Por: Glenio Fonseca Paranaguá
06/05/2012
Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. 1 Timóteo 2:15
O mês de maio é dedicado às mães. Esta data vem de
longe e tem muitas implicações na formação sadia da família. Vou tratar
deste tema aqui e agora com um tom muito particular, falando da minha
própria família. Sei que isto pode parecer um tanto presunçoso, mas
espero que seja edificante para alguns.
A maior missão que uma mulher pode ter neste mundo é a
de ser mãe. Com isto, não estou dizendo que esta seja a sua única
missão, mesmo porque, há muitas mulheres que não foram dotadas com as
condições da maternidade.
Todavia, uma mãe de verdade é coisa rara. Neste mundo
velho de tantas contradições vemos que o contingente das parideiras é
bem maior do que das criadeiras. Muitas só delivram ou dão à luz as suas
crias, embora não as criem com diligência e afeto. Parem, sim, mas não
param para plasmar o caráter dos seus filhotes. São como chocadeiras
artificiais na indústria da procriação.
A tragédia dos relacionamentos passa, antes de tudo,
pela figura materna. A mãe é a matriz da afetividade. A ausência dessa
mãe afetuosa afeta a história de qualquer sujeito sob a sujeição da
troca de favores. Sem afetuosidade, no dia a dia, todos nós acabamos nos
desenvolvendo, mas pessoas carentes que se mostram críticas, ciumentas,
murmurantes e, acima de tudo, manipuladoras.
A figura materna é a principal personagem na
construção da nossa vida emocional. Uma mãe equilibrada e afetiva é a
maior influência que podemos ter a serviço de nossos sentimentos mais
saudáveis. A pobreza de afeto está, sem dúvida alguma, ligada ao
relacionamento empobrecido com a mãe.
Por exemplo, vou me expor um pouco em relação à minha
família: minha mãe foi uma mulher sábia que tinha afetos, mas não
sabia, por alguma razão, ser afetuosa. Ela foi uma pessoa que cuidou de
seus filhos com atenção, no entanto, era de pouca afetividade. Isto nos
tornou limitados na vida afetiva. A meu ver, todos os seus filhos têm
alguma deficiência nessa área. Falta afetividade.
Apesar da minha pobreza afetiva, herança materna,
quero apresentar aqui, neste estudo, algumas lições práticas de minha
mãe, bem como da minha sogra. Elas foram mulheres e mães sábias que me
transmitiram bons conteúdos. Além de seus ensinos valiosos eu tive nelas
exemplos de grande significado, pois foram pessoas marcantes em minha
história, embora, repleta de senões.
Primeira lição de minha mãe: “Quem bem faz pra si é; quem mal faz pra si é”. Esta é a lei da semeadura e da ceifa. Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas
6:7. O bem que você planta, volta para você mesmo, e o mal que
dissemina para os outros acaba caindo em sua própria cabeça. É um
bumerangue clássico.
O apóstolo Paulo foi ainda mais incisivo quando afirmou: Porque
o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o
que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. Gálatas 6:8.
Esta é uma lei implacável. Não há concessões, mas
também não é uma questão de castigo, é apenas uma consequência. Ninguém
planta carrapicho e colhe milho. Por isso, precisamos plantar o bem. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Gálatas 6:9.
Não se esqueça que o bem que fizer virá crescer em
seu jardim e o mal que intentar contra os outros voltará para a sua
própria vida e ainda para a sua prole.
Segunda lição: “O invejoso nunca medrou, nem quem
perto dele morou”. Medrar é prosperar. O invejoso não prospera e
atrapalha quem estiver por perto. Mesmo que tenha algum patrimônio, a
sua alma é mesquinha, enquanto vegeta entre os espinhos espinhentos do
sucesso alheio. Ele não vai pra frente e fica impedindo os outros de
caminhar. Vive gorando. Por isso, foge deles, enquanto for tempo.
A inveja é a causa da conspiração das trevas. É um
mundo da iniquidade. É a origem do partidarismo e das divisões
facciosas. É a razão das disputas entre os despeitados. Veja essa
paráfrase: onde houver inveja gerando sentimento faccioso, aí haverá confusão e toda espécie de coisas ruins. Tiago 3:16.
Viver à sombra do invejoso é o mesmo que labutar
arduamente na boca quentíssima de uma fornalha ardente, sendo consumido
pelo calor escaldante dessas labaredas que queimam impetuosas no seu
íntimo incendiado pelo desejo de ser o que o outro é. Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja? Provérbio 27:4. Cai fora da presença do invejoso.
Terceira lição: “Quem não tem paciência, não cozinha
pedra, nem chega no céu”. Paciência é fundamental na culinária das
pedreiras. Fazer sopa de pedra é mais fácil do que a peregrinação rumo à
Nova Jerusalém.
Paciência não é coisa da pós-modernidade. Vivemos
hoje na cultura da alface. Quase ninguém quer saber de plantar carvalho,
nem cultiva a paciência. Mas, se quisermos ver a bela paisagem que fica
do outro lado da tumba, temos que aprender a cultivá-la, de verdade,
aqui nessa terra. Pois que glória há, se, pecando e sendo
esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando
praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência,
isto é grato a Deus. 1 Pedro 2:20.
A quarta lição foi para um adolescente que saía de
casa, no interior do Piauí, para estudar na cidade grande do Rio de
Janeiro. “Filho, nós vamos nos separar, mas os olhos de Deus estarão
sempre cuidando de você”.
Esta tem sido uma de suas maiores aulas. Saber que é o Pai quem cuida do filho e o Senhor do servo. Porque
os olhos do Senhor repousam sobre os justificados, e os seus ouvidos
estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra
aqueles que praticam males. 1 Pedro 3:12.
Nada melhor do que ter os seus olhos postos nAquele que tem os Seus olhos depositados em você. Eis
que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam
na sua misericórdia, para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da
fome, conservar-lhes a vida. Salmo 33:18-19.
Agora eu quero citar duas lições importantes da minha
sogra. Ela também foi uma mãe para mim, além de uma mulher muito sábia.
Nem toda sogra é sogra.
A sua primeira lição foi: “O dia do benefício é a
véspera da ingratidão”. Ou seja, você faz o bem hoje para alguém que
você se importa e, amanhã, este lhe dá o troco agindo como um ingrato.
Foi assim com Jesus e os dez leprosos. Ele curou a todos, mas só um
voltou para agradecer. O benefício foi pago a pontapés.
Parece que esta proporção de 10% encontrada no tempo
de Jesus se tornou ainda mais rara nos tempos atuais. O que mais vemos
hoje em dia é gente que foi favorecida respondendo com patada. Paga o
bem com o mal.
Vejo neste texto, a atualidade retratada pelo apóstolo Paulo no primeiro século. Nada incomum, não? Sabe,
porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os
homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes,
blasfemadores, desobedientes aos pais, , irreverentes,
desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis,
inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos
prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe,
entretanto, o poder. Foge também destes. 2 Timóteo 3:1-5.
Segunda lição: “Trate o seu suposto amigo hoje, como
se ele amanha vier a se tornar o seu maior inimigo”. Esta é uma regra
básica por causa de gente miúda. Não conte nada de sua vida pessoal;
tudo aquilo que o seu “amigo da onça” possa usar contra você, quando se
tornar o seu inimigo favorito.
Considere este provérbio bíblico: O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão. Provérbios 18:24. Este amigo aqui é raro e está vinculado à vida de Cristo.
Mas, no mundo dos imundos há apenas um passo entre o
amor e o ódio. Contudo, na congregação dos alcançados pela graça não há
segredo, nem medo, nem a menor preocupação com a opinião de quem quer
que seja, uma vez que toda a nossa história encontra-se substituída pela
vida de Cristo.
Essa é uma lição importante para nos manter fora da
mira dos homens indiscretos, mas diante dos olhares do Pai das
misericórdias. Confesse todos os seus pecados a Deus e os seus erros
pessoais, apenas a quem você tenha ofendido, se esta for a orientação
clara do Espírito Santo de Deus.
Não fique encarcerado pelas suas confissões feitas a
quem não tem a menor condição de libertá-lo da culpa. Nunca se torne
escravo de segredos e não se deixe ser dominado pelo poder do voto ou do
veto de quem quer que seja.
Essa mania de confessor por trás das cortinas é uma
idolatria da autojustificação e a perpetuidade de um sistema antigraça
mantido pela religião suja da severidade escravocrata da meritocracia.
Você foi libertado para viver na plena liberdade da graça plena. Desde
que Cristo pagou o preço da sua redenção, viva de tal maneira que
ninguém possa colocar cabresto em sua cabeça.
Fica aqui, neste texto, meu preito de gratidão a
estas duas mães que, de modo prático, marcaram profundamente a minha
caminhada cristã. Espero que vocês, mães, também aprendam com estas seis
lições objetivas a viverem com mais sabedoria, a fim de educar seus
filhos para a glória de Deus. Amém.

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