sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Por Que Somos Indiferentes Quanto ao Retorno de Cristo A.W. Tozer



Logo depois do término da
primeira guerra mundial,
ouvi um grande pregador
do sul dizer que temia
que o intenso interesse pela profecia
generalizada naquela época resultaria
na morte da bendita esperança
quando os eventos provassem que
os entusiásticos intérpretes estavam
errados.
O homem era profeta, ou pelo
menos um estudioso notavelmente
perspicaz da natureza humana, pois
aconteceu exatamente o que ele predisse.
A esperança da vinda de Cristo
está quase morta hoje em dia entre
os cristãos bíblicos.
Não signifi ca que tenham abandonado
a doutrina do segundo
advento. De modo nenhum. Tem
havido, como todas as pessoas bem
informadas sabem , um ajustamento
entre alguns dos pontos doutrinários
menores do nosso credo, mas a
Não vos deixarei órfãos,
voltarei para vós outros.
João 14:18
Revista Betel RIQUEZA DA GRAÇA 27
imensa maioria dos evangélicos fi rmes
continua sustentando a crença
em que Jesus Cristo algum dia voltará
de fato à terra em pessoa. A vitória
fi nal de Cristo é aceita como uma das
inabaláveis doutrinas na Escritura
Sagrada.
É verdade que em alguns rincões
as profecias da Bíblia são expostas
ocasionalmente. Isto acontece especialmente
entre os cristãos hebreus,
que por razões muito compreensíveis,
parecem sentir-se mais perto
dos profetas do Velho Testamento
do que os crentes gentios. O amor
que votam a seu povo leva-os naturalmente
a apegar-se a toda esperança
de conversão e restauração última
de Israel. Para muitos deles o retorno
de Cristo representa rápida e feliz solução
do “problema judeu”. Os longos
séculos de peregrinação terminarão
quando ele vier, e Deus neste tempo
restaurará “o reino de Israel”. Não
ousamos deixar que o nosso amor
profundo por nossos irmãos cristãos
hebreus nos cegue para as óbvias implicações
políticas deste aspecto da
esperança messiânica. Não os censuramos
por isso. Apenas chamamos a
atenção para o fato.
Todavia, o retorno de Cristo como
bendita esperança está quase morto
entre nós, como já disse. A verdade
referente ao segundo advento onde
é apresentada hoje, é na maior parte
acadêmica ou política. O jubiloso
elemento pessoal falta por completo.
Onde estão aqueles que
“Tanto anseiam pelo sinal
ó Cristo, do teu cumprimento;
pelo chamejar desvanecem,
dos teus passos em teu advento?”
A aspiração por ver a Cristo que
queimava o peito daqueles primeiros
cristãos parece ter-se queimado toda.
Tudo que resta são cinzas. É precisamente
o “anseio” e o “desvanecimento”
pelo retorno de Cristo que distingue
entre a esperança pessoal e a teológica.
O mero conhecimento da doutrina
correta é pobre substituto de
Cristo, e a familiaridade com a escatologia
do Novo Testamento nunca
tomará o lugar do desejo infl amado
de amor de fi tar sua face.
Se o ardoroso anelo desapareceu
da esperança do advento hoje, deve
haver razão para isto; acho que sei
qual é, ou quais são, pois há um bom
número delas. Uma é simplesmente
que a teologia fundamentalista popular
tem dado ênfase à utilidade da
cruz, e não à beleza daquele que nela
morreu. A relação do salvo é apresentada
como contratual, em vez de
pessoal. Tem-se acentuado tanto a
“obra” de Cristo, que esta eclipsou a
pessoa de Cristo. Permitiu-se que a
substituição tomasse o lugar da identifi
cação. O que ele fez por mim parece
mais importante do que o que ele
28 RIQUEZA DA GRAÇA Revista Betel
é para mim. Vê-se a redenção como
uma transação de negócio direto que
“aceitamos”; e à coisa toda fi ca faltando
conteúdo emocional. Temos de
amar muito a alguém, para fi carmos
despertos esperando a sua vinda, e
isso talvez explique a ausência de
vigor na esperança do advento entre
aqueles que ainda crêem nela.
Outra razão da ausência de real
anseio pelo retorno de Cristo é que
os cristãos se sentem tão bem neste
mundo que tem pouco desejo de deixá-
lo. Para os líderes que regulam o
passo da religião e determinam o seu
conteúdo e a sua qualidade, o cristianismo
tornou-se afi nal notavelmente
lucrativo. As ruas de ouro não
exercem atração muito grande sobre
aqueles que acham fácil amontoar
ouro e prata no serviço do Senhor cá
na terra. Todos queremos reservar a
esperança do céu como uma espécie
de seguro contra o dia da morte, mas
enquanto temos saúde e conforto,
por que trocar um bem que conhecemos
por uma coisa a respeito da qual
pouco sabemos? Assim raciocina a
mente carnal, e com tal sutileza que
difi cilmente fi camos cientes disso.
Outra coisa; nestes tempos a religião
passou a ser uma brincadeira
boa e festiva neste presente mundo,
e, por que ter pressa quanto ao céu,
seja como for? O cristianismo, contrariamente
ao que alguns pensaram,
é forma diversa e mais elevada
de entretenimento. Cristo padeceu
todo o sofrimento. Derramou todas
as lágrimas e carregou todas as cruzes;
temos apenas que desfrutar os
benefícios das suas dores em forma
de prazeres religiosos modelados segundo
o mundo e levados adiante em
nome de Jesus. É o que dizem pessoas
que ao mesmo tempo afi rmam que
crêem na segunda vinda de Cristo.
A história revela que os tempos de
sofrimento da Igreja tem sido igualmente
tempos de alçar os olhos. A
tribulação sempre deu sobriedade ao
povo de Deus e o encorajou a buscar
e a esperar ansiosamente o retorno
do seu Salvador. A nossa presente
preocupação com este mundo pode
ser um aviso de amargos dias por
vir. Deus fará com que nos desapeguemos
da terra de algum modo - do
modo fácil, se possível; do difícil, se
necessário. É a nossa vez.
O Melhor de A. W. Tozer,

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMUNIDADE MENSAGEM DA CRUZ

Minha foto
Aracati - Ceará, Nordeste, Brazil
IRMÃOS, GRAÇA E PAZ! BEM-VINDOS AO NOSSO BLOG. A COMUNIDADE MENSAGEM DA CRUZ EM ARACATI CEARÁ, É FRUTO DA OBRA REDENTORA DE CRISTO NO CALVÁRIO. QUE DEUS O ABENÇOE E EDIFIQUE RICAMENTE NA PESSOA DE SEU AMADO FILHO JESUS CRISTO. NOSSO COMPROMISSO É COM A VERDADE DA PALAVRA DE DEUS. Endereço: Rua Coronel Pompeu, Nº 1644 (próximo ao Ginásio Polivalente), Vila Olímpica (Cacimba do Povo). E-mail: comunidademdacruz@gmail.com - Pr. OSVALDO MAIA