele.

Sabe o que descobriram nesse livro? Reuniram estatísticas de todo o mundo, e descobriram coisas surpreendentes. Os dados entre 1970 e 2000 são totalmente diferentes dos dados de anos anteriores. O ponto que quero enfatizar é que Deus está reunindo milhões de pessoas na sua casa.

Ninguém sabia o que estava ocorrendo, até que viram as estatísticas. Tenho algumas cifras aqui; mas não vou te aborrecer com estatísticas. Mas quero dizer isto: Nos últimos trinta anos, há três grandes categorias aqui: os católicos (incluindo à igreja ortodoxa russa e ortodoxa grega), os protestantes (anglicanos, luteranos, presbiterianos), e uma terceira categoria, que incomoda a todo mundo, porque não sabem como denominá-los. Não são exatamente pentecostais, nem exatamente evangélicos. São carismáticos, mas não exatamente carismáticos.

Não sabem como denominar a esse grupo. Então eles inventaram um nome: chamam-nos ‘os cristãos da Grande Comissão’, ou seja, são os cristãos que crêem que devem pregar o evangelho de Jesus Cristo.

Então, nos últimos anos, esses cristãos da Grande Comissão chegaram a ser 500 milhões de pessoas, e isso supera os católicos e protestantes juntos. E não esqueça que os católicos contam os meninos que nascem nas famílias católicas. Os 500 milhões de cristãos da Grande Comissão são cristãos nascidos de novo.

Eles não sabem o que é que está acontecendo, e há algumas estatísticas adicionais que os confundem ainda mais. Ao redor do mundo, entre esses cristãos da Grande Comissão, do momento em que comecei a falar hoje, seis mil pessoas nasceram de novo a cada hora.

Outra coisa que descobriram, e isto foram estudadas especificamente na América Latina, que os encarregados das missões católicas voltaram para reformular as coisas. Na América Latina, aos domingos, mais pessoas se reuniam nessas igrejas da Grande Comissão que em igrejas católicas. Isso não é simplesmente pertencer ao grupo, mas participar das reuniões.

Então, eles se perguntam. ‘O que estamos fazendo de errado?’ E os protestantes também se perguntam: ‘O que estamos fazendo de errado? Estamos gastando milhões e milhões em missões’.

A terceira coisa nesta estatística: O segmento que cresce mais rapidamente são igrejas não estabelecidas. A definição é esta: São igrejas não filiadas, não denominacionais, que não têm ministros profissionais. E isso incomoda a todos. ‘Nós estamos gastando milhões em missões, mas o crescimento é produzido entre pessoas que não têm dinheiro. Nós temos as nossas organizações, mas as pessoas estão nascendo de novo em lugares onde não há organização’.

Isso quer dizer que há muitas obras ocultas que Deus está fazendo hoje. Nestes últimos trinta anos há 500 milhões de pessoas nascidas de novo. E o que mais incomoda em relação a isto é que estes números são conservadores. Não estão contando as campanhas evangelísticas, nem o que acontece através dos ministérios de televisão, rádio ou literatura. E hoje, provavelmente o número 1 ao redor do mundo é a Internet. Mas é impossível fazer estatísticas de todas essas coisas.

As pessoas que fizeram as estatísticas foram às igrejas, e perguntaram às pessoas: ‘Quantas pessoas há em sua igreja?’. E eles lhes disseram: ‘Não é nossa igreja; é a igreja de Jesus’. ‘Bem, quantas pessoas são?’. ‘Bom, não sabemos; nós não estamos contando quantas pessoas há. Todo aquele que nasceu de novo é parte da igreja. Como podemos contar isso?’. De qualquer forma, isso está causando muitos problemas entre os que estudam as missões.

Bom, as estatísticas são estatísticas; podem ter enganos. No livro de Atos há estatísticas. Por que temos estatísticas? Tudo o que isso nos mostra é que o dedo de Deus está atuando agora neste mundo. Há um tremendo recolhimento de pessoas para o reino. E é por isso que há necessidade desses poucos intercessores como Moisés na montanha.

Agora, você conhece o coração do Senhor. Você sabe que muitas das pessoas que foram salvas não sabem nada, e muito deles estão confundidos. Mas Deus quer sua noiva perfeita. Deve haver então algumas pessoas preparadas, como Moisés, que não só possam subir ao monte para interceder, mas também possam descer ao vale e dar a sua vida a favor do seu povo.

Eu era um pastor tradicional, e amava ao Senhor. Mas estou muito agradecido ao Senhor, porque meu irmão Stephen Kaung desceu a esse vale onde eu vivia, e me mostrou o caminho mais excelente do Senhor.

Estas estatísticas nos indicam o que Deus está fazendo. Mas, o que podemos dizer dos seus caminhos? Oh, irmãos e irmãs, vocês sabem como nós os cristãos necessitamos desesperadamente de um despertar espiritual, para que Cristo seja posto no centro de tudo. Mas há necessidade de pessoas que conheçam o Senhor, para que isso ocorra. Só com eles é que esses milhões de irmãos serão ajudados a encontrar o caminho.

E onde o Senhor vai encontrar essas pessoas? Talvez você seja um deles. Deus está tratando com a sua vida? Tens passado por dificuldades? Pode ser que o Senhor esteja te libertando dos seus próprios caminhos.

O que é que aprendemos à medida que avançamos por este caminho? O que é que Moisés aprendeu? A sua vida não era simplesmente para ele mesmo; aos oitenta anos de idade, a sua vida já estava concluída. É como se Deus lhe houvesse dito: ‘Moisés, esqueça-te de ti mesmo. Os seus irmãos e irmãs estão presos. Esqueça-te de ti mesmo e ajuda-os’.

Mas, o que é que Moisés disse? ‘Oh, não posso, eu sou muito fraco; tudo o que sei é falar com as ovelhas, ou falar com meu irmão’. Porque se estiver vazio, não se sente digno; mas é exatamente quando você se sente vazio que o Senhor pode te usar.

Deus está realizando agora esta reunião, e eu creio que é um sinal do final dos tempos. Mas nós conhecemos o coração de Deus: ele deseja ter uma noiva. O seu desejo é que todo irmão ou irmã em Cristo tenha o primeiro amor por Jesus. Então, ele levanta pequenas assembléias aqui e acolá. Não me entenda mal, há muitas pessoas preciosas nas grandes obras evangelísticas de hoje, mas o que eu estou falando é dessa obra de aperfeiçoamento que Deus quer fazer em seus filhos hoje.

Talvez haja alguns aqui, nesta Conferência, que vieram porque leram alguns artigos na revista. Não é maravilhoso como o Senhor, às vezes, captura algumas pessoas e começa a atraí-las? Mas você sabe, uma coisa é ler a respeito de algo; mas é algo muito diferente ver uma assembléia com os seus próprios olhos.

Eu era um ministro tradicional muito feliz. Mas um dia vi a Cristo e a sua igreja, e disse: ‘Encontrei o meu lar’. Então, renunciei ao meu cargo e fui reunir-me com aquele pequeno grupo de pessoas. E você e eu fomos privilegiados de ver o Senhor no meio da sua assembléia.

Eu não sei como você avalia certas coisas, mas o mais precioso que qualquer assembléia possa ter é a presença de Jesus no meio deles. Mas creio que você sabe que há um preço muito elevado a pagar para permanecer em sua presença. Se o seu Espírito é entristecido por nossos caminhos carnais, ele se retira de nós. Se apagarmos o Espírito, por nosso relacionamento equivocado uns com os outros, é como se ele se retirasse.

Ele não está procurando perfeição; ele está procurando um desejo no coração, procurando pessoas que tenham o desejo de seguir o Seu caminho. Ele está procurando pessoas que queiram seguir o seu caminho incondicionalmente. Não quer dizer que entendamos todas as coisas perfeitamente. Eu creio que o Senhor tem muitas coisas que restaurar, mas estamos desejosos de dizer que queremos seguir ao Cordeiro por qualquer lugar que ele vá. Quando ele nos mostra que temos outros compromissos em nossa vida, nós pomos isso de lado e escolhemos seguir a Jesus.

A maioria de vocês foi reunida pela obra de Deus nos últimos trinta anos. Você é parte desta estatística, e as grandes mentes religiosas deste tempo não podem te compreender. Louvado seja Deus!

Milhões de cristãos, nossos irmãos, foram assassinados na China, mas agora dezenas de milhões crêem. Na China há um crescimento que não pode ser detido. E Deus está se movendo na Rússia agora, e ninguém pode detê-lo.

Outra estatística. As cinco nações que têm o maior crescimento em número de batismos –não quer dizer o maior número de cristãos, mas o maior crescimento percápita– são: Butão (um país muçulmano), Mali (muçulmano), Mongólia, Nepal, e Arábia Saudita. Pelo número de batismos. Sabe o custo de ser batizado na Arábia Saudita? Esta é a obra de Deus.

Irmãos e irmãs, temos que subir a montanha e pedir a Deus: ‘Mostra-me os teus caminhos’. Temos que conhecer a Deus em uma maneira nova e viva. Não podemos ir a cada igreja e dizer: ‘Hei, venham atrás de nós!’. Mas se formos fiéis, Deus pode dar testemunho, e as pessoas podem ver a verdade. E quando os tempos são difíceis, e sabemos que esse é o caminho de Deus, as pessoas sempre procuram a verdade.

Eu não sei, mas seguramente isto já ocorreu aqui no Chile. Temos essas pequenas assembléias nos Estados Unidos, e muitos cristãos dizem. ‘Oh, eu não posso ir a esse lugar; não têm um pastor, não há esses vitrais tão belos; e quando estão adorando não há um programa definido, um ora aqui, outra grita lá...’. Mas, quando a mãe de um deles fica doente, o primeiro que chamam é alguém dessa assembléia!

As últimas estatísticas com respeito à China dizem que há 73 milhões de cristãos. É uma estatística muito conservadora. Quando a Revolução Cultural ocorreu havia só 700 mil cristãos. Mas durante esses trinta anos de perseguição, 70 milhões de pessoas vieram ao Senhor.

Como ocorreu isso? Essas pessoas começaram a reunir-se secretamente, e necessitavam de canções. E uma das últimas coisas que Watchman Nee fez antes de ser preso foi compilar um livro de hinos, e todas as assembléias na China usam esse hinário. E as sementes dessas igrejas não oficiais em toda a China foram plantadas por esses poucos milhares de pessoas.

Como o Senhor vai fazer isso? Quinhentos milhões de pessoas sendo aperfeiçoadas e convertendo-se na noiva. Se alguém tiver uma estratégia para que isso seja possível, provavelmente está errado. Mas se alguém tem um coração que pode dizer: ‘Mostra-me o teu caminho, Senhor, para que eu possa te conhecer’... E lembre que Moisés diz outra coisa: ‘Lembra-te que este é o teu povo’. O Senhor conhece cada um desses 500 milhões, e eles precisam encontrar a alguém que lhes mostre esse caminho mais excelente.

Que o Senhor possa nos ajudar nestes últimos dias de tanta espera!

Primeira mensagem de uma série de quatro que o autor ministrou na 3ª Conferência Internacional «Água Vivas», em Santiago do Chile (Setembro de

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