segunda-feira, 27 de agosto de 2012

C.H. SPURGEON - GANHANDO ALMAS


Grande é o meu privilégio em poder dirigir-me a este nobre grupo de pregadores do evangelho. Quisera ter maior capacidade para a tarefa. Não tenho a prata da oratória eloqüente, nem o ouro do pensamento profundo. Mas o que tenho lhes dou.
Quanto à conquista de almas, que é ganhar uma alma? Es­pero que acreditem no método de ganhar almas à moda antiga. Hoje em dia parece que tudo foi sacudido, que tudo foi desloca­do dos fundamentos antigos. A impressão que se tem é que nos compete fazer evolver dos homens todo bem já existente neles. Grande coisa conseguirão se experimentarem esse processo! Temo que no processo de evolução vocês desenvolveriam diabos. Não sei que outra coisa se pode tirar da natureza humana, O homem está cheio de pecado como o ovo está cheio de substância, e a evolução do pecado só poderá resultar em mal perene, Todos nós cremos que devemos dedicar-nos à obra de ganhar almas, desejando em nome de Deus ver todas as coisas feitas novas. A velha criatura está morta e corrompida, e deve ser sepultada. Quanto antes, melhor! Jesus veio para que todas as coisas antigas passas­sem, e todas as coisas fossem feitas novas.
Fazemos o nosso trabalho empenhando-nos em que os homens sejam abençoados no sentido de torná-los moderados. Queira Deus dar Sua bênção a toda obra dessa espécie! Entretanto, deveríamos considerar-nos fracassados se tivéssemos produzido um mundo de abstinentes absolutos, e os deixássemos todos incrédulos. Almeja­mos algo mais que a temperança, pois cremos que os homens pre­cisam nascer de novo. Ê bom que mesmo um cadáver esteja lim­po e, portanto, que a moral dos não-regenerados seja boa. Seria uma grande bênção se fossem purificados dos vícios que tornam esta cidade malcheirosa para o olfato de Deus e dos homens jus­tos. Mas essa não é bem a nossa tarefa. O que nos cabe é que os mortos no pecado vivam, que a vida espiritual os vivifique, e que Cristo passe a reinar onde agora o príncipe da potestade do ar exerce domínio.
irmãos, preguem com o objetivo de que os homens abando­nem os seus pecados e acorram a Cristo em busca de perdão, para serem renovados por Seu Espírito Santo e venham a amar tudo que é santo, como agora amam tudo que é pecaminoso. Visem a uma cura radical. O machado está posto à raiz das árvores. Não se contentem com o remendo feito à velha natureza. Procurem, antes, que lhes seja concedida, pelo poder de Deus, uma nova natureza, a fim de que aqueles que se agruparem ao redor de vocês nas ruas vivam para Ele.
Nosso objetivo é virar o mundo ao avesso, ou, em outras pa­lavras, fazer repetir-se esta experiência: "onde o pecado abundou, superabundou a graça". É bom estabelecer desde o início que as­piramos a um milagre. Alguns irmãos acham que devem amoldar a sua mensagem ao nível da capacidade dos ouvintes. É um en­gano. Segundo esses irmãos, vocês não devem exortar um homem a arrepender-se e crer a menos que acreditem que ele por si mes­mo pode arrepender-se e crer. Minha resposta é uma confissão: em nome de Jesus ordeno aos homens que se arrependam e creiam no evangelho, embora saiba que eles não podem fazer nada disso, se não receberem a graça de Deus. Pois não fui enviado para agir de acordo com o que minha razão particular possa sugerir; mas sim de acordo com as ordens dadas por meu Senhor e Mestre. Nosso método é miraculoso, e nos vem como dom do Espírito de Deus, que manda os Seus ministros a realizar maravilhas no nome santo de Jesus.
Somos enviados para dizer aos olhos cegos: "Vejam", aos ouvidos surdos: "Ouçam", aos corações mortos: "Vivam", e mes­mo a Lázaro que se decompõe no túmulo, onde já cheira mal: "Lázaro, sai para fora". Ousamos fazê-lo? Seremos sensatos se começarmos com a convicção de que somos completamente inca­pazes disto, a não ser que nosso Mestre nos tenha enviado, e esteja conosco. Mas se Aquele que nos enviou estiver conosco, todas as coisas são possíveis ao que crê. Ó pregador, se está para levantar-se para ver o que você pode fazer, seja inteligente e sen­te-se depressa. Mas se se levantar para provar o que seu onipo­tente Senhor e Mestre pode fazer por seu intermédio, infinitas pos­sibilidades o cercarão! Não há limites para o que Deus pode realizar, agindo por meio do seu coração e da sua voz.
Certo domingo de manhã, antes que eu subisse ao púlpito, quando os meus amados irmãos, os diáconos e os anciãos desta igreja, estavam reunidos comigo para oração, como costumam, um deles disse a Deus: "Senhor, segura este homem como um homem segura uma ferramenta e, tendo-a firmemente nas mãos, usa-a para fazer com ela o que lhe apraz". É disso que todos os obreiros necessitam — que Deus seja o Obreiro agindo por meio de­les. Vocês devem ser instrumentos nas mãos de Deus. Natural­mente, acionarão dinamicamente todas as faculdades e forças que o Senhor lhes outorgou; todavia, jamais confiados em seu poder pessoal, mas dependentes somente daquela energia divina, sagrada e misteriosa que opera em nós, por nós e conosco, beneficiando o coração e a mente dos homens.
Irmãos, ficamos muito desapontados com alguns dos nossos convertidos, não é mesmo? Sempre haveremos de ficar desapon­tados com eles enquanto forem nossos. Alegrar-nos-emos grandemente com eles quando se evidenciar que resultam da obra do Senhor, Quando o poder da graça opera neles, então será como certo irmão diz: "Glória"! — e nada mais, nada menos que gló­ria. Pois a graça traz consigo glória, mas a simples oratória so­mente resultará em engano e vexame. Quando pregamos, e nos ocorre uma bela e florida passagem, uma frase elegante e poética, espero que nos iniba aquele temor que agiu em Paulo quando disse que não usaria a sabedoria de palavras, "para que a cruz de Cristo se não faça vã". O dever do pregador do evangelho, tanto em recinto fechado como ao ar livre, é dizer de si para si: Posso falar com muita arte, mas, neste caso, os ouvintes pode­riam fixar-se no meu modo de falar. Portanto, vou falar de ma­neira que observem somente o valor intrínseco da verdade que desejo ensinar-lhes".
Não é nossa maneira de colocar o evangelho, nem nosso mé­todo de ilustrá-lo, que conquista almas, mas o próprio evangelho realiza a obra pela operação do Espírito Santo. NEle, portanto, devemos pôr a nossa confiança para a conversão dos homens. Há de operar-se um milagre pelo qual os nossos ouvintes se tornarão produtos daquele grandioso poder que Deus exerceu em Cristo quando O ressuscitou dos mortos, e O pôs à Sua direita nos lu­gares celestiais, acima de todo principado e poder. Por isso, de­vemos deixar de olhar-nos a nós mesmos, fixando o nosso olhar no Deus vivo. Não é isto? Razão porque buscamos uma conver­são total e verdadeira, e isso nos leva a recorrer ao poder do Espírito Santo. Se se trata de um milagre, é claro que Deus é que o há de realizar. Não será por meio de arrazoados, persua­sões ou ameaças. Somente o Senhor o poderá fazer.
Se no que temos dito se funda a conquista de almas, de que modo podemos esperar confiantes que o Espírito Santo nos revista para que em Seu poder saiamos a pregar? Respondo que grande parte depende da condição da pessoa do pregador. Estou persua­dido de que nunca demos suficiente ênfase à obra de Deus em nosso próprio ser em relação com o nosso serviço a Deus. É pos­sível a um homem consagrado ficar completamente revestido da energia divina, de modo que todos ao seu redor necessariamente o percebam. Eles não poderão dizer o que é, nem donde vem, nem, talvez, aonde vai; mas há algo nesse homem que está muito além da ordem comum das coisas. Noutra ocasião aquela mesma pessoa pode estar fraca e desalentada, tendo consciência disso. Olhem! Move-se como das outras vezes, mas não consegue fazer nada de grandioso. É evidente que até mesmo Sansão precisa estar em condições apropriadas, ou, se não, não alcançará nenhuma vi­tória. Se o cabelo do campeão for cortado os filisteus zombarão dele; se o Senhor se aparta de um homem, não lhe resta nenhum poder para prestar serviço útil.
Caros irmãos, examinem com cuidado a sua condição pes­soal perante Deus. Zelem pela sua própria fazenda. Cuidem bem dos seus rebanhos e manadas. Se não andarem junto a Deus, se não habitarem na diáfana luz que cerca o trono de Deus, so­mente conhecida dos que vivem em comunhão com o Eterno, dei­xarão os seus aposentos e sairão apressados para o trabalho, mas sem resultado algum. Ê certo que o vaso é de barro apenas. Contudo, tem seu lugar no plano de Deus. Entretanto, não se encherá do tesouro divino, a menos que seja um vaso limpo, e a menos que, em outros aspectos, seja digno de ser usado pelo Senhor. Deixem-me mostrar-lhes alguns modos pelos quais muitos depende do homem a conquista de almas.
Agindo como testemunhas ganhamos algumas almas para Cristo. Levantamo-nos e testificamos de Cristo quanto a certas ver­dades. Ora, nunca tive o grande privilégio de ser posto em emba­raço por um advogado. Às vezes me pergunto que faria se fosse colocado como testemunha para ser examinado e reexaminado. Creio que simplesmente diria a verdade conforme a conhecesse, sem tentar exibir meu talento, nem meu domínio da língua, nem meu critério de julgamento. Se me limitasse a dar respostas dire­tas e sinceras às perguntas, venceria a todos os advogados do mundo. Mas a dificuldade está em que, com muita freqüência, quando uma testemunha é chamada para depor, fica mais preo­cupada consigo mesmo do que com aquilo que deve dizer. Daí, logo fica inquieta, irritada e enfadada e, perdendo o autodomínio, deixa de ser boa testemunha em prol da causa.
Pois bem, vocês que pregam ao ar livre, se verão freqüente­mente em dificuldades. Não faltarão advogados do diabo para persegui-los, pois ele tem grande número deles constantemente a seu serviço. A única coisa que vocês devem fazer, é dar teste­munho da verdade. Não é de bom alvitre perguntar-se.- "Como posso responder inteligentemente a este homem, de modo que o vença?" Muitas vezes é bom dar uma resposta engenhosa, mas uma resposta revestida de graça é melhor. Procurem dizer a si próprios: "Afinai de contas, não importa que esse homem prove que sou um tolo ou não, pois isso eu já sei. Alegro-me por ser considerado tolo por amor a Cristo, e não devo ficar preocupado com a minha reputação. Tenho que dar testemunho do que sei e, com a ajuda de Deus, vou fazê-lo com coragem. Se o interlocutor me interrogar sobre outras coisas, dir-lhe-ei que não vim dar tes­temunho senão disto. Só de um assunto falarei, e de nada mais".
Assim, irmãos, é preciso que aquele que dá testemunho seja salvo, e tenha certeza disso, ignoro se vocês duvidam da sua salvação. Talvez deva recomendar-lhes que preguem mesmo se for esse o caso, visto que, não sendo salvos, entretanto querem que outros o sejam. Não duvidam de que uma vez desfrutaram plena segurança. Agora, se têm que confessar, "ah, não sinto o pleno poder do evangelho no meu coração", poderão na verdade acres­centar, "contudo, sei que é real, pois o vi salvar a outros, e sei que nenhum outro poder é capaz de me salvar". Talvez mesmo essa débil confissão, tão verdadeiramente sincera, faça brotar uma lágrima nos olhos do seu opositor e o leve a simpatizar-se com vocês. Disse John Bunyan; "Às vezes eu pregava sem esperança, como um homem em cadeias a homens em cadeias, e quando ouvia meus grilhões a ranger, continuava dizendo aos outros que havia livramento para eles, e os compelia a olharem para o grande Li­bertador". Eu não faria Bunyan parar de pregar assim. Ao mesmo tempo, é uma grande coisa poder declarar por experiência própria que o Senhor quebrou as portas de bronze e despedaçou as tran­cas de ferro. Os que ouvem nosso testemunho dizem: "Tem certe­za disso?" Certeza? Tenho tanta certeza disso como a certeza que tenho de que estou vivo. Chamam a isso de dogmatismo. Não importa. O homem deve saber o que prega, ou então, que vá sentar-se. Se eu tivesse alguma dúvida dos assuntos sobre os quais prego deste púlpito, deveria envergonhar-me de continuar como pastor desta igreja. Mas prego o que sei, e testifico do que vi. Se estou enganado, estou enganado profundamente e de coração. Arrisco minha alma e todos os seus interesses eternos pela vera­cidade daquilo que prego. Se o evangelho que proclamo não me salva, jamais serei salvo, pois aquilo que proclamo a outros cons­titui a minha base pessoal de confiança. Não tenho um barco salva-vidas particular. A arca para a qual convido outros é a que me leva, a mim e a tudo quanto tenho.
Uma boa testemunha deve saber o que vai dizer. Deve sen­tir-se em casa, quanto ao seu assunto. Digamos que seja arrolado como testemunha em certo caso de roubo. Sabe o que viu, e tem que fazer declaração disso apenas. Começam a interrogá-la sobre um quadro da casa, ou sobre a cor de um vestido pendurado no guarda-roupa. A testemunha responde: "Vocês vão indo além do depoimento que me cabe fazer. Só posso dar testemunho daquilo que vi". O que sabemos e o que não sabemos dariam dois enor­mes livros, e bem podemos pedir que nos deixem de lado quanto ao segundo volume.
Irmão, diga o que sabe, e sente-se. Mas fique tranqüilo e mantenha a compostura enquanto estiver falando daquilo com que está pessoalmente familiarizado. Nunca dará adequada vazão às suas emoções ao pregar, de modo que se sinta em casa com os ouvintes, enquanto não se sentir em casa com o seu tema. Quan­do souber onde põe os pés, terá a mente livre para o ardor. A menos que vocês, pregadores ao ar livre, conheçam o evange­lho do princípio ao fim, e saibam onde se firmam ao pregá-lo, não poderão pregar com a devida emoção. Mas quando sentirem que dominam bem a doutrina, levantem-se e sejam tão ousados, fervorosos e importunos quanto queiram. Encarem os ouvintes com a convicção de que irão falar-lhes algo que vale a pena, algo de que estão bem seguros e que para vocês eqüivale à própria vida. Em toda reunião ao ar livre, como em toda reunião em recinto fechado,  existem corações sinceros  cujo único  desejo é ouvir falar de crenças sinceras. Eles as aceitarão e serão levados a crer no Senhor Jesus Cristo.
Todavia, vocês não são apenas testemunhas; são advogados do Senhor Jesus Cristo. Ora, num advogado, muita coisa depende do homem. Parece que a marca do cristianismo em alguns prega­dores não é a língua de fogo e, sim, um bloco de gelo. Vocês não gostariam de ter um advogado que defendesse a sua causa de modo deliberado e frio, sem jamais mostrar a menor preocupação quanto a possibilidade de serem declarados culpados de assassi­nato, ou julgados inocentes. Como poderiam suportar a sua indi­ferença quando vocês estão a ponto de receber a pena de morte? Não! Vão querer calar um advogado assim tão falso. De igual modo, quando um homem tem de falar por Cristo, se não tem ardor é melhor que vá dormir. Vocês dão risada; mas não é me­lhor que ele vá para a cama dormir, em vez de pôr a dormir toda uma congregação sem cama para acomodar-se?
Sim, devemos estar dominados por bem fundado fervor. Se havemos de prevalecer sobre os homens, temos que amá-los. Mui­tos têm genuíno amor pelos homens; outros têm genuína aversão por eles. Conheço alguns cavalheiros, por quem tenho alguma es­tima, que parecem acreditar que a classe operária é, em geral, terrivelmente má, e que deve ser contida e governada com rigor. Com idéias desse tipo, jamais conseguirão a conversão de operá­rios. Para ganhar homens para Cristo, é preciso pensar, "sou um deles. Se estão tristes, sou um deles; se são pecadores perdidos, sou um deles; se necessitam de um Salvador, também eu, como eles'5. Ao maior pecador deveriam pregar com esta passagem dian­te dos olhos: "Tais fostes alguns de vós". Somente a graça nos faz diferentes, e essa graça pregamos. O verdadeiro amor a Deus e o ardente amor aos homens constituem as grandes qualidades do defensor da Causa.
Conquanto certas pessoas o neguem, creio também que se deve exercer a influência do temor sobre a mente dos homens, cuja influência deve agir igualmente sobre a pessoa do próprio pregador. "Noé ... temeu, e, para salvação da„sua família, pre­parou a arca." Nos temores de Noé houve meio de salvação para este mundo, de modo que não perecesse no dilúvio. Quando um homem teme tanto pelos outros que o seu coração chega a excla­mar: "Perecerão, perecerão, afundarão no inferno, serão banidos para sempre da presença do Senhor", e quando esse temor oprime a sua alma, pesando sobre ele, e o leva a sair e pregar com lágri­mas nos olhos, então sim, pleiteará com os homens de modo a prevalecer!
"Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, per­suadimos os homens." O conhecimento desse temor é o meio para aprender a persuadir, e não para falar duramente. Alguns têm empregado os terrores do Senhor para aterrorizar; Paulo, porém, se utilizava deles para persuadir. Imitemo-lo! Digamos: "Ouvin­tes, irmãos, viemos dizer-lhes que o mundo está em chamas, que devem fugir para salvar suas vidas, e subir aos montes, para não serem consumidos". Temos que proclamar esta advertência com plena convicção de que é verdadeira ou, de outro modo, se­remos como o menino que tolamente gritava: "O lobo vem!" Algo da sombra do tremendo dia final deve cair sobre o nosso espírito para dar o tom de convicção à nossa mensagem de mise­ricórdia, ou então nos faltará o verdadeiro poder do advogado. Irmãos, temos que dizer aos homens que há premente necessidade de um Salvador, e mostrar-lhes que temos consciência dessa ne­cessidade e que sentimos por eles. Caso contrário, não nos será possível fazê-los voltar-se para o Salvador.
Quem advoga em favor de Cristo deve, ele próprio, como­ver-se ante a perspectiva do dia do juízo. Quando chego àquela porta de trás do púlpito e dou com aquela enorme multidão, mui­tas vezes fico apavorado. Penso naquelas milhares de almas imor­tais que me contemplam através das janelas dos seus olhos anelantes, reflito em que tenho de pregar a todos os que ali estão, e que serei responsável por seu sangue se não lhes for fiel. Digo--lhes que isso me deixa a ponto de recuar. Mas eis que o temor não tica sozinho. Ganho vida nova pela fé e esperança de que Deus tenciona abençoar aquelas pessoas mediante a Palavra que Ele me capacitará a transmitir. Creio que cada um daquela multidão foi mandado ali por Deus com algum propósito, e que eu fui enviado para o cumprimento desse propósito.
Freqüentemente penso comigo, quando estou pregando: "Quem será que está sendo convertido agora?" Jamais me passa pela cabeça que a Palavra do Senhor possa falhar. Não! Isto nun­ca poderá acontecer. Muitas vezes tenho a certeza de que pessoas estão sendo convertidas, e sempre estou seguro de que Deus é glorificado pelo testemunho da Sua Verdade. Vocês podem estar certos de que a sua esperançosa convicção de que a Palavra de Deus não tornará a Ele vazia é um grande incentivo para os ouvintes, como o é para vocês. A sua confiança entusiástica de que eles serão convertidos pode ser como o dedo mínimo da ma­mãe estendido para o seu bebê, ajudando-o a avançar até ela. O fogo existente em seus corações pode lançar uma fagulha às almas dos ouvintes mediante a qual a chama da vida espiritual se inflamará neles. Aprendamos todos a arte de pleitear com os homens em prol de Cristo.
, Ainda, caros pregadores ao ar livre, e todos vocês, cristãos aqui presentes, temos de ser não só testemunhas e advogados, mas também exemplos, Um dos mais bem sucedidos meios de caçar patos silvestres é o emprego do pato-chamariz. Este entra na rede, e os outros o seguem. Na igreja cristã precisamos fazer maior uso da santa arte do chamariz; quer dizer, o exemplo., indo nós mesmos a Cristo, vivendo nós mesmos piedosamente em meio a uma geração perversa; nosso exemplo de alegria e tristeza, nosso exemplo de santa submissão à vontade de Deus na adversidade, e em toda forma de procedimentos benévolos, será o meio de induzir outros a entrarem no caminho da vida.
Naturalmente ninguém vai pôr-se a falar na rua sobre o seu exemplo pessoal; mas não há pregador ao ar livre que não seja mais conhecido do que ele pensa. No seio da multidão pode haver alguém que conhece a sua vida particular. Uma vez ouvi falar de um pregador de praça pública a quem um ouvinte gritou: "Ah, João, você não teria coragem de pregar dessa forma em frente da sua casa!" O que acontecera pouco antes, infelizmente, foi que o senhor  João havia  desafiado  seu vizinho para uma briga e, portanto» não é provável que ele pregasse perto de sua casa. Isso fez daquela interrupção um verdadeiro desastre. Se a vida de al­guém no lar for indigna, essa pessoa deverá viajar muitos quilô­metros antes de levantar-se para pregar e, ao levantar-se, não de­verá dizer nada. Os outros nos conhecem, irmãos, sabem muito mais de nós do que podemos imaginar — e o que não sabem, inventam. O nosso comportamento e as nossas palavras devem constituir a parte mais poderosa do nosso ministério, Isso é o que se chama ser coerente, quando os lábios e a vida estão de acordo.
Abrevia-se o meu tempo, mas devo dizer uma palavra sobre outro ponto mais. Eu disse que a ação do Espírito Santo depende em grande parte do servo de Deus, mas devo acrescentar que também dependerá muito da classe de pessoas que rodeiam o pregador. O pregador que tenha que ir para o trabalho ao ar livre inteiramente só, estará em situação deveras infeliz. É extrema­mente proveitoso estar ligado a uma igreja zelosa e dinâmica que estará orando por você. E se não puder achar uma igreja assim para o seu trabalho, o segundo melhor recurso é conseguir meia dúzia de irmãos e irmãs que o apoiem, acompanhem e, princi­palmente, orem por você. Alguns pregadores são tão independen­tes que podem realizar seu trabalho sem auxiliares, mas serão sá­bios se não procurarem causar impressão com isso. Acaso não poderiam considerar a questão da seguinte maneira? Ora, se eu for acompanhado por meia dúzia de homens, estarei beneficiando esses jovens e preparando-os para que venham a ser obreiros. Se pudermos associar-nos a um grupo assim que não seja constituído só de jovens, mas um tanto avançados no conhecimento da ver­dade divina, esse companheirismo será de grande vantagem mútua.
Confesso que, embora Deus me esteja abençoando em Sua obra, não obstante, nenhum crédito é meu, e sim dos amigos no Tabernáculo e em todo o mundo que fazem-me assunto especial de suas orações. Um homem só pode sair-se bem com pessoas a sua volta como as que tenho. Meu caro amigo, o diácono William Olney, disse certa vez: "Até aqui o nosso ministro nos tem con­duzido para diante, e nós o temos seguido de coração. Tudo tem sido um sucesso. Não confiam em sua liderança?" O povo bra­dou; "Sim!" Então meu amigo continuou: "Se o nosso pastor nos trouxe até uma vala que parece intransponível, vamos tratar de enchê-la com os nossos corpos para que ele passe sobre nós", Foi uma fala e tanto! A vala encheu-se, e não apenas isto, mas pareceu encher-se no mesmo instante. Se você tem um verdadeiro companheiro, a sua força é mais que duplicada.
Que bênção é uma boa esposa! Vocês, mulheres que não estariam em seu devido lugar se começassem a pregar nas ruas, podem fazer com que seus maridos se sintam felizes e à von­tade quando chegam em casa, e isto 05 fará pregar muito melhor! Algumas podem ajudar os seus esposos doutra forma também, se são prudentes e amáveis. Você pode, com ternura, fazer seu es­poso entender que saiu um pouco da linha em certas coisas pe­queninas, e talvez ele dê atenção e se corrija. Uma vez um bom irmão me pediu que lhe desse algumas instruções, alegando o seguinte: "O único professor que tive foi minha mulher, que teve melhor escolaridade do que eu. Eu dizia coisas como esta: "Nós era" e "Vi ele". Com meiguice ela me fez ver que as pes­soas poderiam rir-se de mim se eu não cuidasse da gramática". Desse modo, sua esposa foi sua professora do idioma pátrio, e lhe valeu seu peso em ouro, como ele o reconheceu. Vocês, que contam com tais auxiliares, devem dar graças a Deus por eles, diariamente.
Em seguida, é de grande ajuda unir-se fraternalmente a al­gum cristão de coração ardente que saiba mais do que nós, e nos beneficiará com sugestões sensatas. Talvez Deus nos abençoe por amor de outros, quando não nos abençoaria por amor de nós. Creio que vocês conhecem a estória monacal do homem que atra­vés de suas pregações conquistara muitas almas para Cristo, e se congratulava consigo mesmo por isso. Uma noite lhe foi revelado que no grande dia final não receberia nenhuma honra por aquele feito. Perguntou ao anjo, em seu sonho, quem teria então direito à honra, e a resposta foi: "Aquele ancião surdo, que se assenta na escada do púlpito e ora por você, foi o instrumento da bênção".
Sejamos gratos por aquele velhinho surdo, ou por aquela anciã, ou por aqueles modestos e piedosos amigos, mediante cuja intercessão bênçãos se derramam sobre nós. O Espírito de Deus abençoará dois, quando talvez não abençoe um. Sozinho, Abraão não conseguiu salvar nem uma das cinco cidades, apesar de que a sua oração eqüivalia a uma tonelada na balança. Pouco além estava o seu sobrinho, um dos mais pobres quinhões. Não tinha em si mais que quinze gramas de oração, mas essa magra fração pesou na balança, e Zoar foi preservada. Acrescentem, pois, os seus inexpressivos quinze gramas ao peso mais potente dos rogos dos santos de renome, pois talvez lhes sejam necessários.
Diletos irmãos, pregadores de praça pública, não estou ten­tando ensinar-lhes. Alguns de vocês poderiam ensinar-me muito melhor. Todavia, não estou bem certo, pois suspeito que eu esteja envelhecendo conforme o que ouvi recentemente. No início deste ano (1887), uma senhora que estava pedindo dinheiro a mim, me disse: "Recordo-me de ter ouvido sua apreciada voz há mais de quarenta anos". "Ouviu minha voz há quarenta anos atrás!", exclamei; "onde foi isso?" "O senhor estava pregando na parte baixa de Pentonville Hill, perto da capela do sr. Sawday". "Muito bem", disse eu, "não foi há mais de quarenta anos?" "Sim", respondeu ela; "talvez cinqüenta." "Ah! creio que eu era bem jovem nessa ocasião, não era?" "Claro que sim", disse ela, "o senhor era uma beleza de rapaz." Esta foi decerto uma declara­ção desnecessária e não creio que ela tenha continuado tão certa de que eu era "uma beleza de rapaz" quando preguei em Pen­tonville Hill, depois que lhe disse que jamais preguei no local mencionado por ela, que cinqüenta anos atrás eu tinha só três anos de idade e que eu achava que devia ter vergonha de pensar que eu lhe daria dinheiro a troco de suas lorotas. Contudo, esta noite vou tomar como válida a afirmação daquela mulher e ima­ginar que sou aquela venerável pessoa descrito por ela, pelo que ousarei dizer-lhes: Caros irmãos, se queremos ganhar almas para Cristo, é preciso que nos ponhamos resolutamente a trabalhar com energia.
Primeiro, devemos esforçar-nos em nossa pregação. Vocês não estão desconfiados do valor da pregação, não é? Ainda bem que não. Espero que não fiquem cansados dela, embora seja certo que a pregação vos deixará cansados às vezes. Continuem pregando. Sapateiro, limite-se ao sapato; pregador, limite-se à pregação. Na­quele grande dia, quando for lida a lista de chamada, todos os convertidos por meio de fina música, de decoração dos templos e de exibições e entretenimentos, somarão uma décima parte de nada; mas sempre agradará a Deus salvar os que crêem mediante a loucura da pregação. Apeguem-se à pregação. E se fizerem algu­ma coisa mais, não permitam que isso passe para trás a pregação. Em primeiro lugar, preguem; em segundo lugar, preguem; em terceiro lugar, preguem!
Confiem na pregação do amor de Cristo, confiem na pregação do sacrifício expiatório, confiem na pregação do novo nascimento, confiem na pregação de todo o conselho de Deus. O velho malho do evangelho continuará fazendo a rocha em pedaços; o mesmo fogo de Pentecoste continuará queimando no meio das multidões. Não experimentem nenhuma novidade, mas continuem pregando. E se todos pregarmos no poder do Espírito Santo enviado do céu, os resultados da pregação nos deixarão pasmos. Ora, afinal de contas não há limites para o poder da língua! Olhem o poder de uma língua má; que grande dano pode fazer! E não dará Deus maior poder a uma boa língua, se a usarmos direito? Observem o poder do fogo, com uma simples fagulha pode fazer com que uma cidade fique presa das chamas! Assim também, se o Espírito de Deus estiver conosco, não precisaremos calcular quanto, nem o que fazer, pois são incalculáveis as potencialidades da verdade divina proclamada com o entusiasmo nascido do Espírito de Deus.
lenham firme esperança, irmãos, tenham firme esperança, a despeito de aí estarem essas vergonhosas ruas da meia-noite, a despeito desses feéricos palácios do vício em cada esquina, a des­peito da maldade do rico e da ignorância do pobre. Prossigam; prossigam; prossigam; em nome de Deus, prossigam, pois se a pregação do evangelho não salvar os homens, nada o fará. Se o plano da misericórdia de Deus falhar, ponham luto nos céus, e façam desaparecer o sol numa noite perpétua, porque nesse caso nada restará à espécie humana senão o negror das trevas. Salva­ção pelo sacrifício de Cristo é o ultimato de Deus. Alegrem-se, que ele não pode falhar. Confiemos sem reserva, e sigamos adian­te com a pregação da Palavra.
Os pregadores de praça pública terão o cuidado de adicio­nar à pregação muitas conversações particulares mantidas com de­dicação e fervor. Quantas pessoas se converteram neste Tabernáculo por meio da conversação pessoal com certos irmãos aqui pre­sentes, que não apontarei! Estão todos espalhados por este lugar enquanto prego. Lembro-me de que, numa noite de segunda-feira, um irmão me falava algo, e de repente desapareceu sem terminar a frase que estava dizendo. Não pude saber o que ele ia dizer-me, mas logo o vi na galeria da ala esquerda, sentado ao lado de uma senhora desconhecida para mim. Depois do culto lhe perguntei: "Aonde foi você?", e me respondeu: "Um raio de luz, entrando pela janela, fez-me divisar um semblante tão triste que subi às carreiras a escada e fui ocupar um assento ao lado de uma tristonha senhora". "Pôde alegrá-la?" "Decerto que sim! Ela aceitou prontamente o Senhor Jesus. Nisso observei outro rosto ansioso. Pedi à senhora que me esperasse ali mesmo até depois do culto, e fui em busca do outro — agora um jovem." Ele orou com essas duas pessoas, e não se deu por satisfeito enquanto ambas não entre­garam o coração ao Senhor. Esse é o modo de se manter alerta.
Necessitamos contar com um corpo de artilheiros de precisão que escolham os seus alvos, um por um. Quando pomos em ação no púlpito a artilharia pesada, há desempenho, mas muitos não são atingidos. Precisamos de pessoas cheias de amor, que andem ao redor e tratem de casos individuais na relação eu-você, com advertências e incentivos pessoais. Todo aquele que prega ao ar livre, não somente deve pregar a centenas de pessoas, mas pre­cisa estar preparado para tratar com pessoas individualmente, e deve contar com outros que tenham o mesmo talento. Quanto maior benefício poderia ser extraído da pregação feita nas ruas* se todo pregador dedicado a isso estivesse acompanhado por um grupo de pessoas que levassem avante o trabalho dele por meio da entrevista pessoal!
Domingo passado, meu querido irmão nos contou um caso que jamais esquecerei. Uma noite se encontrava no Hospital Croydon, como um dos encarregados de visitação naquela casa de saúde. O pessoal de serviço já tinha saído e era hora de fechar o estabelecimento por aquela noite. Ele era a única pessoa no hos­pital, além do médico de plantão. De repente um rapaz entrou correndo, e disse que houvera um acidente ferroviário, e que al­guém devia ir logo à estação levando maça. O médico perguntou a meu irmão: "Quer ajudar-me a levar a maça, cada um pegando numa ponta?" "Como não!", respondeu ele prontamente. E lá se foram o médico e o pastor com a maça. Voltaram trazendo um ferido. "Durante uma ou duas semanas", disse meu irmão fui muitas vezes ao hospital, porque me interessei muito pelo homem que eu tinha ajudado a carregar." Acredito que sempre estará interessado naquele homem, porque uma vez sentiu sobre si o peso dele. Quando você sabe levar alguém no coração, e sente pessoalmente o fardo dele, o seu nome fica gravado na sua alma. Assim vocês, que fazem trabalho pessoal, sentem o peso das almas daqueles com que falam do evangelho. E creio que é disso que muitos pregadores precisam saber mais, e então pregarão melhor.
Quando a pregação e a conversação pessoal não são viáveis, tenham à mão um folheto, método que muitas vezes dá bom re­sultado. Há folhetos que não serviriam para converter nem a um besouro. Não há neles nada que interesse nem sequer a um mos­quito. Consigam folhetos que prendam a atenção, ou não usem nenhum. Um folheto que apresente bem o evangelho, e de modo tocante, pode ser muitas vezes a semente da vida eterna. Portan­to, não saiam sem levar folhetos.
Acho que, além de dar folhetos, se lhes for possível, poderiam tratar de conseguir os endereços residenciais das pessoas que os ouvem com freqüência, para visitá-las. Que bela coisa, a visita de um pregador de praça pública! "Viva! — exclama a dona-de-casa ao marido — "veja quem quer ver você! Aquele senhor que costuma pregar  ali  na  esquina.  Mando-o  entrar?"  "Claro que sim!", vem a resposta. "Ouví-o falar muitas vezes. É um bom sujeito." Façam quantas visitas puderem. Será útil para vocês e para as pessoas visitadas.
Quanto poder há também numa carta pessoal! Há pessoas que ainda têm uma espécie de supersticiosa reverência para com uma carta. E quando recebem uma carta séria de um cavalheiro respeitável, ponderam-na muito, e, quem sabe? — um simples bi­lhete enviado pelo correia pode impressionar alguém que ignorou o teu sermão. Jovens que não estão preparados para pregar fa­riam grande benefício se escrevessem cartas aos seus jovens ami­gos a respeito de suas almas. Poderiam falar de modo franco e claro com as suas canetas, ao passo que talvez fossem tímidos ao falar com as suas bocas. Salvemos os homens por todos os meios existentes debaixo do céu. Tratemos de impedir que os homens sigam para o inferno. Não temos nem a metade do zelo que de­víamos ter. Porventura não se lembram do jovem que estava para morrer? Disse ele ao seu irmão: "Meu irmão, como pode ser tão indiferente para com a minha alma como tem sido?" O outro respondeu: "Não sou indiferente para com a sua alma, pois muitas vezes lhe falei sobre isso". "Decerto que sim", disse o mori­bundo; "você falou mesmo. Mas penso que, de alguma forma, se você tivesse lembrado que eu estava indo para o inferno, teria tido mais ardor. Teria chorado por mim e, como irmão, não teria permitido que me perdesse." Não deixem que ninguém fale isso de vocês.
Mas ouço a observação de que muitos, ao se tornarem mais fervorosos, fazem tantas coisas esquisitas e dizem tantas coisas estranhas. Que façam e digam coisas estranhas, se é que provêm de um fervor genuíno. Não precisamos de enfeites e feitos que sejam apenas um simulacro do fervor zeloso; mas o ardor candente é a necessidade da nossa época, e onde quer que o vejamos, será uma pena criticá-lo tanto. É preciso deixar que o grande temporal se enfureça a seu modo. É preciso deixar que o coração fremente de vida fale como pode. Se vocês forem ardorosos, e não puderem falar, o seu fervor inventará seu próprio método de realizar o seu propósito. Assim como Aníbal, segundo se diz, derreteu rochas com vinagre, também, de um modo ou de outro, o fervor dissolverá corações empedernidos. Que o Espírito de Deus repouse sobre todos vocês, por amor de Jesus Cristo! Amém.

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